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Educação Adventista inicia intercâmbio para a América do Sul

Programa de mobilidade entre as instituições é acessível e tem como objetivo a troca cultural, social, acadêmica e religiosa.


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O Colégio Adventista de Juiz de Fora, desde o início de 2019, tem se preparado para receber um grupo de estudantes do do Peru. A proposta é um intercâmbio entre as duas instituições, tendo como objetivo a troca cultural, social, acadêmica e religiosa.

No dia 24 de setembro, um grupo de doze estudantes da Universidad Peruana Unión (UPeU), aterrizou no Brasil e seguiu para Juiz de Fora, MG, para passarem cerca de 15 dias na cidade. Os estudantes peruanos vieram ao país após a Educação Adventista na região da Zona da Mata e Sul de Minas firmar parceria com a instituição no peruana.

Enquanto outros programas possuem custos elevados, o programa Desbravando Fronteiras saiu por um quarto do valor de outros programas de intercâmbio. E no mês de abril de 2020 será a vez dos alunos brasileiros aterrizarem no Peru para viverem a mesma experiência que os colegas peruanos vivenciaram no Brasil.

O professor de História e Filosofia, Wesley Oliveira da Silva, ressalta que além do conhecimento de uma nova língua, hábitos e cultura regional, participar de um programa de intercâmbio é entender na prática que "as diferenças não são limitadores de convívio". E no formato proposto pelo programa Desbravando Fronteiras, o aspecto da imersão cultural foi ainda maior.

"Nós tivemos as famílias acolhedoras, pais de alunos do Colégio Adventista que receberam os estudantes peruanos e ofereceram para eles o cotidiano e a rotina de um adolescente brasileiro", conta Fernando Furtado, diretor da Educação Adventista para a Zona da Mata e Sul de Minas.

A organização do programa teve o cuidado de designar os intercambistas para casas de estudantes da mesma faixa etária, como foi o caso da família Moreira. Eles receberam uma estudante peruana que regula a idade com a filha única do casal, a Maria Luiza. E durante o período do intercâmbio, envolveram a estudante em todas as atividades que fizeram.

"Minha filha e ela ficaram no mesmo quarto, dividiram o espaço como se fossem irmãs. Eu também cozinhei pra ela, fiz comidas típicas do Brasil, trocamos presentes, enfim, foi uma convivência muito harmoniosa", relembra Cláudia Moreira.

Sobre arte e comida

Durante o período em terras brasileiras, a rotina dos estudantes peruanos - e dos brasileiros acolhedores - foi intensa. Além de estudarem regularmente e participarem de todas as atividades acadêmicas de seus pares, o grupo também participou de passeios para conhecer a região e oficinas com aprendizado prático sobre o Brasil

Na aula de História da Arte, por exemplo, eles tiveram a oportunidade de conhecer a pesquisa da Valéria Mendes Fasolato, professora do Colégio Adventista de Juiz de Fora, que desenvolve um estudo de doutorado pela Universidade Federal de Juiz de Fora sobre a artista Maria Pardos, do início do século XX. Os estudantes tiveram a oportunidade de ver de perto um quadro pintado pela própria Pardos, que foi arrematado pela professora em um leilão.

"A reação dos alunos foi bem interessante, eles relacionaram a obra com a primeira guerra mundial devido a data da pintura, 1914. Quiseram passar a mão na obra, sentir a pintura e tentaram me ensinar o termo 'leilão' em espanhol", relembra a professora.

Além disso, na cantina do colégio, os alunos estudaram alguns aspectos da gastronomia brasileira. Conheceram ingredientes típicos das receitas do país e estudaram sua história. E para fechar o aprendizado, os alunos puderam ver como é feito um pão de queijo e entender um pouco deste prato que faz parte da cultura mineira.

"Toda comida, todo prato, tem uma história sobre a região em que nasceu e eu busquei levar isso pra eles, contando porque o pão de queijo, por exemplo, ganhou espaço na nossa cultura e faz parte da tradição do mineiro", revela Maria do Carmo Esch, professora de Geografia do Colégio Adventista de Juiz de Fora.