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Escola pública destaque na Bahia leva nome de pioneiro homenageado em Sergipe

Quando criança, Gilza Torres foi batizada pelo pastor Plácido da Rocha Pita, pioneiro do adventismo no Nordeste, um dos principais nomes a desbravar o sertão de Sergipe e Bahia, levando a mensagem da Bíblia como evangelista da Igreja Adventista do Sé...


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Escola Municipal Plácido Pita, em Ribeira do Pombal, ficou em segundo lugar em avaliação do Ideb entre todas as instituições públicas de ensino da Bahia. (Foto: Agência A Tarde)

Quando criança, Gilza Torres foi batizada pelo pastor Plácido da Rocha Pita, pioneiro do adventismo no Nordeste, um dos principais nomes a desbravar o sertão de Sergipe e Bahia, levando a mensagem da Bíblia como evangelista da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Hoje, Gilza é líder do Ministério da Mulher da Missão Sergipe, sede administrativa da Igreja para o Estado. Sua história foi contada em seguida ao vídeo institucional da Assembleia Geral Ordinária desta organização – reunião de representantes de quase 28 mil adventistas, que congregam em 294 igrejas presentes em 65 dos 75 municípios sergipanos. O evento acontece neste domingo, 3 de novembro, e vai avaliar o crescimento da Igreja nos últimos anos, formar planos para o futuro e nomear líderes de ministérios da Missão Sergipe para os próximos quatro anos.

A influência de Plácido Pita ficou evidente no relatório da sede administrativa sergipana. Seu legado inspira o crescimento do adventismo em um Estado que responde por 31 distritos pastorais, 4.351 desbravadores, 1.233 aventureiros e 1.500 duplas missionárias. Este ano, até setembro, foram 2.403 pessoas batizadas em Sergipe. E hoje, seu nome identifica uma das escolas públicas mais bem avaliadas do Estado da Bahia pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Batizada ainda criança pelo pastor Plácido Pita, Gilza Torres é hoje líder do Ministério da Mulher da Missão Sergipe.

A história de Plácido Pita é contada no livro Por Que Mudei de Exército, da Casa Publicadora Brasileira. É apresentada a jornada do evangelista, desde o livramento quanto menino, salvo das mãos de uma parteira embriagada, que queria matá-lo por asfixia, até a libertação de uma emboscada. Jovem, Pita ingressou na milícia estadual de Sergipe, para combater os cangaceiros que dominaram o cenário do interior nordestino na primeira metade do século 20. Convertido, Plácido Pita mudou de exército, ingressando nas fileiras da evangelização por meio da literatura adventista.

Conheça o livro Por Que Mudei de Exército, que conta a história de Plácido Pita

A importância de Placido Pita vai além do evangelismo e inspirou até a educação pública. Em Ribeira do Pombal, BA,  a 271 km de Salvador, a Escola Municipal Plácido Pita foi reconhecida como a segunda melhor instituição pública de ensino, com nota de 7,6 na avaliação do Ideb.

O fato provocou uma reportagem no jornal A Tarde, um dos principais veículos impressos do Estado, que evidenciou a importância da escola. “A fama é tanta que na época da matrícula faz fila na porta por um, dois dias. Os estudantes entram lá apenas no 1º ano e ficam até o 5º”, afirma trecho da notícia.

Legado

A escola foi criada há 30 anos por uma igreja adventista. Há 17, foi municipalizada. Não carrega mais a religião no nome, mas muitos na cidade ainda a conhecessem assim. Não à toa, Deus é a primeira palavra dita pela diretora Jodailza Almeida, à frente da Plácido Pita há 14 anos, para explicar os resultados alcançados pela escola no último Ideb, 7,6 (a média da cidade foi 5,5). “A gente convida Deus para estar conosco. Não trabalhamos religião, mas valores”.

Homenagem a Plácido Pita ocorreu na abertura da assembleia ordinária da Igreja Adventista em Sergipe, que vai apresentar planos e nomear líderes de ministérios para os próximo quatro anos.

Diz, logo depois, que a presença da família faz a diferença. Um dos projetos mantidos pela escola é o Família Também Conta História. Funciona assim: a criança leva um livro para casa numa maletinha e no dia combinado vai contá-la com os pais para toda a turma. Neste ano, quase 100% dos pais já compareceram. Quem fica com vergonha pode, ao invés de ler, fazer a receita de um prato. É uma maneira de os estudantes aprenderem sobre outro gênero de leitura.

Os alunos também costumam fazer intercâmbios de histórias com estudantes de outras turmas. Ayrton Kevin, 8, já está tão à vontade com a prática que na hora de fazer a leitura dá uma paradinha a cada página para mostrar as imagens do livro aos colegas, como um pequeno professor.