Jovens adventistas realizam voluntariado na llha do Bananal
O grupo de 35 jovens passou 14 dias em serviço na aldeia Macaúba
Santa Terezinha, MT...[ASN] Com aproximadamente 25 mil quilômetros quadrados, a Ilha do Bananal é a maior ilha fluvial do mundo. Ela está situada na divisão entre os estados de Tocantins, Mato Grosso e Goiás. E foi em uma aldeia tocantinense que os jovens adventistas da Igreja Central de Curitiba realizaram um trabalho voluntário entre os indígenas. Trinta e cinco pessoas embarcaram no dia 17 de julho, enfrentando dois voos, 12 horas de ônibus, e por fim uma viagem de barco até chegar à aldeia Macaúba, para viverem 14 dias de serviço aos nativos.
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A iniciativa teve como objetivo sanar os principais desafios enfrentados pela tribo. O constante acesso às cidades locais fez com que os índios tivessem contato com bebidas alcoólicas, doces e outras substâncias prejudiciais à saúde deles e do meio ambiente. Mesas de sinuca, motocicletas e itens tecnológicos são muito presentes na aldeia e vão aos poucos interferindo na cultura indígena. Casos de índios de aldeias diferentes que se conheceram via Facebook e hoje continuam o contato pelo WhatsApp para manter o relacionamento à distância já é algo real ali. Por outro lado, as pinturas no corpo, o idioma Karajá e as artes manuais continuam contando sua história.
Além das orientações oferecidas aos indígenas sobre alcoolismo, reciclagem e preservação do meio ambiente, auto-estima e ensino religioso, os voluntários também reformaram o pátio onde a programação era realizada e o posto de saúde da aldeia. A nativa Denise Hirari Karajá diz que o trabalho dos jovens fez a diferença no local. “Nós vamos sentir muita falta, pois as programações foram muito boas e principalmente porque aprendemos a importância de jogar lixo no lixo. Minha filha vai sentir falta deles” ressalta.
Desafio missionário
A programação diária incluía músicas, peças teatrais, histórias, atividades recreativas, educativas e pedagógicas. Para a voluntária Francine Neves, o maior desafio era se comunicar sem entender a língua deles. “Apesar do desafio ser grande, Deus abriu as portas diariamente para nós na aldeia. A língua foi um dos maiores desafios juntamente com o fato de ter que conquistar a confiança deles todos os dias”conta.
O grupo ficou hospedado na Escola Estadual de Santa Terezinha, no Mato Grosso, e todos os dias atravessavam o Rio Araguaia para chegar à aldeia tocantinense. A travessia era feita por pequenos barcos motorizados, conhecidos localmente como “voadeiras”, que possuem capacidade para oito pessoas por viagem. Com um calor entre 36 e 40 graus, a espera para o retorno do barco não era um problema para o restante da equipe curitibana.
Um trabalho também foi realizado na escola, com a reforma da biblioteca, limpeza do ginásio, manutenção da iluminação geral, conserto de móveis e restauração de um antigo gerador usado pela escola por 50 anos, e que agora virará um monumento, símbolo de lembranças para os ex-alunos da instituição. Segundo o diretor Domingos Rodrigues, a presença dos voluntários fez toda a diferença para a escola. “Com o passar dos dias, nós [corpo docente] vimos as ações dos estudantes e ficamos impressionados. Estávamos despreocupados, pois sabíamos que a escola estava em segurança. Gostaria que eles ficassem mais tempo aqui, deixaram saudades” conta emocionado.
Durante o sábado os missionários realizaram toda a programação na igreja adventista local. O pastor distrital da Ilha do Bananal, Miraldo Fag-Tanh, acompanhou o grupo durante os dias de trabalho e afirma ter visto de perto como a equipe demonstrou o verdadeiro amor ao próximo. “Para fortalecermos como igreja, temos que servir e desenvolver o amor entre as pessoas, como o grupo fez aqui”, reforça.
Já é a segunda vez que os jovens dedicam suas férias ao trabalho missionário. Em janeiro deste ano, o grupo passou pelo município de Guaraqueçaba, no Paraná. O pastor Victor Bejota, responsável pelos jovens da Igreja Central, revela que o plano é continuar com o projeto e os próximos destinos para 2017 estão sendo escolhidos. “Ano que vem vamos focar em voltar a Ilha do Bananal e Guaraqueçaba para continuar o que começamos. O objetivo é construir uma igreja na aldeia Macaúba. Vamos também expandir o projeto para a Bolívia. O importante agora é continuar a missão aqui. A nossa cidade deve ser o nosso campo missionário. A faculdade, o trabalho, a nossa casa devem ser os locais da nossa missão.” conclui. [Equipe ASN, Aeny Layce e Jéssica Guidolin - Fotos: Danielly Villarroel]
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