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Alunos aprendem sobre gravidez precoce cuidando de “bebês” por uma semana

A iniciativa foi desenvolvida com os alunos do oitavo ano do Colégio Adventista São José dos Pinhais.


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A experiência aconteceu na escola, mas com continuidade dentro de casa.

A experiência aconteceu na escola, mas com continuidade dentro de casa.

São José dos Pinhais, PR...[ASN] Na teoria pode parecer fácil cuidar de um criança, mas na prática é bem diferente. Ainda mais quando essa situação acontece na adolescência. Como forma de conscientizar sobre a sexualidade e mostrar aos alunos que ter um filho implica muitas responsabilidades, o Colégio Adventista São José dos Pinhais promoveu um projeto interdisciplinar em que os alunos do oitavo ano cuidaram de “bebês” por uma semana.

Registro de nascimento, triagem, exame do pezinho e orientações de cuidados básicos fizeram parte do projeto.

Registro de nascimento, triagem, exame do pezinho e orientações de cuidados básicos fizeram parte do projeto.

Cada um dos estudantes, levou uma boneca com quem aprenderam os cuidados que uma criança de verdade necessita. Entre livros e a mochila da escola, os adolescentes levaram também uma malinha com os utensílios do bebê.

Mais próximo do real possível, os papais e mamães de primeira viagem tiveram o momento do registro do bebê, triagem, exame do pezinho e as primeiras orientações sobre banho e troca de fraldas. E mesmo com os conteúdos em sala de aula ou o horário do intervalo, os alunos não podiam abadonar o bebê um minuto sequer.

Mesmo sendo fictício, o assunto foi levado a sério. A iniciativa causou reflexão. “Eu achava que era bem mais fácil. O fato de saber que tem essa obrigação já muda muita coisa. É uma boneca, mas e se fosse de verdade?”, questiona Sofia Machado, de 12 anos.

Os alunos aprenderam a dar banho e a trocar fraldas.

Os alunos aprenderam a dar banho e a trocar fraldas.

A aluna ainda revela que seu pai abraçou tanto a ideia que a acordava até de madrugada para cuidar do bebê. “Meu pai colocou um despertador com choro de criança e às três da manhã ele me acorda para pegar a boneca no colo por um tempo, e só depois eu posso voltar a dormir”, conta.

O projeto surgiu em uma aula de Redação, quando a professora Regina Dias começou a abordar o texto do livro didático sobre a violência entre quatro paredes. O assunto desencadeou muitos outros temas e dúvidas, até chegar na gravidez na adolescência. “No decorrer da aula, percebi que precisávamos ir além, que os alunos precisavam de orientação para que no futuro eles tivessem consciência do que estavam fazendo. Nós fizemos várias pesquisas sobre gravidez na adolescência e eles perceberam as consequências disso”, explica a professora.

130 alunos participaram da iniciativa.

130 alunos participaram da iniciativa.

Em parceria com a disciplina de Ciências e Matemática, o projeto também abordou a parte fisiológica além da financeira, com a criação de uma planilha com todos os gastos mensais de uma criança.

“Está sendo legal, mas muito trabalhoso, porque a gente não sabe direito o que fazer, porque ainda não temos uma vida estabilizada. Se a gente tem filho muito cedo, muitas vezes tem que interromper os estudos por causa disso, porque a criança precisa de atenção, então prejudica muito”, analisa Marcos Roberto, de 13 anos.

Além das pesquisas e da prática, os alunos também ouviram relatos de um casal que há pouco tempo teve seu primeiro filho e partilhou as experiências vividas. Um bate papo com psicólogos junto aos pais  dos alunos acontecerá na próxima semana. [Equipe ASN, Jéssica Guidolin/ Fotos: Jéssica Guidolin]

O projeto chamou a atenção da imprensa.