Campanha de combate à violência é realizada na região fluminense
Quebrando o Silêncio chama atenção da sociedade para as diversas formas de violência nas regiões central e norte do estado
Itaboraí, RJ… [ASN] O projeto Quebrando o Silêncio, promovido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, chega a sua 15ª edição com objetivo de combater a violência doméstica e despertar a consciência de que é preciso denunciar qualquer tipo de abuso. Neste ano, a campanha enfatiza a violência sexual, tendo especificamente o estupro como objeto de discussão.
No primeiro semestre de 2017, 37 mulheres foram assassinadas em todo estado do Rio de Janeiro, segundo o Dossiê Mulher, do Instituto de Segurança Publica (ISP). O documento registra os principais crimes cometidos contra mulheres. Em 2016, o ISP apontou mais de 4.705 casos de estupro, desse total cerca de 80% das vítimas são mulheres e 40% dos agressores tinham alguma relação com a vítima. Os números são alarmantes e para chamar a atenção da população, membros da Igreja Adventista nas regiões central e norte do estado do Rio de Janeiro participaram de ações comunitárias, feiras de saúde, passeatas e ciclos de palestras sobre o tema.
Na cidade de Maricá, as ações foram realizadas em uma escola pública com a participação de alunos, professores e moradores da região. Na ocasião, autoridades civis, médicos e psicólogos apresentaram dados sobre a violência doméstica e deram orientações sobre como e onde buscar ajuda. Convidada a participar da programação, Dilza Silva, técnica de enfermagem, destacou a relevância de campanhas de conscientização acerca do tema. “Hoje em dia falamos muito sobre violência e abuso sexual por isso é muito importante levar esclarecimento para a população, principalmente para as famílias. Eu me sinto feliz por ser alcançada por essa campanha”, destaca.
Já em Niterói, região metropolitana do Rio, crianças, jovens e adultos saíram em passeata até o terminal rodoviário da cidade. O grupo passou pelas principais ruas do centro levando faixas e distribuindo materiais informativos. Em alusão ao projeto, também foi oferecido um almoço para cerca de 80 mulheres atendidas pela Ação Solidária Adventista (Asa).
No município de São Gonçalo, a inclusão da campanha no calendário municipal marcou a data das ações na cidade. O Projeto de Lei nº 229/2017 foi aprovado pela Câmara de Vereadores do município e instituiu o quarto sábado do mês de agosto como o “Dia Municipal Quebrando o Silêncio”. A líder do projeto para a região, Raquel Souza, ressalta o papel que a Igreja tem na sociedade e a importância de levar informação e conforto para quem sofre com a violência. “Nós como igreja temos a responsabilidade de orientar a sociedade e promover ações educativas e preventivas de combate a esse mal que afeta a vida de tantas pessoas, sobretudo as mulheres. Não podemos nos calar e precisamos nos envolver cada vez mais nessa campanha para levar ajuda a quem precisa”, declara.
A coordenadora sul-americana do Quebrando o Silêncio, Marli Peyerl, explica que a intenção da campanha desse ano é alertar, principalmente, mulheres jovens solteiras e mães sobre a relação dos estupros e abusos sexuais na infância com o uso de drogas, os efeitos disso emocionalmente e espiritualmente e como é possível criar meios de proteção no lar. “Nosso trabalho educacional consiste em mobilizar nossa rede de igrejas, escolas e voluntários para ajudar a conscientizar pessoas sobre os riscos enormes que o estupro provoca na vida das pessoas. Sem falar que, evidentemente, trata-se de crime e precisa ser denunciado como tal. Nossa campanha é um permanente alerta para que as pessoas não sufoquem o grito de dor que sentem por conta de algum tipo de abuso sexual”, afirma.
A campanha Quebrando o Silêncio acontece em oito países da América Latina desde 2002. Para mais informações acesse quebrandoosilencio.org. [Equipe ASN, Laís Santana]
Veja algumas ações do Quebrando o Silêncio nas regiões central e norte do Rio de Janeiro: