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Aos 95 anos, mulher supera limitações para falar de Jesus

Ana Barbosa aproveita todas as oportunidades para falar de sua fé. Por sua influência, mais de 100 pessoas já foram batizadas


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Por Michelle Martins

Navio que Ana Barbosa e a família utilizaram para migrar ao Brasil em 1959

Aos 41 anos, Ana Barbosa carregava tijolos voluntariamente para ajudar na construção da igreja adventista de Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo, em 1965. Hoje, prestes a completar 96 anos, a mesma Ana, já com os cabelos brancos, ajuda outras pessoas a conhecer a Cristo por meio de ações evangelísticas.

Com dificuldades para se locomover e com a audição prejudicada, ela se orgulha de falar sobre sua fé nos locais que frequenta. De acordo com sua neta, Ana Lucia da Silva Ivo, ela aproveita as oportunidades, seja em consultórios médicos, no salão do cabeleireiro ou mesmo em casa. Um dos resultados mais recentes de esse ato foi o batismo de sua funcionária doméstica, no fim do ano passado.

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Mas nem sempre foi assim. A portuguesa, que nasceu em Arcozelo, migrou para o Brasil em 1959, cética em relação às crenças e aos ensinos bíblico dos adventista. Ainda em Portugal, discutiu com uma amiga quando conversavam sobre o assunto. Ao chegar no País, grávida de sete meses, logo descobriu que seu irmão, Manuel Lopes, seria batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Segundo o relato da neta, ela recusou estar presente no dia da cerimônia.

Entretanto, o ceticismo estava prestes a acabar: ela recebeu a notícia de que o pai, João dos Santos, estava com câncer no esôfago, em estágio terminal. Desenganado pelos médicos, decidiu passar seus últimos meses de vida com os filhos. Foi quando Manuel convidou uma adventista para orar pelo pai. “Se for da vontade de Deus, Ele dará a cura” é a frase que ecoa até a quinta geração de adventistas da família.

O pai acreditou na cura, e ao orarem, Deus concedeu mais 15 anos de vida a João, que faleceu de causas naturais. Isso intrigou as convicções religiosas da família. Uns até começaram a participar dos cultos adventistas, mas não foi o caso de Ana. Ela se interessou pelo adventismo um ano mais tarde.

Influência

Após estudar sobre o sábado, decidiu mudar de religião. Desde então, a idosa já influenciou mais de 100 pessoas a se decidirem por Cristo.

Ana Lucia conta que superar as limitações não é um problema para a avó. “Ela começa falando das dores dos joelhos dela e a pessoa fala que está com esse ou aquele problema. Ela para de falar dela e diz para a pessoa que vai orar por ela. Ela ora sentada na cama por mais de meia hora pela manhã e à noite, pois não pode se ajoelhar”, conta.

Marziani Guimarães e Rute Silva acompanham entrevista da Ana Barbosa no Treinamento do Ministério da Mulher 2018 (Foto: Renan Lima)

Encontro

Treinamento do Ministério da Mulher no auditório do Colégio Adventista de Vila Matilde

Ana Barbosa, acompanhada pela neta, Rute Costa da Silva, contou sua história para mais de 500 participantes do treinamento do Ministério da Mulher para as regiões norte e leste da cidade de São Paulo. O evento aconteceu no sábado, 24 de fevereiro, no auditório do Colégio Adventista de Vila Matilde. O objetivo foi motivar, capacitar e orientar as líderes das igrejas locais nas atividades durante o ano.

“Percebemos que não existe limites para sermos instrumentos nas mãos de Deus. Assim podemos buscar inspiração e motivação do exemplo de vida dela”, afirma Marziani Guimarães, diretora do Ministério da Mulher na localidade e organizadora do evento. Atualmente, existem nesse território cerca de 268 líderes locais, 35 distritais e oito regionais que cuidam desse departamento.