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Lei aumenta oportunidades e reduz empenho de jovens adventistas

Adventistas de todo o Brasil comemoraram uma das primeiras medidas do governo em 2019. Em 3 de Janeiro, foi sancionada a Lei N. 13 796 que permite aos alunos da rede pública e privada faltarem em provas e aulas por motivos religiosos sem custos adici...


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Estudante passa a ter mais recursos para impactar o mercado de trabalho

Adventistas de todo o Brasil comemoraram uma das primeiras medidas do governo em 2019. Em 3 de Janeiro, foi sancionada a Lei N. 13 796 que permite aos alunos da rede pública e privada faltarem em provas e aulas por motivos religiosos sem custos adicionais.

Entre os sabáticos, a lei tem grande impacto. “Instituições de ensino adventistas existem para preparar profissionais que exerçam um excelente impacto no mercado de trabalho. Com a nova lei, as possibilidades são maiores para os que não estudam em instituições adventistas”, apontou o pastor Antonio Edson, Diretor Geral da Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA). “Existem casos de pessoas que desistiram de estudar por conta dos desgastes que sofreu. Foi preciso procurar a promotoria para fazer prova e tudo mais. É bom saber que isso não vai mais acontecer”.

Para o advogado adventista, Luís Rodrigues, acabou o sofrimento.  “Agora, talvez, a saúde intelectual e psicológica do aluno que se enquadra nessa lei será respeitada. Ele não precisa sofrer por não poder realizar atividades exigidas pela própria instituição”.

Ele conta que ao entrar na faculdade, os dias letivos iam de segunda a sábado. “As aulas de sexta iam de 13h até às 18h40. Eu sempre perdia os dois últimos horários, além das aulas de reposição”. Provas, simulados e nivelamentos impostos por lei estiveram inacessíveis ao advogado. “A instituição chegou a se posicionar dizendo que não tinha a obrigação de tratar um único aluno de forma diferenciada. No 9° semestre,  ofereceram aulões e simulados para o exame da Ordem, todos aos sábados. Não assisti nenhuma aula, nem consegui o direito de assistir em outro horário”.

Estudantes precisavam se submeter a fazer provas longe da turma, apresentar trabalhos extras, entre outros. No caso da auxiliar contábil, Abigail de Mendonça, foi preciso comprovar seus conhecimentos debaixo de muita pressão. “Eu tive que fazer três provas de Economia de uma vez. Elas aconteceriam em três sextas-feiras a noite. Era isso ou ficar sem nota. Uma matéria difícil.”

William Sagica também teve problemas no curso de Educação Física. Ele reprovou por conta do sábado. “Na sexta-feira a noite eu tinha Anatomia que exigia aulas práticas. Conversei com a coordenadora do curso mas ela não conseguiu reverter a posição da professora. Acabei reprovando por falta em mais de um semestre em mais de uma disciplina”.

Ele comenta que a lei beneficia não somente alunos do ensino superior. “Precisou que muitas pessoas passassem por dificuldades, desistências na caminhada acadêmica, tanto no Ensino Médio quanto no Ensino Superior para que o futuro de outros pudesse ser melhor do que foi com a gente”.

Mesmo alunos do Ensino Fundamental podiam enfrentar problemas antes da lei sancionada. Lucas Ribeiro de Amorim tem apenas 13 anos. Aos 11, precisou se esforçar bem mais que os colegas para passar de ano. A mãe dele, Janine Fonte de Amorim, conta que Lucas ficou de recuperação em três matérias. Em alguns casos, metade da nota se perdeu por não participar de festas ou feiras que aconteciam no sábado. “Ele se sentia muito frustrado. Chorava. Ganhou peso pelo stress e estava sempre fazendo trabalhos extras”, relatou.

Quando estiver na faculdade, Lucas não terá este tipo de problema. A partir de agora, basta informar a Instituição de Ensino solicitando a ausência, como uma falta justificada. “Essa lei é um avanço constituído não sem o sacrifício de muitos outros alunos que reprovaram provas, semestres, mas mesmo assim não desistiram”, aponta Luis.

Uma  vez que estudantes adventistas  e não adventistas estejam equiparados em oportunidades, a capacitação dos profissionais adventistas também se aprimora. “Um bom profissional está sempre estudando, portanto a mudança faz toda diferença no impacto que um adventista pode ter no mundo como profissional.Agora teremos adventistas mais qualificados no mercado de trabalho”, explica o diretor.