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Liderança adventista discute questões sociais e envolvimento jovem na missão

Presidente, secretário e diretor financeiro falam sobre principais preocupações da Igreja em âmbito global da denominação.


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Líderes falam sobre o futuro e o envolvimento dos jovens na missão (Foto: Tiago Coelho)

A despeito dos dilemas sociais atuais, a liderança mundial adventista demonstra uma certeza: a preocupação com a missão de pregar o evangelho precisa ser a prioridade. O tom foi dado pelos recém-eleitos pastores Ted Wilson (presidente), Erton Köhler (secretário executivo) e Paul Douglas (tesoureiro).  

O trio conversou durante alguns minutos com profissionais de comunicação na tarde de quinta-feira, 9, em meio às reuniões da assembleia mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 

Desafios atuais na sociedade 

O primeiro indagado foi o pastor Ted Wilson, eleito para um terceiro mandato como presidente. A questão dirigida a ele foi sobre como a igreja enxerga os crescentes movimentos a respeito de conflitos étnicos, preocupações com igualdade entre homens e mulheres e pautas sociais. Wilson ressaltou que a melhor maneira de envolver todas as pessoas na causa do evangelho não é separando-as em diferentes categorias. E, sim, levando-as unidas em direção a um foco na missão. 

Na visão do presidente da Igreja Adventista no mundo, “quando nós focamos na missão, e a cada um é dada uma responsabilidade na igreja local, campo ou missão, há um maior senso de que estamos juntos como uma família”. Ele advertiu quanto a uma ênfase demasiada das pessoas ou o grande envolvimento apenas no ativismo em relação aos temas sociais. Para Wilson, isso pode levar uma perda de oportunidades para pregar o evangelho. 

O presidente da denominação no mundo destacou, ainda, que é preciso olhar para os desafios mundiais de uma forma mais ampla. Ele tem motivado a todos os administradores da organização serem mais abertos, transparentes e interativos a fim de pensar em todas estas questões, sempre com um olhar de respeito e inclusão. O intuito, segundo ele, é o de sempre ajudar a todas as pessoas a serem parte da missão. “Quando você foca na missão, todo mundo se sente realizado”, disse Wilson. 

Jovens e a secularização 

Confrontado com uma questão sobre crescente secularização da Europa, o pastor Ted Wilson frisou muito a importância do testemunho individual. Ele reconhece que métodos evangelísticos podem e devem ser planejados, porém o que cada pessoa fará poderá ter um impacto ainda maior. 

O pastor Erton Köhler, secretário executivo, também falou sobre os desafios da pregação em locais onde o evangelho hoje é pouco considerado, ou até ignorado por muitos, inclusive os mais jovens. Ele explicou que, quando pergunta sobre o que jovens podem fazer, tem dito às pessoas “façam o que podem por essa igreja”.  

Relevância, diálogo e foco missionário 

Köhler comentou que os jovens devem agir de forma relevante para ajudar a mudar a vida das pessoas.  Ao mesmo tempo, frisou que todos esses sentimentos de justiça social podem ser transformados, especialmente pelas novas gerações, em alta motivação para fazer uma revolução em termos espirituais. Desafiou, ainda, as pessoas a irem à prática, além dos importantes debates.  

Köhler avaliou, também, como a Igreja Adventista pode fazer sua parte. “Evidentemente nós precisamos ouvir e dialogar mais; em algumas situações, precisamos mudar, ser mais modernos, ajustar nossa estrutura e nossa realidade, entender mais o que as pessoas esperam da igreja e mudar a linguagem a fim de sermos capazes de nos comunicar com os jovens”, afirmou. Por outro lado, ele ponderou que grande parte das energias precisa ser canalizada para ações práticas no contexto da missão. 

O tesoureiro da Igreja Adventista do Sétimo Dia em âmbito mundial, Paul Douglas, lembrou que os mais experientes precisam permitir que os jovens se envolvam. Ele pediu mais oportunidades para os jovens se desenvolverem e explicou que a liderança precisa compreender isso em todos os níveis. 

Novas gerações, confiabilidade e tecnologia 

Quando se pensa em novas gerações, deve ser levada em consideração a necessidade de ser mais abrangente e contemplar outras questões relacionadas. É o caso do uso da tecnologia digital e da confiabilidade dos jovens em relação à igreja. Isso tem repercussão, inclusive, na questão de fidelidade.  

Erton Köhler comentou que é importante avançar mais no uso de meios digitais para facilitar, por exemplo, o acesso a formas de devolver dízimos e ofertas. Ele salientou, ainda, que a Igreja está crescendo em uma maior transparência quanto à aplicação dos seus recursos, o que gera confiabilidade na denominação.  

O secretário executivo apontou, também, que as novas gerações podem ser direcionadas a compreender a necessidade de cooperar em projetos globais, mas também em iniciativas locais.  

Discipulado e manutenção de membros 

No relatório da Secretaria Executiva mundial, apresentado nesta semana durante a assembleia mundial adventista, um dado chamou a atenção. A cada 100 membros que passam a fazer parte da denominação, pelo menos 53, infelizmente, deixam. Erton Köhler explica que a Igreja Adventista compreende que há pelo menos três grandes frentes para tentar frear essa saída. A primeira delas é o trabalho de comprometimento com o discipulado, ou seja, o processo contínuo em que membros mais experientes ajudam os mais novos nessa caminhada de fé. 

O segundo aspecto implica fortalecer a identidade profética da igreja. Ou seja, os fundamentos pelos quais as pessoas se identificam como adventistas do sétimo dia. “Nós temos um papel especial nesse tempo”, argumentou.  

O último aspecto destacado por ele foi o de que o trabalho mais forte e impactante precisa ocorrer nas congregações locais. “Nosso desafio é melhorar cada vez mais papel das igrejas locais. Nós precisamos criar estratégias e investir mais para realçar a liderança local”, assinala.  


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