“Mantenham-se conectados a Deus e à comunidade”, aconselha líder mundial de Desbravadores
Pastor Andrés Peralta destaca a contribuição do Clube na formação de milhares de participantes e o crescimento do Ministério ao redor do mundo.
Além de se reunirem para realizar atividades em meio à natureza, os desbravadores são impulsionados à prática de valores morais e à comunhão com Deus. A ênfase é a mesma em mais de 170 países, sublinha o pastor Andrés Peralta, líder mundial dos Desbravadores.
Em sua primeira visita à América do Sul, ele ressalta o papel do Clube no desenvolvimento dos participantes e na formação de um estilo de vida diferenciado.
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Qual é a importância do Clube de Desbravadores?
Os jovens aprendem a trabalhar em equipe, a não ser solitários, mas solidários. A despertar o hábito da leitura, o respeito aos pais e às autoridades, bem como aprendem a cuidar da natureza, conhecem o funcionamento da astronomia, além da arte de acampar e sobrevivência.
Porém, o mais importante é que eles aprendem a desenvolver comunhão horizontal com o próximo e vertical com Deus. São ensinos que apenas o Clube de Desbravadores lhes dá, e tudo isso é muito útil para sua vida adulta.
Como ele influencia a vida desses meninos e meninas?
O Clube o impulsiona a ter uma vida consagrada a Deus, a ser responsável, a cuidar do corpo ao se alimentar de forma saudável e evitar substâncias tóxicas; a ser sincero com as pessoas, sendo cortês, obediente e sempre alegre, e transmitindo essa alegria a outras pessoas.
O senhor também foi desbravador?
Não tive o privilégio de ser desbravador, mas vejo que a misericórdia de Deus é maior do que a capacidade humana, e isso me faz ser humilde e me manter com os pés no chão. Embora não tenha sido desbravador, recebi a função de lidera-los, e isso me mantém sempre focado, porque Deus quer ser glorificado por aqueles que não têm capacidade, mas que estão dispostos a servir.
Meu primeiro encontro contato com a Igreja Adventista foi através do Clube de Desbravadores, quando fui batizado, aos 16 anos. Eles [os integrantes] me disseram: “Você pertence ao clube” (risadas). “Eu não sabia do que estavam falando, mas eles me envolveram em suas atividades e tudo foi uma bênção. Posso dizer que foi um clube com visão e que não perdeu tempo.
Agora faço um apelo à Igreja: não invistam muito nas coisas, mas nas pessoas. Isso significa investir nos jovens, nos aventureiros e nos desbravadores.
Qual é o panorama do Clube de Desbravadores no mundo?
De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas, há no mundo inteiro cerca de 1.800.000 jovens entre 18 e 24 anos, o que constitui quase que a maioria da população. Assim sendo, o mundo é jovem, e o Clube de Desbravadores é uma iniciativa com a qual se pode alcançar o mundo todo.
Ocupo essa função há um ano e, das 13 Divisões (regiões administrativas em que a Igreja Adventista está organizada), já visitei 12. Em todos os lugares aos quais fui, há uma energia maravilhosa. Mas a América do Sul é única, e há muito crescimento aqui. Há fogo, muita paixão. É como uma cultura. É divertido pertencer a um clube.
No mundo inteiro, o Ministério de Desbravadores está crescendo. A África tem 800 mil deles, seguida pela América do Sul, que tem 300 mil membros.
Quantos deles há?
Temos por volta de 50 mil clubes em mais de 170 países. É impressionante que até mesmo nos países muçulmanos, países de difícil penetração, eles existem. Para que fossem aceitos, fizemos nossas recomendações e apresentamos nossa filosofia de serviço à comunidade, ou seja, um Ministério que não é contrário a eles, mas de ajuda a eles.
Em quais outros países é difícil estabelecer um clube?
Em minha experiência, na Divisão Euro-Asiática (sede administrativa da Igreja Adventista que abrange parte da Europa e Ásia), cujo território abarca Rússia, Ucrânia, Cazaquistão, Quirguistão. Por exemplo, na Ucrânia, o Ministério de Desbravadores tem 20 anos. Portanto, é muito jovem. Podemos dizer é uma região difícil. No Quirguistão há poucos adventistas e, por conseguinte, poucos clubes.
Eles são muito animados e buscam formas de crescer. No entanto, no último Campori de sua Divisão, reuniram apenas 100 desbravadores.
O que um Campori como o que está acontecendo no Brasil representa para o mundo?
Significa que a América do Sul está crescendo e que seus esforços estão dando frutos. Algo que não tem um propósito, que não tenha direção, não cresce. Mas o que cresce é o que é abençoado. O que Deus abençoa se multiplica. Portanto, eu digo que a América do Sul é abençoada e pode abençoar o mundo.
Significa que é possível se você tem a visão correta. Sim, se a América do Sul pôde crescer, outras partes do mundo também podem crescer. Esse é um exemplo e traz esperança aos que acreditam que não podem crescer.
Qual é a influência dos desbravadores sul-americanos no mundo?
Essa pergunta é bem difícil, mas creio que tem muito a ver com a liderança, a visão e a intencionalidade.
Nem todas as Divisões têm seu líder de Desbravadores. Eu recomendo que cada uma tenha um líder de Desbravadores. Isso dá prioridade, mais ênfase e mais intencionalidade. Vejo que a liderança sob a responsabilidade do pastor Udolcy Zukowski, em coordenação com a administração [da Igreja], influencia muito as sedes nacionais, regionais e locais.
Hoje, qual é sua visão como diretor mundial desse Ministério?
É a de que os jovens se consagrem a Deus, amem sua igreja e amem sua comunidade. É nisso que estamos trabalhando e queremos que eles verdadeiramente aprendam a ser excelentes cidadãos para que as pessoas reconheçam que o Clube de Desbravadores lhes oferece princípios corretos e, ao mesmo tempo, que eles sejam um exemplo para a comunidade, para que ela conheça mais sobre Deus.
Qual é sua mensagem para os desbravadores sul-americanos?
Mantenham-se conectados com Deus, com a igreja e a comunidade.