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Exposição de sapatos vermelhos homenageia mulheres vítimas de violência no Brasil

Ação faz parte do projeto Quebrando o Silêncio e impactou comunidade de Bragança Paulista.


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Calçados foram doados pela comunidade (Foto: Arquivo Pessoal).

Mais de cem pares de sapatos vermelhos espalhados ao chão chamaram a atenção de quem passou pelo lago do Taboão, em Bragança Paulista, São Paulo, no último sábado, 27. Os calçados, estrategicamente posicionados na escadaria do local, simbolizam as mulheres vítimas de violência no Brasil. A ação faz parte do projeto Quebrando o Silêncio, uma iniciativa da Igreja Adventista que conscientiza, combate e previne a violência contra mulheres, crianças e idosos.

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A idealizadora da ação, Kátia Valvezan, é psicóloga e lidera o Ministério da Mulher na Igreja Adventista central de Bragança há cerca de dez anos. “Quando comecei a pensar em uma ação para este ano, sabia que queria fazer um ato público, algum tipo de homenagem para as vítimas de violência”, afirma Kátia. Ao pesquisar ideias na internet, a psicóloga viu referências de um projeto no México. “Fiquei tão impactada que adaptei a ideia. Foi então que pensei em usar sapatos vermelhos para simbolizar as vítimas de violência”, complementa.

Transeuntes espetaram corações no gramado em homenagem às mulheres vítimas de violência (Foto: Arquivo Pessoal).

Corações vermelhos

Os calçados não foram os únicos atrativos da ação. Houve uma programação com dramatização sobre diversas formas de violência, encenada por adolescentes, participação da fanfarra do Clube de Desbravadores Vencedores do Vale, caminhada com a distribuição de mil revistas sobre o tema (versão adulto e infantil). Conforme recebiam os materiais, as pessoas eram convidadas a participar da homenagem.

Ao lado da exposição de calçados, cerca de dois mil corações vermelhos foram espetados no gramado para homenagear mulheres que já sofreram ou sofrem violência. Segundo a líder do Ministério da Mulher, as pessoas que passaram pelo local foram impactadas pela ação. Algumas até levaram o seu próprio sapato vermelho para somar à exposição.

Corações ficaram ao lado da exposição de sapatos (Foto: Arquivo Pessoal).

A ação foi divulgada nas redes sociais e o resultado, para Kátia, foi muito positivo. “Recebi doações no meu bairro. Pessoas que eu não conhecia vieram contar suas histórias de abuso e violência. Houve até uma mulher que reconhecia ser vítima de violência psicológica e me trouxe o sapato vermelho usado em seu primeiro casamento. Ela entendeu que precisava doar aquele sapato em homenagem às vítimas de violência”, detalha. Kátia completa que dezenas de pessoas entraram em contato pelas redes sociais para dar apoio e saber mais sobre o projeto.

Projeto

Com duas décadas de existência, o Quebrando o Silêncio acontece em oito países sul-americanos e trabalha com diferentes temas ao longo de cada ano. Em 2022, foi a vez de falar sobre violência psicológica. O projeto é desenvolvido ao longo de todo o ano, mas uma das suas principais ações ocorre sempre no quarto sábado de agosto, com ações de conscientização social para reforçar a importância da denúncia para combater os atos de abuso e agressão domésticos e o quanto este ato pode salvar vidas. Inclusive, no Estado de São Paulo, o projeto virou lei.

Em outubro de 2019, o Dia da Campanha Quebrando o Silêncio entrou para o calendário do Estado de São Paulo, a partir de uma propositura sancionada pelo governador com a Lei 17.186/2019. 

Ações no Estado de São Paulo

Avenida Paulista concentrou cerca de dez mil pessoas para passeata (Foto: Adilson Alves).

Para celebrar os 20 anos do Quebrando o Silêncio, uma passeata na Avenida Paulista reuniu cerca de dez mil pessoas, segundo a Polícia Militar, com a participação de adventistas de várias regiões do Estado. No Vale do Paraíba, além da ação dos sapatos vermelhos, cerca de 120 mil revistas e panfletos foram distribuídos em toda a região.

Na cidade de Cajamar, no leste paulista, em parceria com a prefeitura local, a Igreja Adventista organizou uma passeata com cerca de 500 pessoas. Mais de mil pessoas se reuniram na orla da praia de Santos para uma passeata de quatro quilômetros. Além da entrega de revistas e panfletos. Teve até fanfarra realizada por um Clube de Desbravadores.

Na região sul do Estado mais de 100 mil materiais educativos sobre a violência psicológica foram distribuídos. Já nas ruas e avenidas da região central de São Paulo, além das ações, mais de 55 mil folders sobre o projeto foram distribuídos. Em Engenheiro Coelho, a campanha foi instituída como lei e entrou no calendário oficial do município.

Desbravadores, Aventureiros, jovens e motociclistas apoiaram as atividades no oeste paulista. Teve trenzinhos, cartazes, fanfarras e ações solidárias. Na região sudoeste paulista teve até feira de saúde, além da entrega de folhetos e revistas.

No Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Hortolândia, a 3ª Corrida e Caminhada Quebrando o Silêncio contou com quase 500 pessoas. Já no campus Engenheiro Coelho, psicólogos falaram sobre violência psicológica em uma live, e no domingo uma passeata em prol do projeto reuniu mais de mil pessoas.