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Através de hashtags criativas, Pastor cria identidade na juventude de MS

O sucesso entre os jovens é nítido e o carinho com que eles falam e se aproximam do líder também é evidente e mostra que não existem barreiras, ao contrário, basta observar uma conversa entre o líder e os jovens que entendemos que a proximidade deles...


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Bataguassu, MS...[ASN] Em tempos de rede social a criatividade precisa ser o impulso para cada novo trabalho. Vivemos em um período em que o obsoleto parece mesmo coisa programada e nesse mundo onde likes, compartilhamentos e visualizações acabam se tornando o termômetro oficial da boa repercussão, o complicado mesmo é inovar.

E quando o assunto é a evangelização, não é diferente. Pastor na igreja adventista de Bataguassu, cidade a 335 quilômetros de Campo Grande, José Lino Neto, de 31 anos, – o Lino – desenvolveu uma linguagem simples e através da rede conseguiu criar uma identidade na juventude que vem liderando. “No começo do ministério, na capelania do CAJE (Colégio Adventista Jardim dos Estados), eu não tinha nem um celular que tirava foto. Aí consegui trocar de aparelho e criei a ‘selfie do pastor’ e isso já veio com a hashtag que a gente usava desde o internato, então, acabou criando um vínculo muito grande com tudo o que já estava acontecendo com o grupo de estudo bíblico dos alunos”, conta Lino.

A #selfiedopastor durante reunião com grupo de jovens da IASD de Bataguassu.

A #selfiedopastor durante reunião com grupo de jovens da IASD de Bataguassu.

A tag a que ele se refere foi o ponto de partida para tudo o que acontece agora na rede. Segundo o pastor, ainda quando estava na faculdade de teologia e prestes a se casar, a rede social Twitter era uma das mais utilizadas na época e com a aproximação do casamento de Lino com a esposa, Juliana, os amigos criaram a tag Casamento do Zé para publicaram informações sobre o evento. Mas ao ler, sem acento, parecia #casamentodoze, então, assim, sem querer, o nome pegou. “Aí a gente se tornou o #casal12, que mudou para a #casa12, deu início ao #ministério12, #PG12 (em referência ao Pequeno Grupo com os alunos do colégio) e virou nossa marca”, explica.

Marca que ele soube tirar bom proveito e continua perpetuando o significado do seu ministério. O início das tags pode até ter sido quase “acidental”, mas o que veio depois mostra que a criatividade do líder consegue a atenção da juventude e passa a mensagem numa linguagem que eles entendem, se identificam e tomam pra si.

“A gente abusou das redes sociais para integrar a galera e mostrar pra eles que podemos estar conectados falando de algo que faz a diferença. É tirar o melhor que a internet pode oferecer para criar essa identidade nos jovens, pois eles vivem intensamente essa época onde tudo é instantâneo”, comenta.

O #casal12 em uma das diversas selfies que ganham a legenda #uhuuBataguassu, colocando a juventude adventista da cidade em evidência na web.

O #casal12 em uma das diversas selfies que ganham a legenda #uhuuBataguassu, colocando a juventude adventista da cidade em evidência na web.

Criando vínculos

Atuando como pastor há três anos, Lino iniciou no Mato Grosso do Sul como capelão do Colégio Adventista Jardim dos Estados (CAJE), onde, segundo ele, a ideia de disseminar os princípios bíblicos através da internet foi um caminho mais fácil, até pela realidade da juventude em Campo Grande. “Hoje aqui em Bataguassu criamos a tag #distrito12 para continuar atuando e logo em seguida, de forma descontraída surgiu a tag #UhuuBataguassu, que é uma forma de eles enxergarem que temos essa marca. Atualmente, nós trabalhamos com outra abordagem, pois a realidade é diferente de Campo Grande. Por exemplo, aqui na cidade não existe 3G ainda e só temos internet banda larga, então eu não preciso atuar de uma forma muito grande dentro da internet, mas preciso ter uma influência lá. Inclusive, os jovens das outras igrejas de cidades próximas daqui sabem que se fizerem uma busca pela nossa tag irão aparecer as fotos da nossa igreja, do nosso povo, da nossa comunidade e de tudo o que estamos fazendo aqui. Então isso funciona mesmo como um vínculo, para que eles reconheçam e criem essa ideia também aqui na cidade. E, dessa maneira, até pessoas que não são da igreja, quando virem ou ouvirem identificam que são os jovens adventistas”, explica o líder.

O sucesso entre os jovens é nítido e o carinho com que eles falam e se aproximam do líder também é evidente e mostra que não existem barreiras. Ao contrário, basta observar uma conversa entre o líder e os jovens que entendemos que a proximidade deles vem daí, da ausência de barreiras que o próprio pastor criou para eles se sentirem à vontade. “Eu sempre fui mais alegre, de família italiana, falo alto e falo com as mãos. Talvez isso tudo crie um elo com eles e também o fato de eu tratá-los como eu trato os adultos”, acredita.

O bom andamento do ministério deu-se graças à possibilidade que Lino criou ao conseguir entrar na esfera da nova geração. “Deus tem conduzido o nosso ministério de uma forma que a gente consiga a atenção dessa nova turma. Não que o ministério tenha que se basear nisso, mas sempre que houver uma afinidade, uma porta a mais para abrir a gente tem que tentar, e ser influência positiva nesse meio, criar uma identificação com os jovens e fazer com que eles entendam que estamos ali para o que precisarem”, define.

E nessa caminhada ele pode contar com a #parceira12, a pedagoga Juliana Dias, esposa e incentivadora. “A Jú também dá a maior força e tem esse lado desinibido e extrovertido que ajuda muito. Ela abraça a causa e virou a conselheira das meninas. Então elas têm essa liberdade de sentar, conversar com ela e essa abertura facilita o trabalho pastoral, principalmente com a juventude”, opina.

Juliana e Lino, casal pastoral que tem integrado a conectividade ao dia a dia deles para se aproximar da juventude.

Juliana e Lino, casal pastoral que tem integrado a conectividade ao dia a dia deles para se aproximar da juventude.

Mas como tudo na vida, é preciso achar o equilíbrio para que toda nova ideia dê certo. Com a internet funciona da mesma maneira e é preciso entender o público alvo para saber como trabalhar da maneira correta. “Tem cidade aqui que se eu colocar uma hashtag não vai pegar, porque a internet não é o contexto. Não é como em Campo Grande que eu colocava três, quatro posts por dia. Aqui eu coloco um post a cada dois, três dias, mas trabalhando dessa maneira conseguimos continuar dentro da web e tem dado certo”, finaliza. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin]

Fotos: José Lino e Juliana Dias.