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Um Impacto de Esperança

Um Impacto de Esperança

A literatura faz parte da história e missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia


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Anualmente, adventistas distribuem milhões de livros com mensagens de esperança(Foto: Reprodução)

Em 1731, nasceu no Chile Manuel Lacunza, que futuramente se tornaria um padre jesuíta. Ele escreveu um livro singular: La Venida Del Mesías en Gloria y Majestad (A Vinda do Messias em Glória e Majestade). A obra foi impressa em 1812 e agitou os meios religiosos, já que tratava sobre a volta de Cristo a este mundo. O livro é considerado como o pioneiro do movimento “adventista”.

No início do século XIX, o assunto alastrou-se entre as igrejas evangélicas, tendo como foco o retorno pessoal de Jesus. Pouco depois de 1850, aliado ao movimento, surgiram outras compreensões, como a de que o sábado é o dia santificado por Deus e que sua observância ainda está em vigor.

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Esses e outros entendimentos deram as bases para o nascimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que também se aprofundou na compreensão do santuário celestial, estado do homem na morte e o dom de profecia. No Brasil, a mensagem adventista chegou através de impressos que ingressaram nas colônias de imigrantes alemães e austríacos, nos Estados de Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo.

Um exemplar do livro Der Grosse Kampt (O Grande Conflito), em alemão, foi parar nas mãos do jovem Guilherme Stein Jr., na época noivo de Maria Krahembuhl. Seu conteúdo descrevia a história universal sob o enfoque religioso e bíblico, dando, além do vislumbre do passado, uma projeção quanto ao futuro, em termos proféticos, com base especialmente os livros de Daniel e Apocalipse.

Após sua leitura, Stein resolveu unir-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia, e foi batizado em 1895 pelo pastor Frank Westphal, nas proximidades de Piracicaba, no Estado de São Paulo. Esse foi o primeiro batismo da Igreja Adventista do Sétimo Dia em território nacional. Logo depois, uma cerimônia batismal aconteceu em Rio Claro, também no interior paulista. O batismo de outras pessoas também ocorreu em Santa Catarina. Entre elas estava Guilherme Belz.

 Belz nasceu na Pomerânia, Alemanha, em 1835. Estabeleceu-se na região de Braunchweig (hoje Gaspar Alto), a cerca de 18 quilômetros de Brusque. Certa ocasião, ao voltar das compras na Vila de Brusque, notou algo de especial nos papéis que envolviam as mercadorias. O papel de embrulho trazia um texto escrito em alemão. A leitura do impresso o deixou pensativo por várias semanas, até que, ao visitar o irmão, Carl, descobriu que este havia comprado um livro do alcoólatra Frederich Dressler - livro que "coincidentemente" tratava, dentre outras coisas, do mesmo assunto do folheto. O livro era o Comentário Sobre o Livro de Daniel, de Urias Smith, e também estava escrito em alemão.

Nascido em família cristã, Belz tinha o hábito de ler a Bíblia. Depois de pesquisar profundamente a Palavra de Deus, decidiu-se pela fé adventista e se tornou um dos primeiros a ser batizado no Brasil. Ele e sua família tornaram-se missionários voluntários na região onde moravam, no interior de Santa Catarina.

Em maio de 1893, por designação da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o missionário Albert B. Stauffer chegou ao Brasil. Com outros missionários, Stauffer espalhou a literatura adventista em Indaiatuba, Rio Claro, Piracicaba e outras localidades. Assim, os primeiros interessados na mensagem adventista, em São Paulo, foram surgindo. O mesmo crescimento aconteceu no Espírito Santo, onde Stauffer espalhou exemplares do livro O Grande Conflito.

Em agosto de 1894, desembarcou no Brasil outro missionário adventista: Willian Henry Thurston. Acompanhado da esposa, Florence, veio dos Estados Unidos com a missão de estabelecer um posto de distribuição de livros denominacionais no Rio de Janeiro, para atender aos missionários no território nacional.

Thurston trouxe duas grandes caixas de livros e revistas impressos em inglês, alemão e pouca coisa em espanhol. Na época, não havia nada publicado em português. Para chegar ao seu destino, muitos impressos eram despachados nos navios, outros nos barcos fluviais a vapor (ou mesmo a remo), outros ainda em carros de boi, em lombo de burro e, às vezes, nas costas dos missionários. O tempo passou e a Igreja continuou e continua distribuindo literatura como uma forma de apresentar a esperança para um mundo que sofre com os dilemas e as consequências do pecado.

De porta em porta

Nos últimos anos, esse movimento tornou-se mais concentrado e tem despertado a Igreja para um mesmo objetivo. São crianças, jovens e adultos mobilizados com o objetivo de levar às pessoas um pouco daquilo que preenche o nosso coração e que traduzimos através da palavra “esperança”.

Numa dessas grandes campanhas, que chamamos de Impacto Esperança, saí para distribuir livros na zona sul da cidade de São Paulo. Entrei em um comércio e quando entreguei o livro para um senhor, ele me disse, com um sorriso no rosto, que estava esperando receber o livro, pois é telespectador da TV Novo Tempo e havia visto sobre a campanha de distribuição.

Pensando sobre tudo o que tem acontecido e projetando o futuro, surgiram algumas impressões em minha mente. Uma campanha deste tamanho, que já ultrapassou 328 milhões de livros distribuídos na América do Sul, sempre abre portas para novas iniciativas, métodos e estratégias evangelísticas. Alcançar as pessoas com as boas novas de salvação é sempre um desafio, e as diferentes realidades que um continente como a América do Sul nos apresenta têm despertado nos membros formas de propagar o livro com criatividade e ousadia.

Existem benefícios missionários, porque distribuir livros ajuda a despertar a mentalidade evangelística de cada discípulo de Jesus. Estamos ainda lutando para cumprir a nossa missão que o Senhor nos deixou: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mateus 24:13).

Não há dúvidas de que esse projeto fortalece o hábito da Igreja em se organizar para ações evangelizadoras. Mapas foram preparados. Duplas missionárias receberam sua geografia que não se limitaram a um dia apenas, mas como um trabalho de continuidade para conhecer os moradores da rua, saberem os seus nomes e participarem assim de suas vidas com o objetivo de ajudá-los a encontrar o caminho da salvação.

Envolvimento na missão

Outra impressão positiva que tenho é avaliar como esse projeto envolve cada membro na missão de testemunhar. Nos lugares por onde tenho passado e perguntado quantos já foram às ruas para distribuir livros, percebo que a adesão ao projeto é massiva. Muitos descobriram seus dons, e outros que há muito tempo não saíam às ruas para testemunharem de sua fé sentiram-se revigorados.

Ao lado dos livros anteriores, O Grande Conflito, que será distribuído em 2023 e 2024, representa um material missionário forte e específico. Os textos foram cuidadosamente preparados para ajudar as pessoas a terem um encontro com o Senhor. Esse livro já transformou - e transformará - a vida de milhões de pessoas.

A entrega de literatura também é uma forma de compartilhar a volta de Jesus (Foto: Reprodução)

Na maioria dos contatos, os livros sempre são recebidos com interesse especial. A apresentação do material é curiosa e desperta em quem recebe interesse em saber mais sobre aquilo que está em suas páginas.

Um livro pregará por muito mais tempo. Ler um livro não depende de tecnologia ou equipamentos específicos, e é de uso imediato e em qualquer lugar. Um livro compartilhado pode alcançar dezenas ou centenas de pessoas.

Há uma responsabilidade, também, nas distribuições de livros, porque apresentam a muitas pessoas a chance de conhecerem a Palavra de Deus que de outra forma não conheceriam. “Em todos esses ajuntamentos devem estar presentes homens a quem Deus possa usar. Devem ser espalhados, como folhas do outono, entre o povo, folhetos que contenham a luz da presente verdade. Para muitos que assistem a estas reuniões, estes folhetos serão como as folhas da árvore da vida, que servem para cura das nações”, escreveu Ellen White no livro Evangelismo, na página 36. 

Aqui está o meu convite para você: envolva-se! Que Deus te abençoe muito ao cumprir o chamado que Ele te fez.

Rafael Rossi é evangelista da Igreja Adventista do Sétimo Dia para oito países da América do Sul e apresentador do programa Arena do Futuro, da TV Novo Tempo.


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