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Alunos do Colégio Adventista de Foz do Iguaçu produzem livros no período de isolamento social

Material levou seis meses para ficar pronto e foi lançado em uma livraria da cidade.


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Estudantes ainda vivenciaram uma noite de autógrafos no dia do lançamento do material.

Já faz tempo que eles não sabem o que estar em uma sala de aula pertinho dos amigos, mas nem por isso, erraram a mão na hora de pensar, escrever, botar a criatividade em pauta e transmitir para uma folha de papel, o que se passa dentro da cabeça. Sobre os desafios gerados pelo isolamento na pandemia, o estudante Bernardo Rohen trata de reforçar. "Tá sendo um pouco difícil. Saudade dos amigos, da professora", pontua o aluno do terceiro ano do ensino fundamental. Já o João Vitor Coimbra, do quarto ano, lembra da falta de outros familiares. "Fiquem sem ver vários amigos e também meus primos, então foi muito difícil mesmo", conta.

Diante disso, ponto positivo para o colégio, que não só deu voz para que os alunos pudessem desabafar nas aulas online, como também trouxe a possibilidade de aprender transmitindo impressões e sentimentos para o papel. A proposta, imaginada pelo professor de educação física, Emerson Lourenço, fazia parte apenas de uma atividade do oitavo ano, mas tomou fôlego e se tornou um projeto pra várias idades. " [Eles] estavam muito tristes e pensativos sobre uma solução para passarem por essa situação. Aí teve um menino que começou a falar só sobre coisas positivas e eu falei “cara, que legal essa ideia! Vamos escrever um livro baseado no que vocês estão vivendo na quarentena?” Foi uma história maravilhosa, de superação, alguns alunos perderam entes queridos e queriam, inclusive, levar essa história de motivação pras outras pessoas por meio de poesias, desenhos", detalha Emerson.

O processo de escrita, revisão e publicação, que teve apoio direto dos professores e da editora responsável, durou cerca de seis meses e no início de dezembro, os estudantes vivenciaram uma noite de autógrafos numa livraria de Foz do Iguaçu. Para o pai do Bernardo, citado lá no começo da matéria, o projeto contribuiu tanto para a convivência familiar, como também para potencializar a criatividade do menino em um período tão complicado de readaptações. "A experiência foi fantástica, inusitada, a gente poder interagir, porque as atividades em casa já estavam sendo esgotadas, e essa tarefa que veio de fazer o livro criou um momento de interação legal. Todo o dia, a gente pensava em uma ideia de qual poderia ser a nossa tomada no percurso de construir o livro e foi muito edificante. Um momento de muita felicidade e de ver o potencial do meu filho em relação a criação", elogia.

Em sua publicação, o João Vitor decidiu contar um pouco da trajetória da sua família, experiência que o manteve mais feliz em meio as dificuldades. "Eu gostei muito de fazer esse livro. Foram vários dias, mas eu consegui transformar esse livro em uma obra prima minha. Eu resolvi contar a história da minha família por achar bastante interessante. Tive um pouquinho mais de esperança e alegria na minha vida", ressalta o aluno.

Para o diretor do Colégio Adventista de Foz do Iguaçu, Tiago Nascimento, foi gratificante ver que apesar da pandemia, houve uma oportunidade para que os estudantes pudessem crescer em vários aspectos por meio do projeto. "Após trabalhar por alguns meses com os alunos e ver as histórias, todo o contexto desenvolvido mostra realmente que, mesmo em um momento como esse que estamos vivendo, conseguimos trabalhar com os estudantes e eles conseguiram crescer em conhecimento, vivência e cultura", conclui.