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Filantropia facilita caminho para universitários alcançarem seus sonhos

Conheça histórias de estudantes que alcançaram seus sonhos por meio deste engajamento social.


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Filantropia é o caminho percorrido por muitos estudantes para alcançar seus sonhos. Hoje, mais de 8 mil entidades brasileiras estão engajadas nesta área (Foto: Unasp)

Oportunidades. Anos vêm, anos vão, e é atrás delas que todos correm, seja para alcançar o sonho de vida ou mesmo uma necessidade imediata. E num país com tantas iniciativas em tempos de crise, a filantropia se caracteriza como uma forma de ajudar aqueles que passam por algum tipo de dificuldade financeira. Anualmente, mais de 160 milhões de brasileiros são auxiliados por projetos dessa natureza, tanto nos âmbitos da saúde, educação e assistência social.

Neste 20 de outubro comemora-se o Dia Nacional da Filantropia, data instituída desde o ano passado pelo Fórum Nacional de Instituições Filantrópicas (Fonif) a fim de “fortalecer e transmitir às futuras gerações os princípios da compaixão e do altruísmo como base nas ações sociais em benefício do próximo”. Realizado pelas pessoas e institucionalizada pelas empresas, a filantropia é umas das formas de assegurar ao humano caminhos para o bem estar social e direitos constitucionais e para as empresas uma forma de imunidade tributária.

Para o vice-presidente da Fonif e também chanceler do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), professor Euler Bahia, a data nacional comemorada neste sábado serve para relembrar a importância das oportunidades oferecidas por iniciativas de cunho filantrópico.

Chanceler do Unasp e vice-presidente do Fonif, Euler Bahia defende a filantropia como um dos braços para assegurar a educação para todos. (Fotos: Nathália Lima)

“Filantropia é, em essência, uma forma de amor à humanidade. Amor que se manifesta por meio da compaixão, da solidariedade, da generosidade e da caridade. Essas atitudes tendem a reproduzir-se de forma a gerar um grande impacto naquele que é recebedor de uma atenção, à medida em que ele se emancipa da condição de carente. Essa é a grande virtude da filantropia”, explica.

Caracterizada como uma instituição de ensino filantrópica desde sua fundação, o Unasp anualmente concede bolsas de estudos para diversos estudantes que vêm das diferentes partes do País para tentar alguma vaga na área de graduação ou pós-graduação em seus campi. E num contexto de quase 20 mil alunos, as histórias com a filantropia transformam a vida dos estudantes.

Luan Ribeiro ganhou sua primeira bolsa de estudos em um colégio particular de Curitiba (PR) com 13 anos. Seus pais não tinham condições financeiras e a oferta de vagas na rede pública era escassa. Na época da faculdade, a oportunidade veio por meio da isenção das mensalidade por uma bolsa ganha do Unasp para cursar Teologia. E foi quando ele viu seu nome na lista de matriculados que percebeu o quanto já havia percorrido em busca dos seus sonhos.

“Minha vida mudou quando eu comecei a valorizar a educação, porque ela transforma e é poderosa nas mãos daqueles que querem vencer, contudo, ela também tem um custo. E o engraçado é que eu não podia oferecer nada pra instituição que financiava meus estudos, por isso decidi fazer o meu melhor, ser o estudante mais destacado. A responsabilidade do aluno muda quando a gente vê toda essa estrutura, porque a gente se torna responsável não apenas pelo nosso futuro, mas pelo nome da instituição”, ressalta.

Após terminar a graduação, Luan aplicou suas teses de pesquisa em algumas universidades e passou para cursar o mestrado na Universidade Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Atualmente, ele desenvolve seu PhD na mesma universidade americana, fruto da filantropia.

“A cultura da filantropia é a capacidade de transformação de vida das pessoas. Eu só cheguei aqui porque recebi ajuda e quero depois que terminar meus estudos voltar para o Brasil para ajudar estudantes que queiram vencer na vida e não tenham condições financeiras, e dar aulas na universidade que me abriu as portas para as oportunidades”, afirma o jovem.

https://youtu.be/nRT6gAgrA_c

Filantropia na Educação

O Brasil possui, atualmente, um total de 8.007 instituições filantrópicas, sendo 5.221 na área de assistência social, 1.393 educacionais e outras 1.393 em saúde. Em São Paulo, 475 entidades filantrópicas atuam no ramo educacional, sendo o Unasp uma delas que já oferece bolsas há mais de 100 anos. Só em 2018, a instituição quadricampi disponibilizou um total de 6.868 bolsas, dentre os 17.227 alunos matriculados.

Segundo o assistente social do Unasp, campus Engenheiro Coelho, Fernando Francato, e responsável pelo Serviço de Atendimento ao Aluno (SAA), a filantropia concede variadas bolsas acadêmicas para atendem a maior demanda de alunos que queiram estudar no local.

Só em 2018, a instituição quadricampi disponibilizou um total de 6.868 bolsas, dentre os 17.227 alunos matriculados.

“Por meio deste incentivo do Governo, existe uma troca do trabalho do aluno pela matrícula do estudo e valor da mensalidade. Acreditamos que, ao realizar essa troca, o ganho é mútuo. O aluno ganha experiência dentro e fora de sua área de formação, e a escola ganha com os estudantes e futuros profissionais preparados para as diversidades da vida”, explica.

O professor Euler Bahia defende que a filantropia é a forma da pessoa ter seu direito assegurado no que diz respeito à educação. Ele afirma que grande parcela da sociedade brasileira não tem recursos financeiros para ter acesso a uma instituição de qualidade, e que o sistema público, por si só, não dá conta do atendimento à demanda.

“Dessa forma, as instituições filantrópicas são um importante braço do Estado no sentido de ampliar a oferta de possibilidades de acesso, especialmente para a camada mais pobre da população, já que o critério de seleção obedece rigorosamente à condição socioeconômica dos postulantes”, assevera.

Acolhimento e o amor à humanidade

Entre os casos de estudantes que descobriram na filantropia uma nova cultura, encontra-se a estudante de Jornalismo Evelina Abdyl, que atravessou o Oceano Atlântico para chegar ao Brasil. Nascida e criada na Albânia, Evelina aprendeu a falar e escrever em português na prática por meio da oportunidade que lhe foi dada através de uma bolsa de estudos.

Estudante de jornalismo Evelina Abdyl atravessou o Oceano Atlântico para estudar no Brasil. Hoje estuda no Unasp por meio de bolsa de estudos.

“Eu já tinha decidido estudar Jornalismo, mas como não conseguiria fazer isso no meu país, o pastor da igreja local, que inclusive é brasileiro e conhece o Unasp, deu a ideia de eu fazer o curso aqui no Brasil. Era algo que eu nem pensava antes. Para mim era quase impossível, mas com a ajuda dele e do Unasp, consegui a bolsa integral. Um sonho realizado”, destaca a estudante.

Através do Unasp, Evelina fez amigos, aprendeu da cultura e também conheceu a colportagem, que é uma forma de subsidiar os estudos por meio da venda de manuais de saúde, família e bem-estar.

“A colportagem me ajudou bastante com a minha timidez. Foi uma segunda faculdade para mim. Aprendi a ultrapassar meus limites. Também tenho aprendido muito com meus amigos e as pessoas que sempre me apoiaram e me apoiam, tanto na faculdade como no meu setor no trabalho. Tem sido uma experiência incrível”, acrescenta.

Do Unasp para o mundo

A história de vida de João Victor Rocha também se mescla aos benefícios filantrópicos. O estudante do curso de Rádio e TV do Unasp foi bolsista no ensino médio, quando estudou no Instituto Adventista Brasil Central (IABC), em Goiás, e trabalhou no departamento de TI da instituição para complementar o pagamento de seus estudos. Mais tarde, também conseguiu o benefício ao vir para o campus Engenheiro Coelho.

Foi onde João Victor conheceu o programa de voluntariado da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). “Como eu não tenho dinheiro para sair do país e fazer intercâmbio para aprender a falar inglês, eu decidi tentar participar dessa seleção. Eu entendo que é muito importante que a gente tenha uma segunda língua, e essa foi uma oportunidade que a própria Igreja me deu”, conta. “O mais legal é que eu estou aqui [nos Estados Unidos], tenho uma bolsa do Unasp, e quando eu voltar depois desse ano de trabalho, poderei continuar com a mesma bolsa que saí. Essas são oportunidades que a gente só encontra em universidades com cunho social”, finaliza.