Missão Calebe mobiliza voluntários e atende comunidades no Paraná
Durante duas semanas jovens dedicaram as férias de verão para trabalho voluntário e missionário.
Curitiba, PR… [ASN] Chega o mês de janeiro e com ele aquela vontade louca de tirar férias, aproveitar o verão e tudo que a estação mais ensolarada do ano traz. As opções são as mais variadas, quem sabe relaxar na praia, descansar no campo ou mesmo fazer uma viagem. Bem, para qualquer pessoa “normal” essa seria uma das opções de lazer, mas imagine trocar seus dias de folga para continuar trabalhando e ainda de graça? Para um grupo de jovens, essa foi à pedida para este verão.
Como já acontece há nove anos no Brasil, e mais especificamente há cinco aqui no Sul do país, a Missão Calebe é um programa da Igreja Adventista do Sétimo Dia destinado a jovens terem uma experiência diferente durante as férias, colocando em prática a solidariedade. Envolvidos durante duas semanas de janeiro, eles realizam diferentes atividades com a missão de servir.
“Ser Calebe significa dar um sentido às férias, realizando algo de útil para eles e para a comunidade. É uma experiência única que o jovem passa quando decide se doar para o próximo, seja por meio de um trabalho voluntário como limpar praças ou ajudar na reforma de uma casa, ou mesmo quando ele compartilha o amor de Deus e as promessas bíblicas”, explica o organizador do programa, pastor Joni Oliveira.
Apenas na região central do Paraná são 729 jovens voluntários que estão divididos em 24 pontos no Estado. Segundo a administração religiosa, este grupo forma um pelotão ainda maior, de 10 mil pessoas, quando analisado para os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mas quando os dados chegam a nível nacional, os números são ainda mais expressivos com cerca de 60 mil envolvidos.
“Toda essa porcentagem nos deixa muito feliz, mas o que nos dá mais motivação é saber que o trabalho de um Calebe não é medido apenas no momento, mas na marca que ela deixa nas pessoas e comunidades atendidas. Os verdadeiros resultados deste esforço missionário serão conhecidos no Céu”, enfatiza o pastor.
“Uma marca registrada”
Ser Calebe não significa que o período será apenas de momentos tranquilos, porque desafios é o que não faltam por aqui, principalmente quando o assunto é colocar a mão na massa e vencer barreiras. Em Imbituva, município distante 175 km da capital paranaense, o estudante Matheus Natal, 17, precisou vencer a timidez para não perder as atividades do programa.
“Eu decidi vir para um ponto de Calebe bem longe de casa, justamente para vencer essa timidez. Ter que conhecer amigos novos, fazer pesquisa com o público, orar com as pessoas, participar das dinâmicas de grupo e até ter que pregar na igreja está me fazendo muito bem”, comenta o jovem que veio de Curitiba.
Junto com seu grupo, Matheus também participou de uma passeata pelas ruas da pequena cidade e ajudou na restauração de praças públicas, exemplo que os jovens que estão instalados em Rio Azul, região sudeste do Paraná, também fizeram. Por lá eles restauraram logradouros e grafitaram uma parede do Colégio Estadual Afonso Alves de Camargo.
E se por um lado o Calebe ajuda a pessoa a vencer as barreiras pessoais, por outro também desenvolve o dom, ou seja, aquilo de melhor que a pessoa saiba fazer. Anthony Baroni, 22, foi decidido ao deixar a esposa grávida de oito meses em casa e a administração da sua empresa para dedicar 15 dias na Missão Calebe. Ele que viajou de Arapoti para Prudentópolis, cerca de 170 km de distância, diz que não perderia a oportunidade de pregar e falar da restauração que teve na vida.
“Gosto muito de pregar e o Calebe é a oportunidade da gente colocar em prática o nosso dom. Aqui tem espaço pra todo mundo e colaboração é o que nós mais precisamos. Do mesmo jeito que Deus realizou muitas bênçãos na minha vida, Ele também quer realizar na vida de outras pessoas. Tudo tem um propósito e eu estou no lugar certo”, ressalta o jovem empresário.
Desenvolvendo as habilidades
Já que o Calebe ajuda no desenvolvimento dos dons, um dos exemplos práticos vem da cidade de Candói, 320 km de Curitiba, com o estudante Gabriel Benato, 14. Em seu dia-a-dia, ele nunca foi muito ligado às atividades religiosas, mas aceitar participar do Calebe o fez sentir muita emoção com as decisões que as pessoas faziam por meio da sua influência.
“Eu nunca havia dado um estudo bíblico sequer ou ter me envolvido em atividades da igreja, mas aqui está sendo bem diferente. Fiquei muito emocionado ao ver um rapaz que aceitou meu convite de ir à igreja, quer lagar o cigarro e conhecer mais da Bíblia. Eu que nem ia vir ao Calebe, agora já faço meu compromisso para estar nas próximas edições”, afirma Gabriel Benato.
Entre os diversos resultados que a Missão Calebe pode proporcionar, os batismos são a tônica que movem essa juventude. Várias são as histórias de transformação que marcam o programa das férias da Igreja Adventista. Entre eles está a da Bianca Pietruszhiski, 17, que foi batizada no último sábado, 17 de janeiro, na congregação do município de Tibagi, 225 km distante de Curitiba.
Ela que estava afastada da fé cristã há cinco anos, não resistiu o envolvimento com o grupo de amigos que havia a convidado para participar da Missão Calebe.
“O Calebe foi um verdadeiro divisor de águas na minha vida, não vale a pena ficar afastada dos caminhos do Senhor. Há duas semanas já estava voltando a frequentar os cultos da igreja, foi durante uma das madrugadas de oração com o grupo que senti que deveria voltar e não mais deixar esse caminho”, conta.
A Missão Calebe no território da Associação Central Paranaense se encerra no próximo sábado, dia 24 de janeiro. [Equipe ASN, Mairon Hothon]