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Igreja de Goiás recebe estrangeiros haitianos

Classe de Escola Sabatina foi criada para receber melhor os estrangeiros.


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Sebastian, 3º da esq. para dir., com seus alunos da Escola Sabatina. Alguns são adventistas desde que nasceram, outros estão voltando agora a frequentar a Igreja Adventista.

Goiânia, GO... [ASN] Uma Classe de Escola Sabatina foi criada na cidade de Aparecida de Goiânia, em Goiás, especificamente para atender cerca de 20 haitianos que chegaram ao local. “Falar é a maior dificuldade para eles, mas o fato da maioria saber espanhol facilitou os primeiros contatos com a Igreja”, afirma Sebastian Reis, professor e criador da classe de Escola Sabatina para os haitianos da IASD Aparecida de Goiânia.

Segundo Sebastian, a ideia de criar uma classe específica para eles veio logo no início, “nós falávamos em português e eles ficavam de cabeça baixa. Isso mexeu comigo”. Apesar de ser o único adventista daquela igreja a falar francês, as pessoas daquela comunidade não medem esforços para tentar entendê-los e ajudá-los.

“O Sebastian sempre foi nosso intérprete. Buscamos então, saber mais a respeito da vida de cada um, se estavam legalizados no Brasil, se já tinham cartão do SUS e carteira de trabalho, assim ficamos à disposição para ajudar de todas as formas possíveis”, acrescenta Mayllanne Lisboa, uma adventista da região.

Serviço cristão

Diversos estrangeiros que passaram por ali já foram beneficiados com roupas, cesta básica e ajuda para tirar documentos. Um casal, no qual a mulher estava grávida, conseguiu um lugar para ficar durante um mês, enquanto não conseguia trabalho, como conta Mayllanne. “Nos lugares que eu ia com eles o preconceito era grande. O esposo dela é graduado e sabe várias línguas, no Haiti foi professor de francês, mas aqui não estava conseguindo trabalho”, relata indignada.

Os haitianos representam o maior número de trabalhadores estrangeiros formalizados no Brasil, de acordo com o site MigraMundo, em reportagem especial sobre o crescente número de imigrantes na região central do Brasil. Só em Goiás, o Ministério do Trabalho e Emprego do estado, SRTE/GO, emitiu cerca de 600 carteiras de trabalho para estrangeiros em 2015.

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Apresentação musical em crioulo, língua materna dos haitianos.

Os adventistas da cidade de Aparecida de Goiânia vão conhecendo as histórias de cada estrangeiro, histórias muitas vezes difíceis, como relata o haitiano Mony Silencieux. “O Haiti é um país que sofre demais com terremotos, ciclones e às vezes também, com grupos de bandidos que dominam algumas cidades. Eles saem com fuzis na rua matando muita gente e a polícia não pode fazer nada contra eles. A gente tem sofrido muito, por isso nós saímos em busca de um lugar melhor para morar. Minha esposa e meus quatro filhos ficaram lá, espero ter condições para trazê-los em breve”, expõe Silencieux.

Cada adventista da IASD Aparecida de Goiânia tem algo para ensinar e alguma coisa a aprender, por isso se envolveram, de acordo com Mayllanne. “Nossa igreja se envolveu de verdade nessa missão, as pessoas buscam a Igreja não só com necessidades espirituais, principalmente os estrangeiros que aqui não têm família. Precisamos suprir também as necessidades emocionais e físicas deles”, aconselha.

Hoje, cerca de 30 haitianos assistem a classe de Escola Sabatina para estrangeiros e alguns deles estão se preparando para batizar. [Equipe ASN, Jéssica Veloso]

Fotos: Marly Varanda