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Ser mulher segundo a Bíblia

No Dia Internacional da Mulher, uma discussão, a partir da visão bíblica, sobre questões atuais como a igualdade de gênero.


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Mulheres têm uma papel importantíssimo apontada em toda a Bíblia. (Foto: Shutterstock)

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gênesis 1:27 ARC).

Ser imagem de Deus não é um privilégio masculino. Mulheres e homens compartilham do mesmo status, e em nenhum lugar a Bíblia diz que as mulheres são menos imagem de Deus do que os homens. Em vez disso, afirma que homens e mulheres são interdependentes e não poderiam existir sem o outro (1 Coríntios 11:7-12).

A mulher foi criada por Deus para ser uma auxiliadora idônea do homem (Gênesis 2:18). Mas, veja: “auxiliadora” (ezer, em hebraico) não é alguém inferior, pois Deus é ezer da humanidade e não é inferior à humanidade (Salmo 33:20; 70:5). Já a palavra idônea passa a ideia de estar em frente a alguém, de maneira simétrica, mas sendo outro ser, outra individualidade. Ou seja, há igualdade e há diferença entre mulher e homem.

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A Bíblia destaca a diferença e a igualdade entre marido e mulher no casamento. E ordena que os maridos tratem as mulheres “com honra, como parte mais frágil (diferença) e co-herdeiras (igualdade) do dom da graça da vida” (1 Pedro 3:7 NVI). Espiritualmente, mulheres e homens compartilham a mesma herança, as promessas de Deus são para ambos, “filhos e filhas” (2 Coríntios 6:18; Atos 2:17).

Proteção da mulher

A fragilidade física da mulher é uma verdade bíblica e um dado natural. Ignorar isso sob uma falsa pretensão de igualdade física não contribui para a proteção da mulher – somos naturalmente diferentes. Porém, a fragilidade não deve ser pensada como inferioridade, embora exija cuidados: pense numa cerâmica valiosa, frágil, mas não inferior (1 Pedro 1:7; 2:7).

A Bíblia corrige os erros de superioridade masculina que surgiram com o pecado, e que se manifestaram em todas as culturas da história. O “domínio” masculino, após o pecado, (Gênesis 3:16-19; conforme Efésios 5:25, 28) é uma liderança que deve ser encarada como uma solene responsabilidade de proteger e cuidar. Deus disse à Eva: “o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará. (Gênesis 3:16)”. O termo governar indica um governo amoroso como o de Deus (Salmo 22:28; 66:7), com respeito, proteção e carinho (Isaías 40:10-11).

A verdade bíblica da igualdade essencial estará sendo negada sempre que mulheres forem consideradas inferiores aos homens, incapazes de votar ou possuir propriedades. Ou sempre que esposas forem proibidas de estudar ou ter seus próprios empregos (Provérbios 31:10-31). Ou sempre que maridos agirem de forma egoísta e mulheres forem vítimas de violência, como o abuso sexual, o infanticídio feminino ou o aborto seletivo por gênero. A Bíblia já começa com uma verdade fundamental e irrefutável que pode corrigir qualquer cultura onde tais coisas aconteçam.

Finalmente, jovens cristãs precisam se reconciliar com o ensino bíblico sobre casamento e maternidade. Você não precisa ser casada ou mãe para ter um conceito bíblico de maternidade e ver o casamento como uma instituição divina. Não são as nossas experiências pessoais ou a cultura que definem essas coisas, mas a Palavra de Deus. Mulheres cristãs podem lutar por dignidade na sociedade com base nas alegações bíblicas, sem negociar princípios e negar verdades.

É preciso interpretar a busca das mulheres por igualdade por meio das lentes da Bíblia. Os movimentos feministas querem uma vida melhor para as mulheres, mas é necessário avaliar as propostas feitas para atingir esse objetivo. Nem todos os caminhos propostos para alcançar a equidade têm a aprovação bíblica.

Como disse a missionária Elisabeth Elliot: “o fato de eu ser mulher não faz de mim um tipo diferente de cristã, porém o fato de eu ser cristã faz de mim um tipo diferente de mulher”.


Vanessa Meira é pedagoga, mestre e doutoranda em Teologia.