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Inclusão e histórias de superação nos Clubes de Desbravadores no RJ

A história de irmãs que atuam nos Desbravadores traz conforto e esperança para amigos no centro do Rio de Janeiro.


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Erika com Maria Isabel (2 meses) no colo e a irmã Rachel, durante o Campori ARJ 2022. Foto: Fabiana Lopes

Rachel Lima de Souza Moreira, Erika Lima de Souza Silva e Grace Lima de Souza da Silva são irmãs que tiveram uma infância participando de atividades do Clube de Desbravadores. A mãe delas, Graciete Gonçalves de Lima, sempre atuou como cozinheira dos clubes por onde passaram. O primeiro clube das meninas foi o Amigos da Natureza, em Saracuruna (RJ).

Rachel relembra quando ela e a irmã mais velha Grace, com 7 e 9 anos, respectivamente, caminhavam por uma hora e meia até chegarem ao clube para as atividades. “Era uma distância enorme, com sol ou chuva a gente não faltava e era uma alegria”, diz Rachel que sente saudade dos acampamentos ‘raiz’: “a comida era feita na lenha e para conservar o alimento colocávamos na ‘geladeira’ natural — a cachoeira, mas hoje está tudo mais fácil!”.

Investida em líder aos 18 anos, Rachel assumiu a liderança distrital da 4ª região, onde permanece até hoje. Passou 7 anos longe das atividades do Clube de Desbravadores e precisou de muita insistência da irmã caçula, Erika, e de Deus, como ela afirma, para que retomasse com as atividades na diretoria regional dos Clubes de Desbravadores.

A cura de Erika

Em meados de 2019, Erika já liderava o clube de Desbravadores Rígel, da Igreja Adventista Central de Duque de Caxias. No final da gravidez da terceira filha, ela começou a sentir fortes dores de cabeça, mas os médicos disseram não ser nada grave. Após a gravidez, de fato, as dores sumiram.

Mas em 2021, as dores voltaram e desta vez, Erika começou a perder a motricidade e ficar muito inchada. Ao realizar exames mais detalhados, descobriu que havia um tumor alojado no forame da vértebra cervical. Era benigno, porém, tornou-se perigoso por sua localização e as consequências em seu corpo. Ela precisaria retirá-lo, mas a cirurgia seria de risco.

A família ficou muito abalada, pois a operação que deveria durar 8 horas, passou para 12. Sua internação prevista para uma semana, durou 26 dias. O médico de Erika disse que ela corria o risco de ficar sem o movimento das pernas após o procedimento, mas tanto para o médico que a operou, como para toda a família, Deus operou um milagre e Erika ficou perfeitamente curada.

Erika após a cirurgia recebe a mãe Graciete, a irmã Rachel e as filhas Sarah (8), Esther (1) e a bebê Deborah (3 meses). Foto: Arquivo pessoal

Um novo diagnóstico na mesma família

Depois do susto com a irmã, Rachel não imaginava que alguns anos depois ela passaria por algo muito semelhante. No final de 2021, ela descobriu dois tumores na cabeça. “Quando recebi a notícia, eu desabei e fiquei muito desesperada! Mas ao olhar para tudo o que minha irmã tinha passado e o Grande Deus que se manifestou na vida dela, eu tive a certeza de que eu não teria nada a temer, pois o meu Deus estaria comigo, me conduzindo e guiando neste momento”, afirma Rachel.

“No primeiro ano de pandemia, vi desbravadores entrando para o tráfico, um deles consumindo drogas a tal ponto de parecer um homem idoso. Meu foco sempre foi a união dos clubes, fazer atividades juntos a cada evento. Mas principalmente, levar meninos e meninas a Jesus. Espero que Deus me ajude a continuar fazendo isso por muito tempo!”, descreve Rachel.

Após a divulgação do vídeo testemunho delas nas redes sociais, Rachel recebeu muitas mensagens confortadoras. “Eu não imaginava o tamanho da repercussão, meu celular ficou repleto de mensagens de oração e força. Uma pessoa me confidenciou que a partir de agora vai trabalhar para Jesus sem reclamar, nossa história foi uma motivação na vida dela”, afirma Rachel emocionada.

A inclusão nos Clubes de Desbravadores cariocas

Andréia Luiza Marques é a mãe do Lucas Marques (15), que participa do Clube de Desbravadores Águia Serrana, em Teresópolis (RJ), e tem autismo. Segundo ela, a gestação do filho foi muito tranquila. “Todos os exames deram normais. Só ficamos sabendo do autismo após o nascimento, quando ele teve o diagnóstico de apraxia de fala, que é uma questão neurológica que impede sua comunicação verbal”.

O clube nunca tivera uma criança especial e, a princípio, não sabiam ao certo como seria. “Quando chegamos no clube, alguns líderes vieram logo falar conosco: a gente nunca teve um desbravador especial, como a gente deve agir? E nós falamos pra eles: é só amá-lo! E assim eles fizeram!”, diz a mãe, enquanto o Lucas em seu colo sorri, acena e demonstra felicidade, como que concordando com tudo o que a mãe diz.

Durante a entrevista para uma matéria de TV, Lucas segura o lenço e demonstra o amor que sente pelo clube. Sua mãe afirma que “ele ama o clube e o acolhimento que receberam ali não tem preço! Lucas participa de todas as atividades do clube e se preciso, eles adaptam para que ele participe também”, encerra Andréia Marques.

Isabelle é uma menina sorridente, que ama brincar e é desbravadora. Portadora da Síndrome de Down, ela tem algumas limitações que não atrapalham em nada a interação no Clube de Desbravadores Botafogo, da Igreja Adventista de Botafogo.

Sua mãe, Cláudia Valente, conta que a filha foi Aventureira e agora está no Clube de Desbravadores e participa de tudo. “Ela é uma bênção disfarçada! A gente levou um susto no início, mas percebemos ao longo dos anos que a Isabelle tem sido uma bênção pra todos que têm contato com ela. O relacionamento dela com Deus é muito bom, ela ora, canta e prega pra outras pessoas”, menciona Cláudia.

Para a mãe, Isabelle é especial também por trazer uma alegria indescritível ao mundo. “Amizade e inocência fazem parte da vida dela e de quem se permite aceitar sua alegria. Ela tem amigos de várias idades, e estuda na Escola Adventista de Botafogo”, finaliza a mãe.

Pastor Ademir Firme é líder do Ministério Adventista das Possibilidades (MAP) e afirma que “o MAP é fundamental dentro dos clubes, onde a interação com atividades esportivas, espirituais, civis, além das brincadeiras, cria a socialização de crianças e juvenis, para que possam também se aproximar de Jesus”.


Assista a matéria sobre o Campori ARJ 2022 na íntegra com entrevistas destes e outros desbravadores.

Revista Novo Tempo | XIII Campori ARJ 2022 com histórias de superação e inclusão