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Projeto oferece programa de inclusão para deficientes intelectuais

Na sala de aula, eles ganham tratamento diferenciado para que alcancem os mesmos objetivos de outros estudantes.


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O projeto Próximos Passos faz com que todos se tornem amigos e sempre ajudem uns aos outros (Fotos: Ellen Lopes)

Engenheiro Coelho, SP... [ASN] De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada em agosto e realizada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde, cerca de 6% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Entre elas estão a visual, auditiva, física e intelectual. A pesquisa ainda apontou que dessas, a deficiência física é a mais representativa e atinge 3,6 % dos brasileiros.

Já a intelectual – caracterizada por um funcionamento inferior à media e por limitações de adaptação em áreas como comunicação, segurança e funções acadêmicas, por exemplo - alcança 0,8%, e 0,5% já nasceram com limitações.

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Diante desse cenário, o programa Próximos Passos é pioneiro no Brasil e foi criado no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, para ajudar jovens com deficiência intelectual. O objetivo principal da iniciativa é auxiliar os alunos participantes a serem autônomos e ter responsabilidades quando forem adultos.

“Como todo jovem com deficiência intelectual, eles têm desejos, sonhos e querem crescer. Quando terminam o ensino médio, veem todos os seus colegas indo pra faculdade e eles vão pra casa, porque todas as pessoas acham que eles não têm condições de se desenvolverem, fazer um bom trabalho e de ter uma boa qualidade de vida”, analisa a coordenadora do projeto, Betânia Lopes.

Igualdade para todos

Eles participam de aulas específicas na área em que cada um quer atuar. Tayanara de Oliveira tem deficiência intelectual e sonha em ser professora, por isso, foi matriculada no curso de Pedagogia, assiste às aulas com alunas do curso e também tem o auxilio de professores e monitores voluntários em aulas separadas. Em alguns dias da semana, ela tem a oportunidade de estagiar na escola de educação básica do campus como professora auxiliar.

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Os alunos participam de aulas práticas com o auxilio de professores voluntários

Esse é o intuito do projeto, fazer com que eles se sintam especiais, participando de aulas em cursos em que cada um se adeque. Hoje, seis alunos são atendidos pelo projeto, e o crescimento é notável, afirma a coordenadora. “Todos os alunos tiveram um crescimento. Não podemos comparar quem cresceu mais, quem cresceu menos, exatamente porque a nossa proposta de trabalho é centrada na pessoa, no aluno, então nós montamos todos os programas, todas as atividades, a partir da quantidade de apoio que o aluno necessita”, esclarece Betânia.

As pessoas que auxiliam os alunos com deficiência intelectual não são professores contratados e nem monitores pagos. São voluntários e ajudam no programa pela manhã, à tarde e à noite vão para suas respectivas aulas. Sara Zózimo cursa Direito e garante que é a maior beneficiada desse projeto. “Isso me deixa muito feliz! O meu modo de ver as pessoas mudou. Aprendi a amar, ter paciência e ajudar. É incrível ver o potencial que cada um tem”, afirma.

O programa de inclusão tornou-se conhecido em todo o Estado de São Paulo. O grupo Santander premiou o Unasp e mais 11 universidades por ter projetos acadêmicos diferenciados. Próximos Passos ganhou destaque no prêmio de Inclusão Social. [Equipe ASN, Emilly Martins]