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O poder triunfante da verdade - Parte 3

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Saudações, amigos. Em nossa apresentação anterior, vimos a posição ousada que o grande reformador, Martinho Lutero, assumiu na Assembleia Nacional, em Worms, Alemanha. Recusando-se a negar as verdades encontradas na Palavra de Deus, Lutero declarou solenemente: "Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras...; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me" (O Grande Conflito, página 160).

Coragem de Lutero

Por um tempo, toda a assembleia ficou sem palavras, espantada espanto com a bravura desse homem. No livro O Grande Conflito, Ellen White descreve a cena desta maneira:

"Assim se manteve este homem justo sobre o firme fundamento da Palavra de Deus. A luz do Céu iluminava-lhe o semblante. Sua grandeza e pureza de caráter, sua paz e alegria de coração, eram manifestas a todos ao testificar ele contra o poder do erro e testemunhar a superioridade da fé que vence o mundo" (O Grande Conflito, página 160).

Herege incorrigível

Por fim, o silêncio foi quebrado. "Se não se retratar", gritou o porta-voz da Assembleia, "o imperador e os governos do império consultar-se-ão quanto à conduta a adotar-se contra o herege incorrigível" (O Grande Conflito, página 161).

Os amigos de Lutero tremeram ante essas palavras, mas o reformador respondeu calmamente: "Queira Deus ser meu auxiliador, pois não posso retratar-me de coisa alguma" (O Grande Conflito, página 161).

Depois de se consultarem, os membros da Assembleia decidiram dar a Lutero mais uma oportunidade de se retratar. Mas o reformador simplesmente respondeu: "Não tenho outra resposta a dar, a não ser a que já dei" (O Grande Conflito, página 161).

Ficou claro para todos que o reformador não seria persuadido nem por promessas nem por ameaças a ceder sua consciência ao poder de Roma.

Roma recusa a luz da verdade

Lutero voltou para onde estava hospedado na cidade de Worms enquanto o legado romano, Aleandro, usava toda a sua eloquência e habilidades diplomáticas para persuadir Carlos, o jovem imperador alemão, a condenar o humilde monge e manter amizade com a poderosa Roma. As palavras de Aleandro foram poderosas e no dia seguinte o imperador anunciou à assembleia nacional sua determinação de manter e proteger a religião católica. "Estou firmemente resolvido a imitar o exemplo de meus maiores," ele afirmou. (O Grande Conflito página 163). Em outras palavras, embora conhecesse os ensinamentos de Lutero e tivesse ouvido seu testemunho, decidiu recusar a luz que lhe fora apresentada.

"Muitos hoje se apegam de modo idêntico aos costumes e tradições de seus pais," escreveu Ellen White. "Quando o Senhor lhes envia mais luz, recusam-se a aceitá-la. . . Não seremos aprovados por Deus olhando para o exemplo de nossos pais a fim de determinar nosso dever, em vez de pesquisar por nós mesmos a Palavra da verdade" (O Grande Conflito, página 164).

Lutero em risco de morte

Assim que o imperador anunciou sua decisão de apoiar a Igreja Romana, a segurança de Lutero foi imediatamente posta em risco. Alguns pediram que ele fosse preso imediatamente, enquanto outros, incluindo o próprio imperador, insistiram que o salvo-conduto de Lutero fosse honrado. No entanto, aqueles que favorecem Roma prevaleceram sobre o imperador para emitir um decreto que, assim que o salvo-conduto de Lutero expirasse, medidas seriam imediatamente tomadas contra ele. Ele foi denunciado como "o próprio Satanás sob a forma de homem e sob as vestes de monge… Proibia-se a todas as pessoas abrigá-lo, dar-lhe comida ou bebida, ou por palavras ou atos... auxiliá-lo ou apoiá-lo. Deveria ser preso...e entregue às autoridades. Presos deveriam ser também seus adeptos, e confiscadas suas propriedades" (O Grande Conflito, página 167).

Deus guarda o fiel servo

Mas Deus ainda estava guardando o fiel servo de perto e providenciou uma maneira de escapar por meio de Frederico da Saxônia, um amigo de alto escalão da Reforma. Em um resgate ousado, Lutero foi arrancado de seus assistentes enquanto voltava para casa e foi rapidamente carregado a cavalo pela floresta até o castelo de Wartburg. Isolado, Lutero produz alguns dos trabalhos mais importantes.

E foi lá, naquela fortaleza isolada na montanha, onde Lutero realizou alguns dos trabalhos mais importantes e duradouros – inclusive a tradução do Novo Testamento para o idioma alemão. Embora os inimigos de Lutero pensassem que o reformador havia sido silenciado, ele continuou a obra. Além de traduzir o Novo Testamento, Lutero escreveu numerosos folhetos que circularam por toda a Alemanha. Seus inimigos ficaram atônitos e confusos com a prova tangível de que o reformador estava vivo, e a mensagem bíblica ainda estava sendo proclamada por toda a terra.

Martinho Lutero poderia dizer, assim como o apóstolo Paulo na carta a Timóteo: "Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho. É por ele que estou sofrendo até algemas, como malfeitor. Mas a palavra de Deus não está algemada. Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna" (2 Timóteo 2:8-10 NAA).

Louvamos ao Senhor pelo exemplo de Paulo, Martinho Lutero e tantos outros que, pela força de Deus, foram fiéis à Bíblia, apesar da perseguição, e fizeram com que a luz chegasse até nós hoje.

Vamos orar juntos agora.

Oração

Pai nosso que estás nos céus, obrigado por protegeres a vida de Martinho Lutero. Obrigado por inspirá-lo a traduzir a Bíblia. Obrigado por ajudá-lo a escrever mensagens de encorajamento e verdade para as pessoas, para que mentes sejam despertadas para o que Tu desejas que elas saibam da sala do trono do Céu, que é compreender a Palavra de Deus, que é para elas e para nós também. Senhor, guia-nos ao nos apoiarmos nos ombros daqueles que partiram antes, permanecendo verdadeiros e firmes pela Palavra de Deus conforme ela é. Obrigado por esta palavra preciosa e que ela nos sustente no futuro, pois enfrentaremos dias desafiadores pela frente. Agradecemos pela Palavra de Deus. Em nome de Jesus, pedimos. Amém.


Ted Wilson é o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.