Tornar-se autor de um livro é uma grande conquista para qualquer pessoa. Certamente, o valor desse feito aumenta quando quem o realiza é uma criança. O projeto Eu, Autor, da Escola Adventista de Santa Inês (EASI), no Maranhão, ofereceu essa possibilidade aos alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.

Desde o maternal, em que estudam crianças de 2 anos, até os maiores, do 9º ano, todos foram convidados a participar do projeto e se tornar escritor ou ilustrador de uma obra literária. O tema era livre, cada um pôde escolher de acordo com o seu interesse. Depois de meses de trabalho, cuidado com a escrita, desenhos, correções e revisão final, as obras foram concluídas. Os professores de Língua Portuguesa e Artes e a equipe técnica da escola acompanharam todo o processo. Então, o próximo passo foi encaminhá-las para a editora responsável por produzir os livros.

Esforço e aprendizado

A coordenadora pedagógica Juliana Braga explica que o objetivo do projeto foi fazer com que os alunos desenvolvessem suas habilidades de escrita e ilustração, colocando suas ideias no papel. "Os alunos puderam escolher a qual dessas duas áreas eles gostariam de se dedicar mais. E fizeram parcerias uns com os outros. Portanto, nós temos obras que foram produzidas por um aluno que é o escritor e outro, que é o ilustrador", detalha Juliana.

O trabalho exigiu dedicação por parte dos alunos. Dependendo da escolha do tema da obra, eles precisaram buscar referências para escrever. "Alguns tiveram ideias inusitadas para escrever e portanto, foi necessário dedicar tempo à pesquisa e à leitura. Isso desenvolveu também o interesse pela leitura e a motivação para que vire um hábito", avalia a coordenadora.

Com as obras impressas, chegou o esperado momento de apresentá-las ao público e, especialmente, às famílias dos autores. Uma noite de autógrafos concluiu o projeto de forma emocionante, tanto para os alunos e famílias, quanto para a equipe da escola.

Livro na mão

Daniel Vitor e Ludmila Vidal, do 9º ano, escreveram um livro de não-ficção que trata da influência da internet na sociedade. Daniel foi responsável pelas ilustrações, ou seja, precisou ter bastante criatividade. Ludmila, a autora, estava bem familiarizada com o tema que escolheram. Posteriormente, ao ver o resultado final e ter o livro em mãos, a alegria foi enorme. "Foi muito gratificante ver o livro com o meu nome na capa, um livro de verdade. Eu fiquei muito feliz, uma sensação muito boa", afirma Ludmila.

Luana, mãe de Ludmila, ficou muito orgulhosa da filha, que estuda na EASI há dois anos. Com uma filha que sempre deu orgulho no estudos, Luana decidiu matriculá-la na melhor escola que pudesse. Como resultado, ela conta que percebeu a evolução da filha, tanto no lado acadêmico quanto pessoal. "Desde que eu soube do projeto numa reunião da escola, eu fiquei muito animada. Toda a família está orgulhosa dela. Eu perguntei pra ela se tem noção do que é ter um livro com o nome dela escrito na capa. Certamente, foi um trabalho muito lindo!", declara Luana.

Cores e letras

O pequeno Josué, de 4 anos, escreveu o livro "O Reino das Letrinhas". A designer gráfica Amanda Costa, mãe do menino, explicou a paixão que ele tem por cores e letras. "Josué está dentro do espectro autista; em primeiro lugar, ele ama as cores e o alfabeto. Por isso a história do livro dele foi toda sobre o colorido e as palavras que ele já sabe formar", conta Amanda.

Vendo o resultado do trabalho do filho, Amanda se derrete de orgulho: "É muito bom ter meu filho numa escola que coloca os princípios em primeiro lugar e se preocupa com o desenvolvimento da criança. Eu me sinto muito orgulhosa de ter um livro escrito pelo meu filho. Além disso, agradeço muito à escola por essa oportunidade".