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Dia dos Avós inspira adolescentes a mutirão de serviços e acolhimento em favor de idosos

Sob supervisão atenta da mãe, Alef Jesus dos Santos, 13 anos, se esforça no balcão da cozinha para trabalhar a massa de um pão de cenoura, que horas depois seria entregue a Marilda Gomes, 77 anos, na cidade de Valença BA, município litorâneo distante...


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Alef Jesus dos Santos, 13 anos, entrega a Marilda Gomes, 77 anos, o pão...

...que ele mesmo fez. Ação mobilizou mais de 190 comunidades de adolescentes para mutirão de afeto e acolhimento de idosos, especialmente no Dia dos Avós.

Sob supervisão atenta da mãe, Alef Jesus dos Santos, 13 anos, se esforça no balcão da cozinha para trabalhar a massa de um pão de cenoura, que horas depois seria entregue a Marilda Gomes, 77 anos, na cidade de Valença BA, município litorâneo distante 155 km da capital. “Coloque todo seu amor nessa massa, para sair do jeito que sua mãe faz, todos os dias”, orienta Railda Jesus dos Santos, observando o trabalho do filho. Depois de assar o pão, o próprio Alef faz a entrega para Marilda. A ação, solidária e cativante, não foi um ato isolado neste mês de julho, quando se comemora o Dia dos Avós, ocorrido neste domingo (26). Foi parte de um movimento que envolveu mais de 190 comunidades de adolescentes na Bahia e em Sergipe, que escolheram julho como mês de acolhimento dos idosos, em uma ação intergeracional orientada pelo Ministério da Criança e do Adolescente da União Leste Brasileira, sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia para esses dois estados nordestinos.

Auxiliados pela coordenação de líderes e tomando medidas necessárias de proteção contra o coronavírus (uso de máscaras, atenção a distanciamento, uso de álcool em gel 70%), os adolescentes realizaram ações como entrega de pães ou cestas de alimentos saudáveis, ajuda nas compras, higienização de casas, visitas até o portão para entregar máscaras e álcool em gel para famílias, serenatas e mensagens e orações por meio de chamadas através de redes sociais.

O abraço de Rafael, 17 anos, e Glória, 95, separados por uma camada plástica de proteção: um símbolo da iniciativa dos adolescentes e um exemplo de compaixão intergeracional.

Em Sergipe, Marco Antônio surpreendeu dona Gezi com uma videochamada para um momento exclusivo de devoção. “Falei sobre a mulher rica da Bíblia, que tinha uma hemorragia incurável, mas Jesus conseguiu curar”, disse Marco Antonio. A interação emocionou dona Gezi. Já a emoção de dona Orani foi outra. Moradora de Carira, SE, ela recebeu a visita de adolescentes, que entregaram uma cesta de alimentos saudáveis, e fizeram uma oração intercedendo por sua saúde. “Recebi cartas também. Foi uma surpresa que não esperava. Estou muito feliz”, afirmou.

Em Valença, chamou a atenção o abraço, cercado de cuidados, entre o adolescente Rafael Melo Brito, 17 anos, e Glória Tavares Santos, de 95 anos. Uma tela plástica de proteção permitiu que o abraço ocorresse, em um instante de emoção para todos os que acompanharam a ação. Houve ainda resposta a necessidades emergenciais. Os adolescentes se reuniram e providenciaram gás de cozinha para uma família que não tinha condições de ter acesso a este recurso.

Impacto emocional

Segundo dados do IBGE, o Brasil tem 28 milhões de pessoas com idade de 60 anos ou mais, faixa etária que define o idoso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. É um dos segmentos sociais que mais sofrem com a pandemia e as medidas de isolamento social de restrição contra a propagação do coronavírus, porque faz parte do grupo de risco. Mesmo em lugares onde já existe uma flexibilização da quarentena, grupos de risco devem continuar mantendo o distanciamento, como determina os protocolos de combate à pandemia. É o caso, por exemplo, de igrejas que iniciaram a retomada dos cultos presenciais, determinada por decretos governamentais, mas que continuam restringindo a presença de idosos na adoração presencial.

“Situações como quarentenas tendem a despertar sentimentos como solidão, estresse, ansiedade, tristeza e depressão”, descreveu a geriatra Maisa Kairalla, em blog da revista Saúde. Segundo ela, é uma situação que traz dificuldades para o idoso, que se preocupa consigo e com as pessoas ao seu redor. “Seu sono se altera e seu apetite também pode ser impactado. Um cenário propício para, inclusive, agravar problemas crônicos de saúde como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares”, observou.

A percepção desta realidade inspirou a mobilização dos adolescentes adventistas. “Com o prolongamento do distanciamento social, tornou-se notório o prejuízo emocional causado principalmente aos idosos, que deixaram de ver os netos, se confraternizar com a família e também assistir aos cultos , já que muitos não tem acesso à internet; pensando nisso, o desafio de julho surgiu como uma proposta para amenizar essa solidão e trazer um reconhecimento a esse grupo populacional tão significativo para nossa igreja e sociedade”, disse Eliane Lopes, líder do Ministério da Criança e do Adolescente da Igreja Adventista para Bahia e Sergipe.

O foco na saúde emocional vai guiar também o desafio de agosto para as Base Life Teen, como são conhecidas as comunidades de adolescentes das igrejas adventistas baianas e sergipanas, acostumadas a realizar ações criativas a cada mês, com foco em comunhão espiritual, relacionamento e serviço missionário. “Desta vez, o público-alvo será formado pelos adolescentes, e para isso os líderes terão que organizar uma reunião social, mesmo que seja virtual, e tornar o momento significativo e marcante”, declarou Eliane.

 

Acompanhe galeria de fotos com mais ações do desafio de julho dos adolescentes