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Pérola: uma jovem com o coração quase de ferro

Após sequência de complicações na saúde, jovem acredita, alegremente, ter sido um instrumento para aproximar pessoas de Deus


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Por Fabiana Lopes

A Bíblia está recheada de histórias cercadas de milagres: Mar Vermelho se abrindo, Daniel durante uma noite inteira numa cova cheia de leões, água sendo transformada em suco de uva... Enfim, são muitas, e cada uma delas com suas peculiaridades. Para alguns, são apenas histórias que não se repetem nos dias atuais. Será

A jovem Pérola Carvalho tem apenas 18 anos de idade, e, para a medicina, ela é um milagre, pois passou muito perto da morte.

Pérola e sua mãe Lela visitaram a sede da Igreja Adventista nesta segunda, para contar o seu milagre.

Três cirurgias em 8 anos

Aos 10 anos de idade, os médicos descobriram que Pérola tinha uma deformidade em uma das válvulas de seu coração, e ela precisou passar por uma cirurgia de 4 horas. Normalmente, esta válvula biológica leva, em média, de 7 a 10 anos para ser trocada. Mas no caso dela, em três anos foi preciso voltar para fazer outra cirurgia, já com 14 anos de idade. Esta segunda foi mais complicada, e seus pais tiveram que assinar um termo de responsabilidade.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia em Maceió intercedeu por ela e tudo correu bem. Logo Pérola se recuperou e voltou à sua vida normal. Em 2015, a família foi conhecer o Rio de Janeiro para comemorar a saúde de Pérola. Gostaram tanto da cidade que decidiram se mudar para lá.

Em 2017, começaram a procurar médicos para continuar o tratamento de Pérola, que será por toda a vida. Mas ela voltou a ter complicações, só que desta vez, de forma mais grave e intensa. O pulmão estava com água, os rins também foram afetados e seu coração estava com 3 válvulas danificadas. O médico que acompanhava o caso indicou a troca por duas válvulas metálicas e uma plastia na válvula tricúspide. Mas Pérola estava muito debilitada fisicamente, e a cirurgia seria de alto risco, durando de 10 a 12 horas.

Novamente, os pais tiveram que assinar o termo de responsabilidade e clamar pela intervenção divina. “Foi um momento muito difícil. Se concordássemos com a cirurgia, poderíamos perder nossa filha, e se não fizéssemos, ela poderia viver apenas cinco meses”, relembra a mãe, Lela Carvalho. Mas confiaram que Deus conduziria todo o processo, como fizera nas outras duas vezes.

“Foram as piores horas da minha vida. Mas ao final da cirurgia, o médico disse que tinha corrido tudo bem. Ela acordara logo depois do procedimento e vi pelos aparelhos que seus batimentos estavam normalizados”, descreve a mãe. Após 20 dias internada, se recuperando do procedimento, Pérola teve alta.

Passados 15 dias em casa, Pérola sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), causado pela medicação que estava tomando para manter as válvulas metálicas em funcionamento. Ela retornou ao hospital e os médicos não sabiam, ao certo, o que fazer, pois, se suspendessem a medicação, as válvulas poderiam, simplesmente, parar de funcionar e ela morreria. Mas, se continuassem medicando, ela poderia sofrer outro AVC e viria a óbito. A decisão foi suspender a medicação e aguardar que seu coração continuasse funcionando bem.

Milagrosamente, Pérola passou 30 dias sem o remédio que afinava seu sangue, e as válvulas metálicas funcionaram perfeitamente. Durante o sangramento causado pelo AVC, o sangue ficou muito próximo da medula e Pérola correu o risco de ficar paraplégica. “Era uma notícia ruim seguida de outra. O coração ficava apertado, mas a confiança era de que Deus estava no controle e cuidaria de nossa menina”, descreve a mãe

Aos poucos, o sangue no cérebro foi diminuindo e Pérola foi se recuperando, mas havia a possibilidade de ela ficar com sequelas, como perda da visão e da audição, entre outras complicações. A cada dia eram feitos exames para confirmar que ela estava bem. “Deus foi muito bom o tempo todo. Ele é sempre bom!”, finaliza a mãe.

Enquanto estava no CTI, Pérola cantava, esbanjando gratidão, a despeito das quinze injeções que tomava todos os dias e dos exames de sangue diários às cinco horas da manhã. Ao ir embora do hospital, as enfermeiras perguntaram para Lela: “E agora? Quem vai cantar pra gente?”.

GYD mais que especial

Pérola comemorou sua alta hospitalar fazendo o que mais ama: cantar!

Exatamente no Dia Mundial do Jovem Adventista, Global Youth Day, Pérola comemorou seus 18 anos na Igreja Adventista do Sétimo Dia em Vargem Pequena fazendo o que mais gosta: cantar.

Ela afirma que Deus tinha um propósito com tudo isso. “Pessoas que estavam afastadas de Deus começaram a orar por mim e se achegaram mais a Ele. Pessoas de outros estados oraram por mim, e até de outros países. Por mais que eu tenha ficado triste, porque queria estar aqui fora e bem de saúde, Deus usou a minha doença para alcançar pessoas que estavam longe dEle, e eu fico muito feliz por ter sido este instrumento nas Suas mãos”, finaliza a jovem.

“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. (Romanos 8:28)