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Receptividade transforma vida de haitiano em Curitiba

Jackson Paul veio ao Brasil buscar melhor condição de vida e acabou encontrando a Jesus.


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Jackson (esq.) encontrou um refúgio na igreja

Jackson (esq.) encontrou um refúgio na igreja. Foto: Fernanda Abreu

Curitiba, PR... [ASN] Foi uma viagem longa. Primeiro, do Haiti para o Panamá; depois, de lá até o Equador, seguindo de ônibus até o Acre e, por fim, o embarque até o destino final – Curitiba. Essa foi a jornada percorrida por Jackson Paul, de 29 anos, que saiu do Haiti em busca de oportunidades em solo brasileiro.

Por causa da difícil situação vivida em sua terra natal desde 2010 – quando um terremoto de magnitude 7 devastou o país e, mesmo cinco anos depois, o local prossegue em condições instáveis e reconstrução precária – o rapaz de poucas palavras deixou esposa e dois filhos para tentar um emprego no Brasil. A atitude desesperada foi a alternativa que Paul buscou na intenção de estar, um dia, junto à sua família novamente.

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Já em solo curitibano, Jackson passou em frente a uma igreja adventista e começou a conversar com uma pessoa que se encontrava à porta. Logo foi abordado por Átila Jardim, um dos frequentadores do templo. Tentando se comunicar em espanhol, o membro da igreja convidou o haitiano para entrar e, logo depois do programa, o levou para comer em sua casa. A partir deste momento, em diante, uma amizade havia começado.

Tempos depois, Paul encontrou um emprego, mas a saudade da família se mantinha apertada. Através de Jardim, o haitiano pôde encontrar apoio, não apenas dele, mas da membresia da igreja que fica na Vila São Pedro – uma forma de amenizar, em parte, a falta da esposa e filhos. “Quando você vive em outro país, sozinho, sem a sua família, não tem como ficar bem. Átila é um pai para mim agora”, declarou Jackson.

Segundo Átila, a atitude de acolher e ajudar o haitiano no que for preciso visa ser uma forma de refletir os ensinos da vida de Jesus, no dia a dia. Para que Paul fosse, de fato, conhecedor da mensagem de esperança, foi necessário utilizar uma das ferramentas ensinadas pelo personagem bíblico: a amizade. “Eu me coloquei no lugar dele. Se eu estivesse em outro país, gostaria que tivesse uma pessoa que fizesse o mesmo que fiz com ele, que me oferecesse uma mão amiga., porque se fosse meu irmão ou irmã de sangue, eu daria tudo o que eu tinha. E Jesus diz que o Jackson é o meu irmão, então preciso dar tudo para ele também”, conta Jardim.

O haitiano foi batizo e já sonha em ser um missionário na causa de Deus.

O haitiano foi batizado e já sonha em ser um missionário na causa de Deus. Foto: Fernanda Abreu

Ao longo dos dias, Paul compreendia cada vez mais, os ensinos da Palavra de Deus, fazendo com que no dia 07 de novembro, fosse batizado na igreja adventista que o acolheu, na Vila São Pedro. Se, antes da decisão, o haitiano já se declarava bem, depois, com o apoio de Jardim e de outros fiéis, as coisas se tornaram ainda melhores. Com uma nova visão sobre a vida, Jardim espera que o haitiano não apenas aprenda, mas repasse o que aprendeu a outros que ainda não possuem o mesmo conhecimento. “Quero que o Jackson dê um suporte espiritual para outros haitianos que estão aqui. Somos salvos do pecado para salvar a outros também”, sonha Jardim, que por meio de sua paixão por pregar o evangelho de maneira voluntária, se tornou obreiro bíblico há um mês.

A visão Cada Um Salvando Um, para Jardim, é bastante propícia para que cada fiel desenvolva sua parte na missão de difundir o evangelho. “Se orarmos e colocarmos nossa vida à disposição de Jesus, seremos cada um salvando milhares”, acredita.

Em seu país, Paul nunca tinha conhecido um adventista. O que mais gosta na igreja, aqui no Brasil, é a possibilidade de buscar a Deus e o tratamento recebido por meio dos outros fiéis. Hoje, o haitiano compreende que tem papel importante no trabalho de evangelização. “Quero ser um missionário de Jesus”, afirma convicto.

A missão não para por aqui. Outros dois haitianos que moram na mesma casa com Paul vão começar estudos sistemáticos sobre a Bíblia com Jardim. [Equipe ASN, Jéssica Guidolin / Fotos: Fernanda Abreu]