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Noroeste fluminense sofre com as chuvas e recebe atendimento da ADRA

Maior enchente da história de Miracema causa muitos danos


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Ribeirão Transborda em Miracema
Maior enchente da história de Miracema causa muitos danos

A estudante Tíffany Brandão de Almeida viveu momentos que mais pareciam cenas de filmes. Ela foi despertada, durante a madrugada, com água entrando pela casa, jorrando pelas tomadas e, em questão de minutos, o que cobria os tornozelos já estava na altura da cintura. Não era uma chuva qualquer. O transbordo do rio que corta a cidade de Miracema, no noroeste do Estado do Rio de Janeiro, causou destruição em grande parte do município.

As ruas da cidade ficaram completamente alagadas e diversas casas foram invadidas pelas águas. Dados da Defesa Civil registram que, dos cerca de 27 mil habitantes do município, 15 mil foram afetados pela cheia do Ribeirão Santo Antônio.

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Tíffany e a família não tiveram muito tempo para escolher o que salvar dentro de casa. Lembraram de levar documentos e uma troca de roupa antes de saírem. Ao deixarem a casa, com a água da enchente já na altura do peito, a estudante precisou ser carregada.

Casa de Tíffany após a água baixar

A Defesa Civil da cidade informou que atuou no socorro e resgate de pessoas com o auxílio de barcos e botes para retirar a população das áreas alagadas. De acordo com o Secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Pablo Calor Nunes, essa enchente já é considerada a maior da história do município. “O último caso registrado foi em 2003 e não chegou a atingir as proporções dessa enchente”, pontuou Pablo.

“De imediato, estivemos em campo, de casa em casa, dialogando com aqueles que tiveram perdas. Disponibilizamos um ponto de contingência para acolher as pessoas desabrigadas, oferecendo as três refeições do dia. Fizemos também pontos de atendimentos para realizarmos cadastros onde as pessoas atendidas expuseram todas as suas perdas”, acrescentou o secretário.

Pertences destruídos após a enchente

Tíffany conta que quando a casa estava sendo invadida pela água, era preciso ser racional, deixando qualquer emoção de lado. “Na hora, movidos pela adrenalina, a gente não pensa muito. Só quer salvar o que dá e se salvar. Mas, depois que vi o primeiro vídeo da minha casa com a água chegando no teto, me gerou uma sensação de tristeza e incapacidade muito grande”, revelou.

 “É muito triste ver as coisas que a gente batalhou tanto para ter, se perderam. Não tem o que fazer. A gente sabe que, com o tempo, consegue recuperar, mas a angústia que a situação gera é algo que vai ficar por algum tempo e a gente vai lembrar desse dia e vai dar um aperto no coração”, a estudante completou.

Foi possível recuperar pouca coisa

ADRA em ação

Incalculáveis foram os prejuízos materiais, no entanto, o sentimento de gratidão é grande pelo fato de não haver vítimas fatais. A empatia e solidariedade tomaram conta da população, instituições não governamentais e entidades religiosas. A Igreja Adventista do Sétimo Dia, apesar de também ter sido afetada, abriu suas portas como ponto de arrecadação para ajudar os munícipes que perderam tudo ou quase tudo.

Seguindo o cadastro disponibilizado pela prefeitura, líderes adventistas organizaram a entrega dos donativos. Cestas básicas, itens de higiene e limpeza e colchões foram alguns dos itens arrecadados.

Adventistas em Miracema formaram mutirão de ajuda aos afetados

Como resposta imediata em uma emergência como essa, a instituição adventista solicitou ajuda da Agência Humanitária de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, ADRA, para auxiliar a localidade. “Assim que soubemos das inundações que assolaram o município, a ADRA [regional no estado do RJ] entrou em contato com o secretário de defesa civil local para entender as necessidades do município. Em parceria com a igreja local e ADRA Brasil atuamos com a distribuição de colchões e cestas básicas no distrito de Miracema”, declarou Kerlisson Magalhães, Diretor da ADRA Regional RJ.

O pastor Elison Abreu é o diretor da Assistência Social Adventista, ASA, para Centro, Serra e Norte fluminense e comentou como a empatia é fundamental em momentos como os vividos em Miracema. “Foi algo formidável ver como a igreja se portou diante dessa crise. Muitas pessoas da igreja estão entre os atingidos e ainda assim estiveram aqui prontos para ajudar. Além das doações da ADRA a igreja captou recursos para doar. É algo que acalenta o nosso coração”, contou Abreu. “A igreja não se limitou a atender os membros, ela foi relevante para a sociedade”, concluiu.

Pastor Elison Abreu com uma pessoa auxiliada

Confira a reportagem exibida na TV Novo Tempo