Como transformar a sua vida em missão? Foi a partir de atividades individuais que surgiram alguns dos principais ministérios missionários de apoio ao trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia, como o Ministério Motociclístico (AMM Brasil), Maranatha Volunteers e a Federação de Empreendedores, Empresários, Executivos e Profissionais Liberais Adventistas do Brasil (FE).  

Essas iniciativas ajudam milhares de pessoas ao redor do mundo. Cada uma com seu objetivo, mas todas pretendem ensinar sobre o amor de Jesus por onde passam. Seja por meio de construção de igrejas, patrocínios de projetos sociais ou o relacionamento com outros motoclubes, o resultado é o de batismos e transformação de vidas.  

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Pela primeira vez, esses ministérios foram convidados a participar do Concílio Anual da Igreja Adventista na América do Sul. Eles apresentaram relatórios que mostram os resultados dos trabalhos feitos em parceria com a denominação. O evento reúne líderes de oito países do continente. 

O ministério mais antigo é a FE, que surgiu nos Estados Unidos e sua primeira obra foi a construção de uma escola de missionários. À época, ainda não era organizada da forma como existe hoje, mas foi o início do envolvimento de adventistas na pregação do evangelho em suas diferentes formas, usando recursos próprios. “No Brasil surgiu há 31 anos. Deus colocou no coração de alguns empreendedores a vontade de que a nossa mensagem fosse divulgada pela televisão”, explica Renato Araújo, presidente da FE. Esse teria sido o embrião para o surgimento da Rede Novo Tempo de Comunicação. 

A partir de então, com maior estrutura, passou a apoiar outras iniciativas. “A cada ano nós escolhemos projetos com perfis diferentes pra gente ter uma variedade maior de pessoas alcançadas”, conta Araújo. Segundo ele, o foco está no financiamento de construção de igrejas e parcerias com outras instituições de fins filantrópicos. 

Hoje está presente em diversos países. O objetivo dos empreendedores e empresários é apoiar financeiramente projetos evangelísticos e com conhecimento, oferecendo um tipo de mentoria para a administração e gestão dessas iniciativas. 

Para o futuro, o plano é expandir e instalar bases da FE em outros países sul-americanos. O trabalho já está ativo no sul do Chile e a expectativa é chegar a outros lugares. 

Evangelho sobre duas rodas 

O AMM Brasil, assim como a FE, surgiu nos Estados Unidos a partir da vontade de um grupo de motociclistas de pregar o evangelho por meio daquela atividade. Nas suas muitas viagens, tinham contato com diversas pessoas e outros motoclubes. Viram ali a oportunidade de falar de Jesus. A iniciativa se espalhou pelo mundo e hoje existem motoclubes adventistas em diversos países. 

“A gente criou algumas frentes diferentes. Começamos a fazer obras sociais, evangelismo sobre rodas e visitações. Depois passamos a participar de eventos e a ficarmos conhecidos por outros motoclubes. As pessoas começaram a entender o nosso trabalho, nos chamar pra fazer a abertura de eventos com uma mensagem, com uma oração”, relata José Vieira Júnior, presidente da entidade no País. 

Hoje existem bases em diversas regiões, tornando possível atender milhares de pessoas. No Brasil, o grupo de mais de 3 mil pessoas tem desenvolvido iniciativas para atingir esse público por meio de estudos bíblicos direcionados e adaptados aos seus temas de interesse. Até agora, dos 1.500 estudantes, 600 já foram batizados. 

Infraestrutura para a missão 

Mas para receber todas as pessoas que são evangelizadas por meio da AMM Brasil, da FE e de outros ministérios, é necessário montar uma infraestrutura. E é aí que começa o trabalho da Maranatha Volunteers. Eles trabalham construindo igrejas, escolas e hospitais em diversos locais da América do Sul e do mundo. 

De acordo com seu diretor da sede brasileira, Marcos Pinheiro, desde o início do projeto, mais de 100 mil voluntários já atuaram de alguma forma. Mas paralelamente às expedições missionárias, a Maranatha Volunteers mantém funcionários que executam as construções durante todo o ano. 

Por meio de recursos advindos de doações, voluntários e colaboradores montam estruturas metálicas ou mesmo obras completas que oferecem condições para reunir pessoas e cuidar das comunidades ao redor. Por isso, também constroem poços artesianos que proporcionam água potável para consumo, agricultura, entre outros. 

O perfil dos voluntários ainda é majoritariamente jovem e feminino, segundo Pinheiro, mas tem mudado. Atualmente, pessoas mais velhas e de outras denominações têm se interessado em participar dos projetos e construções. 

Luis Mário Pinto, vice-presidente da Igreja Adventista na América do Sul, ressalta a importância do envolvimento dos membros. “A Igreja é formada por pessoas com múltiplos dons. Quando se unem, são fortalecidos por estarem inseridos num contexto similar à sua realidade. Entendemos como Igreja que devemos apoiar esses grupos no sentido de que sejam cada dia mais motivados a usarem seus talentos para alcançar pessoas para o reino de Deus”, afirma. 

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