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Universitários desenvolvem pesquisa sobre Clube de Desbravador

Trabalho de Conclusão de Curso aborda a influência da atividade desportiva sobre o ânimo dos adolescentes


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Os universitários Elias de Carvalho Junior, Abner Gusmão de Souza, Christianno de Paula Oliveira, Luís Afonso Gurniak Biedrzycki e Ricardo Alexandre de Souza Gino durante a apresentação da pesquisa à banca avaliadora

Várzea Grande, MT… [ASN] Analisar a influência da prática de atividades desportivas no ânimo de adolescentes foi um dos principais objetivos do Trabalho de Conclusão de Curso de um grupo de universitários da cidade de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. A pesquisa se destaca por um diferencial: o estudo foi realizado com jovens que participam de um Clube de Desbravadores.

Elias de Carvalho Junior cursa a faculdade de Educação Física em uma universidade particular da Capital e deu a ideia de pesquisa aos seus colegas Abner Gusmão de Souza, Christianno de Paula Oliveira, Luís Afonso Gurniak Biedrzycki e Ricardo Alexandre de Souza Gino. O grupo escolheu o Clube de Desbravadores Conquistadores do Rei, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a qual Elias frequenta, localizada no bairro da Manga, região do Grande Cristo Rei, em Várzea Grande.

O estudo analisa a influência do exercício físico, sobretudo da prática de basquetebol, sobre os estados de ânimo dos adolescentes, antes e após um jogo. “Por que o basquete e não outra modalidade? Encontramos na literatura trabalhos realizados com essa temática apenas com as modalidades de futsal, voleibol e ginástica, mas não de basquete. Como essa foi uma das modalidades que o grupo cursou como disciplina, mais uma vez sobressaiu um ponto em comum para realização desse trabalho”, explica trecho da pesquisa.

“O estudo foi realizado com 20 adolescentes (10 meninos e 10 meninas) entre 10 e 15 anos de idade e utilizou uma espécie de questionário, chamado Lista de Estados de Ânimo Reduzida e Ilustrada. O material é composto por adjetivos positivos e negativos, como feliz, ativo, cansado, agitado, triste, calmo, sonhador, inútil. Para cada um há respostas com quatro intensidades: muito forte, forte, pouco e muito pouco, podendo ser escolhida apenas uma por item”, explica Elias.

Resultados

Os resultados apontaram que 55% dos adolescentes já se encontravam alegres e felizes antes mesmo de começar o jogo de basquete, fator que, segundo a pesquisa, pode estar relacionado ao fato de que a Igreja Adventista também realiza outras atividades com estes jovens, nas quais não apenas a parte física é valorizada, mas também a espiritual.

Após a prática do esporte, os adolescentes responderam à avaliação aplicada, escolhendo a intensidade muito forte para boa parte dos adjetivos positivos, como espiritual, sonhador (65%, ou seja, 15% a mais que antes da atividade física) e cheio de energia (60%, neste caso, 10% a mais que antes). “Isso nos fez perceber e confirmar que trabalhar o esporte de maneira educativa e ligada a outros valores, como os culturais e, por que não, religiosos (desde que isso não fira o direito de liberdade religiosa de ninguém) pode contribuir não só na formação dos adolescentes, como também manter a integridade emocional destes, diante de tantas mudanças pelos quais passam durante essa fase”, destaca o grupo.

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Os resultados da pesquisa apontaram que 55% dos adolescentes se consideravam alegres e felizes antes mesmo de começar o jogo de basquete, fator que pode estar relacionado à realização de outras atividades nas quais, além da parte física, também é valorizada a espiritual.

Já nos adjetivos negativos a intensidade “nunca” aumentou. A análise mostrou que 90% dos adolescentes não se consideravam tristes, 85% não se achava mais inútil ou apático e 80% não sentia medo. “Os resultados nos levam a refletir que é importante que a instituição dê continuidade nestas atividades de incentivo ao esporte, pois é um complemento educacional e pode auxiliar na condução desses jovens a uma vida mais saudável quando adultos”, afirmam os estudantes.

De acordo com Luiz Fernando Cardoso, pastor responsável pelas áreas de Desbravadores e Aventureiros para todo o Estado de Mato Grosso, a pesquisa confirma de forma científica os objetivos dos clubes. “Desejamos colaborar com a família e com a escola na formação das crianças. Este estudo ratifica aquilo que esperamos que aconteça em cada Clube de Desbravadores (que conta com adolescentes entre 10 e 15 anos) e Aventureiros (com crianças entre 06 e 09 anos). Afinal os benefícios das atividades que promovemos não devem limitar-se somente ao desenvolvimento intelectual e espiritual, mas também do físico, pois somente desta forma alcançaremos o desenvolvimento integral”, pontua.

Elias conta que o material teórico usado como base para a pesquisa incluiu o Manual Administrativo do Clube de Desbravadores e o livro Nossa Herança, que revela curiosidades sobre os pioneiros do movimento adventista no mundo e a história da igreja. “Não quero parar por aqui! Minha próxima pesquisa será com pelo menos 10 Clubes de Desbravadores de Cuiabá e Várzea Grande e terá o objetivo de analisar a influência das atividades no desenvolvimento de talentos, habilidades e percepções dos adolescentes”, anuncia Elias, que sonha em fazer Mestrado Profissional em Promoção da Saúde, no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP). [Equipe ASN, Dayane Nascimento]