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Desbravadores realizam Feira de Saúde em aldeia indígena no PR

53 moradores da Aldeira Pindoty receberam atendimento.


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Os Desbravadores saíram da Baía de Paranaguá até a Ilha da Cotinga para atender 53 indígenas

Os Desbravadores saíram da Baía de Paranaguá até a Ilha da Cotinga para atender 53 indígenas

Paranaguá, PR...[ASN] Domingo é  o dia em que normalmente o Clube de Desbravadores se reúne para ensinar crianças e adolescentes acerca de assuntos da natureza, cultura geral, regras de sobrevivência e espírito de equipe através do cumprimento de especialidades e requisitos. Em geral, as reuniões acontecem no fundo de uma igreja, numa quadra de esportes ou em nas dependências de uma escola. Entretanto, a reunião do Clube Fonte de Esperança, ocorrida no último domingo (20), aconteceu em um local um tanto quanto inusitado, dentro de uma aldeia indígena, na Ilha da Cotinga, ao norte da cidade de Paranaguá. Os desbravadores foram até a Aldeia Pindoty para realizar uma Feira de Saúde para os indígenas da tribo Guarani Mbyá.

Os desbravadores e fiéis da igreja adventista do distrito de Bertioga se reuniram bem cedo na Baía de Paranaguá e partiram de barco até a ilha. Depois de quase 30 minutos de viagem, os voluntários chegaram até o local.

Antes da ação, aproveitando a oportunidade de contato com o povo da aldeia, os desbravadores cumpriram requisitos da especialidade intitulada “Cultura Indígena,” recebendo instruções do próprio cacique. Já no período da tarde, a Feira de Saúde estava preparada para os atendimentos.

É a primeira vez que a aldeia recebe esse tipo de atendimento.

É a primeira vez que a aldeia recebe esse tipo de atendimento.

Cibele Batista, diretora associada do clube e também a organizadora da ação, conta que no começo os moradores da aldeia se mostraram um pouco desconfiados devido ao próprio fator cultural. Porém, segundo ela, o contato das crianças com os desbravadores fez toda a diferença. “As crianças interagiram muito conosco e por causa disso, os adultos foram saindo de suas casas e indo até à feira,” disse Cibele. “Quando a primeira pessoa começou a participar os outros foram indo também”, continua.

Os estandes com a explicação acerca dos oito remédios naturais (ar puro, confiança em Deus, água, luz solar, temperança, alimentação saudável, repouso, e exercício físico), que são a base da feira, foram adaptados e utilizados de forma bem didática para que os indígenas assimilassem todas as informações, uma vez que a maioria fala apenas o guarani.

Como forma de agradecimento pelo trabalho, os indígenas dançaram e cantaram para os visitantes.

Como forma de agradecimento pelo trabalho, os indígenas dançaram e cantaram para os visitantes.

A feira de saúde teve o acompanhamento da médica Valéria Fernandes, intervencionista do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que esteve no local para prestar assistência à população indígena. O clube também recebeu ajuda de parceiros que doaram alimentos distribuídos na aldeia. A melancia, a fruta preferida dos indígenas era um dos itens mais esperados. Devido aos impactos ambientais sofridos nos últimos anos, a Ilha da Cotinga deixou de produzir certas espécies de plantas e frutas, fazendo com que os indígenas precisem recorrer aos recursos externos. “Hoje em dia a gente não tem ervas medicinais como antigamente,” declara o vice-cacique da aldeia Dionísio Rodrigues. “Com isso, precisamos com mais frequência dos médicos dos homens brancos”, explica.

O contato entre as duas culturas marcou a adolescente Ketelyn Schimidt, de 15 anos. “Foi uma experiência única poder conhecer e ajudá-los a ver mais pelo lado da saúde, como os testes de diabetes, altura, peso, porque sabemos que eles não têm essas informações na ilha. Poder estar com eles foi muito gratificante”, comemora a desbravadora.

Os voluntários pretendem voltar á Ilha da Cotinga para outras ações sociais.

Os voluntários pretendem voltar á Ilha da Cotinga para outras ações sociais.

Cibele conta que o grupo voluntário já planeja o retorno à ilha para desenvolver outras duas ações: uma para a prevenção contra a dengue e outra para tratar do cuidado com a saúde da mulher indígena. “A dengue ainda não chegou na ilha e o indígena em si não produz lixo. Mas, o mar traz garrafas e outras coisas que acabam parando bem ali. Então o nosso plano de ação é fazer um mutirão de limpeza no entorno da ilha”, conclui Cibele. [Equipe ASN, Jéssica Guidolin / Colaboração: Vinícius Caprini, José Élio e Rosane Furtado]