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Comportamento

O certo está errado?

São Paulo, SP [ASN] Eu estava voltando para casa. Tinha acabado de sair do shopping com o presente da minha namorada em mãos. No dia seguinte completaríamos mais um ano de namoro. O caminho do shopping até minha casa dava uns 15, 20 minutos de caminh...


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textoSão Paulo, SP [ASN] Eu estava voltando para casa. Tinha acabado de sair do shopping com o presente da minha namorada em mãos. No dia seguinte completaríamos mais um ano de namoro. O caminho do shopping até minha casa dava uns 15, 20 minutos de caminhada. Não passava das 22h, quando de repente, no meio do caminho aconteceu... Fui assaltado.

Você já foi assaltado?

Creio que para a maioria a resposta será positiva. Pois bem, naquela noite foi a minha vez. Fui abordado por três indivíduos, que levaram meus pertences, mas essa não foi a pior parte.

Depois que tudo aconteceu, eu continuei seguindo meu caminho pensando no que eu poderia ter feito para não ter passado por aquilo. Eu deveria ter prestado mais atenção! Por que não voltei para casa de ônibus? Não devia estar andando sozinho essa hora da noite!

O meu sentimento era de incapacidade diante da situação, e por algum tempo eu achei que deveria ter feito algo diferente naquela noite. Algo que me levasse a não passar por aquele assalto. Me culpava por aquilo.

Com certeza, (se você já foi assaltado) isso também passou pela sua cabeça. O que eu deveria ter feito para isso não ter acontecido?

Hoje em dia, quando alguém passa por uma situação como essa é comum ouvirmos frases do tipo: Quem mandou andar sozinho essa hora? Isso que dá comprar celular caro! Da próxima vez, não fique dando mole por ai! Eu comecei a perceber que todas essas frases colocam a culpa, não no ladrão, mas sim na vítima. Ou seja, quem está certo acaba virando o errado da história. Há uma inversão de papéis, que tenta justificar o fato colocando a culpa na vítima.

Quando eu fui assaltado, estava simplesmente caminhando de volta para minha casa. O que há de errado nisso? Nada. Se tem algo ou alguém errado nessa situação, com certeza não era eu. Eu não precisava me martirizar, pensando em situações que eu poderia ter feito para evitar aquilo.

Essa inversão de certo ou errado acontece em vários casos. Quantas vezes você já não ouviu que a culpa de um abuso sexual era da mulher, só por que ela estava andando sozinha a noite, e não do individuo que cometeu o crime? Isso é mais comum do que parece. Basta prestar um pouco mais de atenção, e você vai perceber.

Eu só consigo achar uma explicação. Nosso mundo já está tão corrompido pelo pecado, que a culpa caí sobre a pessoa errada. Estamos tão acostumados a conviver com a maldade, que ela já está instalada em nossa sociedade. E, infelizmente acabamos invertendo vítima e culpado. O certo virá errado e vice versa.

Entretanto, pela graça de Deus, logo estaremos vivendo em um lugar onde não existirá mal, culpa ou vítima. [Equipe ASN, Augusto Cavalcanti]