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Estudo ensina preparo para difíceis tempos finais do mundo

A temática de tempos finais complicados, descritos profeticamente na Bíblia, recebeu abordagem mundial por meio de estudo preparado pela Igreja Adventista


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Por Felipe Lemos

Capa do próximo guia de estudos temáticos da Bíblia lançado pelos adventistas em nível mundial. Foto: Reprodução

Os adventistas do sétimo dia são conhecidos por seu papel como defensores da interpretação das profecias bíblicas por um olhar historicista. Dezenas de livros são produzidos anualmente para auxiliar estudiosos do livro sagrado do cristianismo na compreensão dessa temática. E, a partir de abril desse ano, durante três meses, a Igreja Adventista disponibilizará um guia de estudos voltado ao preparo espiritual para os tempos finais.

O material vai abordar questões sobre o contexto do conflito cósmico entre o bem e o mal, a salvação no tempo do fim, o papel de Cristo no santuário celestial, as profecias dos capítulos 24 e 25 de Mateus, Estados Unidos e Babilônia, o selo de Deus e a marca da besta, entre outros tópicos. O enfoque desses materiais, no entanto, está no papel das pessoas que vivem nos tempos finais em relação a Cristo. A Agência Adventista Sul-Americana de Notícias (ASN) conversou sobre o guia com o seu autor principal, Norman Gulley, professor de Pesquisa em Teologia Sistemática da Southern Adventist University, localizada em Tennessee, nos Estados Unidos. Acompanhe a entrevista abaixo.

Qual foi o seu objetivo ao escrever sobre o tempo do fim?

O propósito foi o de revelar como os seres humanos podem se preparar para o tempo do fim.

De forma geral, o mundo entende que os tópicos relacionados à profecia, muitas vezes, geram muito interesse e curiosidade. Porém, por outro lado, o estudo profético, de acordo com a perspectiva bíblica, não parece despertar o mesmo interesse. O que falta para que as profecias de Daniel, Apocalipse e de outros livros sejam compreendidos melhor pelos adventistas e por não adventistas?

A controvérsia cósmica se desdobra por meio da Bíblia. Nas Escrituras, podemos ver os dois lados da controvérsia: a maravilhosa compaixão de Cristo pelos seres humanos, em comparação com o ódio de Satanás por eles. O renovado interesse nesse estudo decorre (1) de olhar para Cristo em vez de para as crises; e (2) de focar na cruz, onde Cristo derrotou Satanás, ao levar sobre Si todos os pecados humanos que esmagaram Sua vida.

Os assim chamados enganos satânicos nos tempos recentes devem se intensificar e levar muitos cristãos ao erro. Como encontrar equilíbrio entre estar atento aos desdobramentos de partes da estratégia do maligno no tempo do fim (movimentos de poderes descritos em Apocalipse e Daniel) e desenvolver um preparo mais consistente de dependência de Deus?

Satanás usa o engano como ferramenta principal. Cristo disse a Adão e Eva: “Se vocês comerem o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal vocês morrerão”. Satanás contradisse isso abertamente. O engano é descrito no capítulo 1 do meu livro. Satanás, na forma de uma serpente, estava na árvore proibida, comendo o furto e estava bem vivo. Deve ter passado pela mente de Eva que a afirmação de Deus “coma e você morrerá” não era verdadeira. O engano prosseguiu quando Satanás afirmou que, ao comer o fruto, Eva poderia se tornar como Deus. Essa era uma ideia inebriante. Eva pode ter pensado: “Se ele está comendo o fruto e ainda está vivo, Deus deve estar errado". Pareceu-lhe como se a serpente a estivesse mantendo para trás de seu pleno potencial.  Então ela comeu o fruto. Isso é chamado de “ver para crer”, ao invés de “crer para ver”, que Deus a teria ajudado a ver isso como um engano.

O problema de Eva foi deixar de depender da Palavra de Deus. Antes, ela dependeu de um desconhecido (serpente) que nada lhe dera, em contraste com a dependência de Deus que lhe daria tudo. “Ver para crer” ao invés de “crer para ver” por meio do engano é o trabalho fundamental de Satanás ao longo do grande conflito. A fim de que não sejamos enganados no tempo do fim, nós cremos e dependemos do que Deus nos disse na Bíblia.

O tema desta lição é, também, uma antítese das crenças dispensacionalistas que tendem a reaparecer de tempos em tempos com explanações muito diferentes dos eventos nos últimos dias deste mundo?

O tema desta lição é uma antítese às crenças dispensacionalistas. Não consideraremos as diferentes perspectivas que elas têm, mas examinaremos a perspectiva principal que se encontra no pensamento dispensacionalista. Esse pensamento crê que Deus, na eternidade, escolheu alguns para serem salvos, outros para se perderem. Em outras palavras, os seres humanos não têm livre arbítrio para tomar a decisão de serem salvos ou de se perderem. Isso é contrário ao caráter de Deus, como um Deus de amor. Ele criou cada pessoa com a liberdade de escolha para ser salvo ou para rejeitar a salvação. Isso porque Deus deu aos seres humanos a capacidade de escolherem a salvação ou de a rejeitarem. O tema dessas lições apoia a liberdade que Deus dá aos seres humanos e, portanto, não acredita que o dispensacionalismo é o método de Deus.

Qual é o ponto central nas profecias bíblicas que deveriam pautar a vida do cristão no tempo em que vivemos?

O ponto central nas profecias bíblicas tem a ver com o Calvário. Na cruz, Cristo derrotou Satanás e Se tornou pecado por todos os seres humanos. As profecias bíblicas são compreendidas melhor à luz da cruz. No Calvário, Cristo foi esmagado pelo número gigantesco dos pecados cometidos pela humanidade. Cristo Se tornou pecado por nós a fim de dar a cada um a dádiva da vida eterna. As profecias bíblicas podem ser provadas como verdadeiras por seu cumprimento. Por exemplo, há muitas profecias bíblicas no Antigo Testamento. O cumprimento dessas profecias no Novo Testamento é evidência de que Deus nos conduz em nossa vida presente.