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Internada: costureira cria projeto de atendimento à moradores de rua através de reciclagem

Internada: costureira cria projeto de atendimento à moradores de rua através de reciclagem

Ação foi planejada no quarto de CTI em uma conversa com Deus


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Costureira confecciona colchonetes para moradores de rua. (Fotografia: Yuri Ferreira)

Essa parece até mais uma história escrita para um roteiro de filme. Mas o relato da Emília Batista, 66, é real. Em 2020, ela precisou ir com urgência para o hospital, e com o diagnóstico em mãos, foi levada para o CTI. A preocupação de Batista não era nem com a sua saúde, mas em como iria deixar o Ministério da Ação Solidária Adventista para passar os dias em repouso no hospital. 

Ela contou que com as igrejas fechadas, pessoas em estado de vulnerabilidade precisavam ser atendidas. "Eu tinha que fazer alguma coisa, via as notícias na televisão e não parava de pensar na quantidade de famílias nas ruas desabrigadas e passando necessidades. Foi então que resolvi levar um pouquinho de amor. Orei a Deus, pedi para que Ele iluminasse a minha mente com algum projeto. Após a minha oração comecei a assistir a um programa na televisão e lá tinha dicas de confeccionar materiais com caixinhas de leite,ali surgiu a ideia de costurar colchonetes e presentear essas pessoas e famílias", relatou. 

Voluntárias realizam projetos com moradores de rua no bairro de Bangu. (Fotografia: Yuri Ferreira)

O projeto tomou uma proporção que nem ela esperava. Ao receber alta, ela ligou para o pastor e pediu auxílio  para iniciá-lo, ele apoiou e incentivou a ideia. "A Emília já criou muitos projetos em nossa igreja. Na região de Bangu ela é muito conhecida pelos projetos sociais, já até construiu casas, reformou, levou alimentos. O trabalho que ela faz abre portas e toca os corações", contou o pastor Fábio Gonçalves, líder da Igreja Adventista de Bangu.  

Hoje, após dois anos, Emília já atendeu mais de 100 famílias, e durante o período da pandemia recebeu ajuda de diversos lugares e envolveu mais de 10 voluntários, fora profissionais da área da saúde. "O projeto conta com enfermeiros, psicólogos, médicos e diversos voluntários e missionários", frisou. "A produção eu faço tudo sozinha. Os colchonetes eu confecciono com caixinhas de leite, recicladas. Recebo aqui na minha casa. Tiro um dia para cortar, lavar e secar. Depois de sequinhos, eu costuro", finalizou.

Renata Moraes é psicóloga e realiza os atendimentos com as famílias assistidas. "A Emília já vem de um processo de muitos anos desse trabalho de se doar, ela sabe os efeitos, tanto para a saúde dela como para o próximo. Então após esse tempo na UTI, ao sair o coração dela se encheu de gratidão. Ela entendeu como uma oportunidade. Ela escolheu, uma decisão de entender a grandiosidade que é Deus cuidar de você em cada situação sofrida, que ela passou. Então ela sabe o que cada morador de rua passa. Ela passou por um sofrimento e ao sair dali o coração dela se encheu de gratidão", enfatizou a profissional. 

Assista e veja de perto esse lindo trabalho realizado nas ruas de Bangu:

Direção de Produção e Roteiro: Gabriela Porto / Imagens e Edição: Yuri Ferreira / Designer motion graphics: Davison Alex