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3 histórias de retorno à fé que evidenciam o poder da oração

A oração, aliada à amizade, impactou a vida de pessoas que decidiram reatar seu relacionamento com Deus.


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Mulheres se abraçam após batismo em Macaé, no Rio (Foto: Guilherme Melo)

Não é incomum escutar histórias de famílias que, devido à distância geográfica, ficaram anos ou décadas sem se ver. Em comunidades cristãs, infelizmente, isso também pode ocorrer. Muitas vezes, o distanciamento não é ocasionado por quilômetros, e sim por escolhas pessoais que muitas vezes levam ao afastamento de Deus e daqueles que tem a mesma crença religiosa.

Mas muitos dos retornos a Cristo ocorrem por influência de amigos ou familiares.

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Ao longo de 10 dias, de 6 a 15 de fevereiro, fiéis da Igreja Adventista do Sétimo Dia em oito países sul-americanos intercederam por quem um dia foi membro ativo da denominação e se envolveram em ações de auxílio para que retornassem. A partir disso o projeto 10 Dias de Oração e Reencontro resultou nesta seleção de histórias que aconteceram na região fluminense do Rio de Janeiro.

1 – Amigos que intercedem mesmo à distância

Da esquerda para a direta, na 1º foto: William, Roberto e Luiz Mário. Na 2º foto: Wagner, Roberto e William. (Fotos: Arquivo pessoal)

Giulei Pintor, Luiz Mário, William Guimarães e Roberto Carlos eram amigos de infância e cresceram juntos na cidade de Itaboraí, no Rio de Janeiro. Iam à igreja, jogavam bola, acampavam, estudavam e até vendiam picolés juntos. Ao crescerem, cada um seguiu seu próprio caminho, mas o carinho permaneceu mesmo em meio à distância.

Pintor tornou-se empresário do ramo de autopeças; Guimarães, advogado; Roberto Carlos, empresário da área de confecção e Luiz Mário, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Este último foi o único dos quatro amigos que permaneceu membro da denominação durante todo o tempo. Pintor foi o primeiro a retornar à igreja, há mais de duas décadas, por ocasião do seu casamento. Recentemente, William, também havia retornado, porém ainda faltava Roberto.

Devido à inauguração de um novo templo na cidade, quando os amigos se reencontraram, Pintor pediu a seu primo, Wagner, que se aproximasse de seus antigos amigos.

Oportunidade

Com a aproximação, Wagner logo passou a fazer parte do grupo de intercessão. “Rapidamente fizemos uma saudável amizade. Um dia mandei uma mensagem para o Roberto dizendo que gostaria de vê-lo na igreja. Algum tempo depois, quando olhei pra trás, lá estava ele, acenando e sorrindo para mim. É uma sensação muito boa”, acrescenta.

Tanto próximos quanto à distância, todos os amigos se uniram em oração por Roberto. Mesmo tendo-se passado cerca de 30 anos desde a infância, agora os homens na faixa de 48 a 54 anos estavam alegres em meio à brincadeiras.

Nos dias que corresponderam ao programa do Reencontro, as orações e ações em prol do amigo se tornaram ainda mais intensas. E antes do término dos 10 Dias de Oração, a reposta veio: Roberto decidiu ser rebatizado pelo amigo de décadas, Luiz Mário, que hoje preside a Igreja Adventista em um dos escritórios localizados no Espírito Santo.

Agora, ele também faz parte do grupo de intercessão com seus colegas, e passou a orar e trabalhar por outros quatro amigos que conheceu na infância.

Junto às orações, esse grupo de homens organiza ações para trazer seus colegas de volta ao relacionamento com Jesus.

2 – A surpresa da oração

Cláudia durante seu batismo (Foto: Guilherme Melo)

O casal Abraão e Cláudia Barbosa havia deixado de frequentar a Igreja Adventista há alguns anos. Um dia, Abraão sentiu um desejo de ir a um templo e visitou um pequeno grupo de oração. Aos poucos foi se reanimando e não parou de frequentar, até que foi rebatizado no final do ano de 2019.

Empolgado com o retorno, quis levar a esposa consigo. Apesar de perceber o testemunho e as mudanças na vida do marido, ela não havia feito a mesma decisão. Ele, porém, continuava a orar por ela e pela família.

Durante os 10 Dias de Oração, Abraão ouviu em sua igreja sobre o projeto Roupão da Fé, que inclui oração intercessora e a entrega de um roupão batismal para quem um dia já foi membro da denominação e que se deseja trazer de volta à Igreja. Quando chamaram duas pessoas para começar a iniciativa e ir até à frente, Abraão foi um dos que se levantaram. Animado com a ideia, pegou o roupão e levou para casa. Ele passaria a orar por um amigo e em breve entregaria o item.

Resposta inesperada

Mas ele foi surpreendido quando chegou em casa com a beca batismal, explicou sobre o projeto e viu a reação de sua esposa. “Ela me disse para eu pegar um outro roupão para o amigo, pois aquele ali era dela. Ela havia decidido voltar”, relembra.

Na tarde do dia 16 de fevereiro, Cláudia foi batizada na igreja do bairro Fonseca, em Niterói, no Rio. O casal está feliz com o poder das orações intercessoras. Mas o amigo não foi esquecido. Ele foi convidado para o culto e, durante a cerimônia, ganhou o roupão das mãos do casal. Esta é mais uma pessoa por quem juntos, agora, o casal irá trabalhar e interceder para que tenha uma vida feliz ao lado de Cristo.

3 – Os nomes nos roupões

Imagem do roupão com os nomes de oração, apresentado na igreja. (Foto: Guilherme Melo)

Gloria Tavares tinha um roupão de batismo em casa que era de seu esposo, de quando ele foi batizado na Igreja Adventista através de um projeto Roupão da Fé.

Ela sempre gostou de interceder pelos outros e de ministrar estudos bíblicos. Mas quando estava no 12º estudo com uma família, começou a receber mensagens de que não poderiam participar mais. “Decidi então dedicar o tempo de cada estudo desmarcado para estar em oração por eles”, relata.

Em sua igreja, também tinha uma mulher que havia deixado de participar das reuniões e queria voltar. Logo, Glória percebeu que Deus estava pedindo algo da parte dela.

O poder da oração

Um dia seu esposo mexeu no guarda-roupa e achou o roupão. Quando o viu, Glória decidiu então reunir todos os nomes de pessoas que precisavam de oração para tomar decisões por batismo na própria beca batismal. E assim foi feito, desde os nomes da família dos estudos, da mulher que pedia orações, visitantes da igreja, etc.

“Era uma forma de eu não esquecer de interceder por ninguém”, conta Glória. “Ao mostrar o projeto, outros irmãos quiseram participar. Uma moça foi a primeira a levar o roupão para casa, onde acrescentou o nome de sua irmã e família.”

No dia 15 de fevereiro, Glória viu o primeiro resultado de suas orações: dona Maria das Graças, que estava afastada, foi a primeira a ser rebatizada. “Fiquei muito feliz porque vemos como a oração intercessora tem poder. Sempre gostei de orar pelas pessoas, pois precisamos ajudar uns aos outros e sinto que Deus me fortalece quando eu oro por alguém. Fiquei muito feliz porque no momento certo, na hora certa, Deus responde as nossas orações”, conclui.