No último sábado (15), jovens adventistas ao redor do mundo celebraram o Dia Mundial do Jovem Adventista, reafirmando seu compromisso com a missão. Entre os muitos testemunhos desse dia especial, a trajetória de Marcus ilustra como esse chamado pode transformar vidas. Foi sua avó paterna quem o levou pela primeira vez à igreja, onde ele começou a dar os primeiros passos em um caminho que, com o tempo, se tornaria sua própria escolha. 

Seu contato com o Clube de Desbravadores despertou nele um interesse mais profundo pelas atividades desenvolvidas na igreja. A partir do envolvimento no clube, seus pais também começaram a participar e, aos poucos, se envolveram mais ativamente. Com o tempo, seu irmão decidiu pelo batismo, o que levou seus pais a tomarem a mesma decisão. A decisão do irmão levou os pais seguiram o mesmo caminho, e toda a família foi batizada. Sendo assim, Marcus, aos nove anos, seguiu o mesmo caminho, iniciando uma caminho de fé que se fortaleceria ao longo da adolescência.

E foi na adolescência que um convite inesperado mudou sua trajetória. Seu amigo, Alan, o incentivou a trabalhar ao seu lado no Ministério Jovem. Sem hesitar, Marcus aceitou. Aos 15 anos, assumiu a liderança jovem de sua igreja, dando início a um compromisso que moldaria sua vida. O chamado veio cedo, e Marcus abraçou-o como um propósito. O que poderia ter sido apenas uma experiência passageira se transformou em vocação. "Foi nesse processo que eu peguei amor pela igreja, pelo trabalho, pelo Ministério Jovem. E é isso que eu quero fazer pelo resto da minha vida.", afima Marcus.

Escutar para transformar

Liderar não é apenas guiar, é saber escutar. Ele pontua: "Muitas vezes queremos entregar para os jovens o que achamos que eles querem. Mas a realidade é que só sabemos o que eles precisam se os ouvirmos." Esse olhar atento o levou a transformar experiências. À frente de Missão Calebe, Vida por Vidas e inúmeras ações sociais, ele compreendeu que cada comunidade tem uma vivência que precisa ser compreendida.

"Durante uma missão em Costa Marques, ele e sua equipe chegaram sem saber exatamente quais eram as maiores necessidades da comunidade. No início, imaginavam que o estudo bíblico poderia ser o foco principal. No entanto, ao conviver com os moradores, perceberam que o que mais faltava ali não eram palavras, mas acolhimento. As pessoas precisavam de carinho, de atenção. Precisavam ser ouvidas", lembra o jovem.

Sendo assim, cada missão ou ação realizada, Marcus via sua liderança se moldar de forma mais sensível e intencional. O contato direto com as realidades de diferentes comunidades o ensinou a enxergar além das necessidades aparentes, desenvolvendo um olhar mais empático e um propósito mais sólido.

Ele não queria apenas estar presente, queria fazer parte, compreender a realidade de cada pessoa. "A gente acha que sabe do que o outro precisa, mas a verdade é que, até estar ali, convivendo, ouvindo, não fazemos ideia. Mas, no fundo, todos querem ser vistos, lembrados, abraçados", ele reforça. Essa percepção o levou a criar projetos que iam além das atividades convencionais para o Ministério Jovem, pois seu desejo era criar um ministério ativo e alinhado às reais necessidades ao seu redor.

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O caminho da fé

Ser líder não significa estar imune a dificuldades. Após enfrentar um projeto que não saiu como esperado, Marcus sentiu-se desmotivado e se afastou por um período. No entanto, foi por meio do Calebe ao Extremo que encontrou um novo impulso para seguir sua missão. A experiência não apenas reacendeu sua paixão, mas o fez perceber que o primeiro a ser transformado pelo serviço é sempre aquele que se dispõe a servir. Ao retomar seu compromisso, sentiu-se resgatado por Deus através do próprio trabalho missionário.

Além dos desafios externos, havia uma luta interna. Marcus reconhece ser uma pessoas muito ansiosa, "se tenho algo para fazer, não sossego até resolver", diz ele. "Foi no Ministério Jovem que aprendi a entregar suas inquietações nas mãos de Deus. Tenho aprendido que, se está nas mãos dEle, vai dar certo. A obra é dEle, então Ele não vai deixar fracassar", destaca.

Servindo com propósito

Dessa forma, atualmente como coordenador jovem, ele segue levando adiante sua paixão. Seu sonho? "Que todos os jovens vivam a missão do Ministério Jovem, que sejam ativos, que transformem suas igrejas e comunidades. Quero ver uma geração que entenda que servir a Deus é um privilégio, não um fardo", declara Marcus.

Para quem deseja começar, o conselho do jovem Marcus é direto: "Comece. Encontre algo para fazer. Se Deus te chamou, Ele também vai te capacitar. Ele sabe que não é fácil dar o primeiro passo, mas garante que vale a pena. O Ministério Jovem transformou minha vida. E pode transformar muitas outras."

Mais do que funções ou títulos, a trajetória de Marcus reflete entrega, amor e a força de uma juventude capaz de fazer a diferença. Porque, no fim das contas, o Ministério Jovem vai muito além de um departamento da igreja. É um chamado. E Marcus decidiu atendê-lo.