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Cultos ao ar livre atraem pessoas para Pequeno Grupo

Cultos ao ar livre atraem pessoas para Pequeno Grupo

Encontros foram suspensos devido à atual pandemia, mas devem retornar em breve


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Grupo de jovens na praça louvando a Deus. (Arquivo pessoal - Fotos tiradas antes da pandemia)

O Pequeno Grupo da Praça, como é conhecido, começou a funcionar em janeiro do ano passado. Os integrantes pertencem à Igreja Adventista de Ceilândia e se reúnem toda sexta-feira à noite para compartilhar em público o amor de Deus. Neste contexto de pandemia da Covid-19, os encontros foram suspensos, mas devem retornar em breve.

Quem mais tem saudade das reuniões é o marceneiro Nelson José da Silva Júnior, líder do Pequeno Grupo da Praça. Ele lembra como tudo começou.

Antes de se tornar cristão, Nelson levava uma vida desregrada, em um casamento que ele considerava precoce. Mesmo após o nascimento de seus dois filhos, não largou os vícios. “Eu virava noites jogando sinuca apostada”, comenta.

Com o passar dos anos, a esposa de Nelson começou a receber estudos bíblicos pelo cunhado, que era adventista. “Durante anos ela frequentou a igreja esperando que eu deixasse meus vícios para me tornar adventista. Eu nem queria papo com meu irmão, muito menos queria saber de Bíblia”, revela o marceneiro.

Com um comportamento cada vez pior, a esposa de Nelson, sem saber mais o que fazer, decidiu que queria se divorciar. “Ela não aguentava mais e me mandou embora. Eu peguei minhas malas, mas não tinha para onde ir. Então eu disse a ela que me deixasse ficar com a promessa de que frequentaria a igreja”, relembra.

Diante do compromisso, a esposa lhe deu outra chance. O homem continuou bebendo todas as noites, mas uma vez por semana, conforme combinado, ia à igreja. “Eu ia muito em balada, mas meu corpo não aguentava mais. Eu estava muito doente. Meu fígado estava ruim”, conta. Foi nesse momento de desespero que Nelson decidiu entregar verdadeiramente a vida a Cristo. Em uma madrugada, decidiu que não queria mais praticar aqueles hábitos em sua vida. Ele queria ser batizado imediatamente. “Minha esposa explicou que antes do batismo eu teria que fazer um curso bíblico. Mas meu desejo era ser batizado o quanto antes”, destaca.

Nelson e família (Arquivo pessoal)

Ao conversar com o pastor da igreja frequentada por sua esposa, Nelson foi aconselhado a largar os vícios antes do batismo e receber os estudos bíblicos. O homem insistiu na ideia. "Faltava uma semana para o próximo batismo na igreja. Foi uma semana terrível para mim. Quando chegou o dia, peguei a única camisa social que eu tinha e fui à igreja. Nesse dia eu fui batizado”, conta, emocionado.

Nesse novo recomeço, um grupo de amigos fez toda a diferença na vida de Nelson. Os integrantes do pequeno grupo “Filhos do Rei”, liderado na época por Valéria, que é lembrada com carinho até hoje por Nelson, após 15 anos, marcou a vida do jovem. Hoje ele também lidera pequenos grupos e faz disso um ministério em sua vida.

Nelson, juntamente com os jovens da Igreja Adventista de Ceilândia, mantém o Pequeno Grupo da Praça. “Toda igreja que frequento tem que ter um pequeno grupo. Um dos projetos que mais gosto é fazer cultos na praça pública. Levo todos os jovens e fazemos os encontros na rua. Colocamos caixa de som, levamos comida, e a garotada da rua se junta a nós, além do pessoal que está jogando bola, fumando crack... Fico imaginando que neste momento de pandemia eles devem sentir a nossa falta”, lamenta. Os encontros devem retornar em breve, assim que o isolamento social finalizar.

No início, o intuito do pequeno grupo era socializar os jovens da igreja e incentivar a permanência na caminhada cristã. Mas o projeto cresceu e além dos integrantes da igreja, conta hoje com cerca de 10 visitantes por reunião. Porém, em algumas ocasiões, o número de presentes chegou a 40. “Nosso grande foco é a socialização dos jovens e convidados, além de levar mensagens bíblicas para a comunidade de um modo que ela possa nos ver e ter a curiosidade de conhecer nosso grupo”, diz Nelson.

Os resultados desse trabalho já começaram a aparecer. O grupo já tem um batismo agendado para ser realizado após a pandemia, quando os cultos nos templos voltarem a ocorrer.

Mesmo com as atividades presenciais suspensas, os integrantes mantêm contato através de grupos pela internet e com muitos planos para quando retornarem. “O pequeno grupo está com mais maturidade e o foco agora serão os amigos visitantes. Vamos apresentar Jesus e a Igreja para eles de forma agradável, almejando a entrega e o batismo”, conclui Nelson.