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Indústrias adventistas têm foco na saúde do consumidor

Com linhas variadas de alimentos naturais e saudáveis, empresas ligadas à Igreja Adventista buscam trabalhar de forma integrada para otimizar a produção, a qualidade e o preço dos produtos


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Por Vanessa Arba

Marta Lima venceu o Lúpus combinando medicamentos com uma alimentação saudável. (Imagem extraída de testemunhal da Superbom)


Após vários exames que não conseguiam detectar o problema, Marta foi diagnosticada com Lúpus, em 2009. Durante o tratamento, uma das orientações da sua médica a surpreendeu: tomar um cálice de suco de uva todas as manhãs. Mas não qualquer suco; tinha que ser da Superbom. Ao perguntar à médica o motivo de ser específica quanto à marca, Marta teve a resposta: “porque o suco da Superbom é o mais puro.”

A doutora não fazia ideia de que estava falando de um produto familiar para Marta, que é membro da Igreja Adventista. A Superbom é uma das indústrias de alimentos mantidas pela denominação. Todas essas empresas são, por filosofia, especializadas em produtos naturais e saudáveis.

Hoje, terminado o tratamento, Marta leva uma vida normal, sem mais necessidade de medicamentos. Assista ao testemunho completo:

Uma filosofia pró-saúde

"A Igreja Adventista não trabalha com comércios, negócios ou organizações", explica o presidente da denominação na América do Sul, pastor Erton Köhler. "Apesar de manter hospitais, escolas, etc., tem um propósito maior por trás de cada uma dessas instituições. As fábricas de alimentos, de maneira especial, têm dois grandes objetivos. O primeiro é ajudar no cumprimento da missão, alcançando pessoas por um meio que não o convencional. E o segundo é propagar a crença bíblica, e que nós defendemos, da necessidade de uma vida saudável. Por isso nossas fábricas produzem alimentos diferenciados, com foco na qualidade de vida das pessoas", completa.

Para a Superbom, é motivo de orgulho estar fundamentada em princípios cristãos. "Ellen White [escritora adventista] diz que 'há muita religião num pão'", lembra o diretor da indústria, Adamir Alberto. "Em todos os nossos produtos temos identificado que somos uma indústria pertencente à Igreja Adventista. A nossa ideia é levar a todos os nossos consumidores a certeza de que estão consumindo um produto de qualidade, baseado na filosofia adventista".

A Superbom produz desde sucos integrais a proteínas vegetais, mel, patês e pastas, biscoitos e queijos veganos. Todos naturais. (Foto: Vanessa Arba)

A Superbom nasceu em 1925 com uma linha de sucos integrais. Hoje, com mais de 90 anos de mercado, possui diversos tipos de alimentos naturais, como proteínas vegetais, mel, biscoitos, queijo vegano, etc.

Apesar da crescente demanda do setor de alimentos saudáveis, não é fácil competir no mercado, especialmente se a empresa segue o ramo por questões filosóficas. Alberto lista os maiores desafios. "É uma dificuldade unir qualidade e preço. São quase incompatíveis! Ou o produto fica muito caro por ter qualidade, ou fica barato por não ter. Então, juntar essas duas coisas é trabalhoso. Outro grande desafio do alimento saudável é ter sabor, principalmente porque nós trabalhamos com produtos naturais, e nenhuma química. Mas, em termos comercias, não adianta ter qualidade e não agradar o paladar".

Nem diante do quadro desafiador a empresa perde seu espaço. Na verdade, a estratégia de inovação acaba sendo o seu maior estímulo. A sua linha de produção mais recente, a de queijo vegano, não teve precedentes. "Alguns produtos são derivações de outros, mas criar do zero é mais difícil. E o nascimento de um produto é algo interessante! Há aqueles que são pensados, e há outros que vêm pela necessidade do mercado, como por exemplo, o queijo vegano. Nós percebemos que não havia esse setor no Brasil, então buscamos desenvolver o produto. Nosso setor de criação une pessoas especializadas em engenharia química, de produção, de alimentos, nutrição, e por aí vai", explica.

A Superbom atende a todo o Brasil, em grandes redes de supermercados, lojas especializadas em produtos naturais e todas as lojas de instituições adventistas. Sobre vender fora do país, Adamir afirma: "Fazemos muito pouca exportação; já exportamos para o Japão, para o Chile... Estamos tentando abrir esse leque, mas ainda estamos no início desse processo", pontua.

Além dela, outras indústrias de alimentos pertencentes à Igreja Adventista atuam no continente, a saber: Granix (Argentina), Produtos Unión (Peru), Produtos Ceapé (Argentina), Superbom Chile e Alimentos Cade (Equador).

Encontro de administradores

Diretores das indústrias adventistas de alimentos querem trabalhar de forma integrada e otimizada. (Foto: Anderson Ueslei)

Nos dias 24 e 25 de janeiro, diretores e administradores dessas indústrias se reuniram na sede da Igreja Adventista na América do Sul, em Brasília, com o objetivo de reforçar os propósitos e integrar as forças das organizações. Para Köhler, a integração otimiza o trabalho em muitos aspectos.

"Algumas [das fábricas] são maiores, outras, menores, cada uma tem um know-how [conhecimento] diferente, um pessoal diferente, produz um material diferente, e nós queremos integrá-las para potencializar a equipe técnica, o mercado, o uso de insumos, a qualidade e o custo dos produtos. O objetivo é ter indústrias mais sólidas, produtos de melhor qualidade e que sejam mais acessíveis à grande população. Desta maneira, estarão ajudando a Igreja a cumprir sua missão de levar qualidade de vida às pessoas", considera.