Missionários criam método para aproximar cristãos e budistas
Eles reforçam que o relacionamento com budistas começa com amizade
Engenheiro Coelho, SP... [ASN] Cerca de 800 comunicadores de 81 países estão reunidos até domingo, 13, em um encontro intitulado GAiN (Global Adventist Internet Network) para discutir e aprender novas formas de pregar o evangelho por meio da internet. Esta é a 14ª edição do congresso, que desta vez teve como sede o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, no interior de São Paulo. Sob o tema Wired for the Mission (Conectados pela missão), representantes da Ásia, Europa, África e Américas compartilham métodos para apresentar Jesus e princípios bíblicos, tanto para quem já conhece o evangelho como para pessoas que nem sequer sabem quem é Jesus.
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Para isso, missionários, pastores e comunicadores criam métodos e fórmulas para que o evangelho seja conhecido em todo o mundo. Para o casal missionário Gregory e Amy Withsett, que palestraram no evento, a forma mais eficaz envolve conhecer a cultura e fazer bons amigos. “Trabalhamos com budistas. E quando começamos, nosso desafio era o seguinte: como apresentar o evangelho se eles não aceitam a Bíblia? Muita gente que não aceita a Bíblia não vai aceitar um sermão. Tem de haver uma conexão”, explica o pastor. Por essa razão, ele e a esposa buscaram conhecer de forma profunda a cultura budista e chegaram à conclusão de que não há como falar de Cristo e da Bíblia da mesma forma que falariam a um norte-americano ou a um brasileiro. “É como se você quisesse que pessoas acostumadas a jogar golfe começassem a jogar futebol sem nem mesmo entender as regras. Elas pensaram: temos de mexer nessa bola com nosso taco? Mas ela nem cabe onde a bola de golfe cabe!”, descreve Amy.
A enfermeira faz um paralelo entre um verso bíblico que comumente é apresentado em estudos bíblicos ou em momentos que os cristãos usam para apresentar Jesus: João 3:16. “O início do verso já não seria bem compreendido: porque Deus amou o mundo. Eles perguntariam: Deus? Qual Deus? Isso porque eles têm vários. E não só isso: os ancestrais deles (pai, mãe, avós) são deuses”, exemplifica Amy. Além disso, explica a missionária, o fato de Jesus ter morrido da cruz é traduzido como um "carma ruim", já que apenas pessoas más morrem de forma violenta.
Como pregar o evangelho
O casal Whitsett aconselha que aqueles que estejam interessados em levar a mensagem da salvação estejam prontos para criar laços de amizade verdadeiros, estar seguros do que acreditam e viver de forma sincera. “Precisamos começar com amizade. Outra coisa: preciso ser real comigo mesmo. Como cristãos, tentamos encobrir os nossos pecados, nossos problemas, porque queremos honrar a Deus e não queremos que as pessoas pensem que somos seguidores de Jesus 'com defeito'. Mas temos problemas, precisamos depender de Deus. E, com isso, mostrar aos outros que mesmo com dificuldades, tenho uma fonte de poder, paz, alegria e graça: Jesus”, afirma Amy.
Greg acredita que o testemunho mais importante é o do cotidiano. “Se minha caminhada com Cristo não é transformadora, ou seja, se não estou deixando que meus hábitos sejam transformados, não tenho um testemunho. Se deixo que Deus me ajude em coisas pequenas como controlar a raiva e vencer tentações, mostro aos outros que isso é real. E as pessoas querem o real”, enfatiza o pastor.
O casal Withsett compartilhou experiências de pessoas do leste da Ásia que hoje são cristãs. No entanto, a exposição delas poderia trazer danos aos envolvidos. Por essa razão, seus nomes não foram mencionados. [Equipe ASN, Aline do Valle]