Encontro de Universitários celebra 500 anos da Reforma Protestante
Universitários cristãos de todo o estado do Rio de Janeiro participaram do encontro.
Rio de Janeiro, RJ… [ASN] Cerca de 500 anos separam os dias atuais do ano em que o então monge agostiniano Martinho Lutero subiu as escadarias da catedral de Wittemberg, na Alemanha, e fixou as famosas 95 Teses de Justificação pela Fé na porta da igreja. Uma ação que mudaria a história do Cristianismo, abriria as portas para a livre interpretação dos textos bíblicos e culminaria no surgimento do Protestantismo, mudando radicalmente o cenário religioso que vigorava há cerca de mil anos na Europa Ocidental.
Para lembrar desse marco histórico e debater sobre como os questionamentos levantados por Lutero foram importantes para o surgimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), jovens de todo o estado do Rio de Janeiro participaram, no último sábado (21), do Encontro de Universitários que foi organizado e promovido pelos três escritórios que administram a Igreja no estado. Com o tema “500 anos depois” as pessoas que enfrentam os desafios do mundo acadêmico puderam dialogar sobre a relevância da Reforma Protestante para os dias atuais e a importância dela para a Igreja Adventista. “Nós podemos entender que a história do Adventismo pode oficialmente começar no século 19, porém as raízes do movimento são muito anteriores a isso. É importante que nós entendamos as bases ali nos pioneiros da Reforma, pois nós somos os continuadores do trabalho de Lutero. Por isso nada melhor do que mostrar para essa juventude o papel dele na sociedade e na história desse mundo”, contextualiza o doutor Rodrigo Silva, um dos palestrantes convidados para o encontro.
O encontro foi realizado no auditório de um colégio, na Tijuca, e contou também com a presença de outros especialistas que falaram para o público sobre o contexto histórico que levou Martinho Lutero a desafiar a supremacia religiosa que vigorava na época e apontar os erros que estavam sendo cometidos dentro da teologia. Eles também usaram a idetificação que Lutero teve com a nova fé como o exemplo de que universitários cristãos precisam ter conhecimento pleno do que acreditam. O doutor Rodrigo Silva também falou sobre o assunto. Segundo ele, a falta de identificação é um dos motivos que levam o jovem, em idade universitária, a abandonar a fé. “Um dos grandes problemas do mundo hoje, detectado por vários religiosos, inclusive não-religiosos, é a falta de identidade dos jovens. Eles querem algo pela qual viver e morrer, se preciso for. E se nós não ensinarmos sobre fé para eles pode ser que outros ensinem. Eles precisam ter uma identificação intelectual, moral e espiritual. Ou seja, é um processo de reafirmação da conversão em Cristo”, explica.
A jovem Rachel do Desterro, que estuda Direito, foi uma das universitárias que está em busca dessa identidade. Para ela o meio acadêmico é sim um lugar hostil à religião. “Se você não estiver realmente focado na sua fé alguns cursos podem sim te influenciar a se afastar de Deus. Mas se você realmente estiver firmado na palavra de Deus você consegue ter um bom rendimento tanto na carreira acadêmica como na vida cristã”, assegura a estudante. Ela elogiou a iniciativa da Igreja em fazer um encontro especial com o público universitário e defende que esse seja o ponto de partida para outras ações do tipo. “Eu gostei muito da programação e acredito que é preciso ter ainda mais encontros desse tipo”, aponta.
O Congresso Universitário também se formou como ponto de partida para futuras ações da igreja com esse público. Próximo ao final da programação, os participantes foram divididos em três grupos, de acordo com a região do estado em que vivem, afim de organizar ideias para ações e atividades com foco no público universitário. A iniciativa pretende estimulá-los a transformar os campus em áreas de influência da mensagem cristã. [Equipe ASN, Douglas Pessoa]