Mil Adolescentes participam de congresso com tema gamer no sul do país
O "Player One", a ideia por trás do jogo, abordou assuntos do universo dos jogos a luz da Bíblia Sagrada
Músicas, palestras e momentos de diversão marcaram o Adoletchê 2024. O evento foi realizado entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro no Internato Adventista Cruzeiro do Sul (IACS). O congresso contou com a presença de mil adolescentes da Associação Sul Rio-grandense (ASR), que é o escritório administrativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) para região sul do Rio Grande do Sul.
Danielle Pinheiro, líder dos ministérios da Criança e do Adolescente, responsável pelo grupo nessa região, explicou que, embora parecesse focado em jogos e tendências da área, o objetivo era outro. “O Player One tinha a intenção de mostrar para o adolescente que, muitas vezes, pensamos que estamos no controle da vida quando, na verdade, temos um Player One, que é Jesus. E, quando entregamos o controle da vida para Ele, a vitória é garantida", esclareceu Danielle.
Segundo a organização, a maioria dos adolescentes do campo estava presente no evento, não somente os membros batizados, mas também aqueles que estudam a Bíblia frequentemente nas reuniões da igreja. “Não cabe em nosso coração a alegria. Nós vemos tudo isso com o senso de que estamos no rumo certo. Ainda temos muito que avançar, mas vemos uma igreja que está crescendo com as novas gerações", celebrou Danielle.
O pastor Tiago Fraga, secretário-executivo da Igreja Adventista para o território da ASR, assegurou que a IASD tem trabalhado em várias frentes para alcançar esse grupo tão seleto do congresso. “Projetos como Discípulos Teen, Os Trezentos, Desbravadores, Bases Teen, entre outros, são alguns que podemos citar. Tudo isso e muito mais, a gente tem procurado fazer para quebrar uma tendência natural, que é o envelhecimento da população do sul do país, por consequência, o envelhecimento dos membros da igreja", revelou Tiago.
Dados do censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçam a preocupação do pastor Tiago. O órgão projeta que, em 2070, quase 40% da população gaúcha será composta de pessoas idosas. O Estado terá 3,6 milhões de pessoas com 60 anos ou mais (39,1%). “A igreja também segue essa tendência de envelhecimento, mas um evento como esse mostra para nós que podemos quebrar essa propensão e, com o poder de Deus, ver a igreja renovada para cumprir a missão”, declarou Tiago.
O perigo das telas
Os participantes receberam orientações importantes sobre o perigo da exposição excessiva às telas por meio de palestras da doutora Thalita Silva. A educadora adventista apresentou dados que demonstram as implicações negativas desse hábito nas dimensões cognitiva, física, emocional e espiritual. “Eu poderia citar o estudo do neurocientista francês Michael Desmurget, que mostrou para o mundo inteiro que essa é a geração com o QI (Coeficiente de Inteligência) menor que o dos pais”, alertou Thalita.
A palestrante enfatizou que o problema não está relacionado ao conteúdo assistido, mas às telas. Segundo Thalita, há países preocupados com o desenvolvimento acadêmico de seus adolescentes e, por isso, têm criado restrições em relação à idade para início do relacionamento com as telas. “Essa semana vimos a Austrália estabelecendo a proibição do acesso a redes sociais para menores de 16 anos. O mundo está se despertando para essa realidade", afirmou Silva.
Um dado apresentado na palestra da doutora Thalita pode ajudar os pais que, por vezes, têm dúvidas sobre qual a idade certa para expor seus filhos às telas em geral. Ainda citando Desmurget, Thalita alertou: "Quando falamos em acesso as telas, quanto é excessivo? Para o neurocientista, antes dos 6 anos, os pais não devem expor crianças a telas. De 6 a 12 anos, no máximo 30 minutos por dia. Após os 12 anos, o máximo de exposição é de uma hora por dia", completou Thalita.
O estudante Rodolfo Rossi, de 15 anos, conta que a palestra o tocou muito e o fez lembrar de algumas restrições impostas pelos pais em casa. “Quando eu era mais novo, minha mãe não me deixava assistir muito à televisão. E eu nunca entendi, mas hoje, ao ouvir a palestra, eu finalmente entendi. Hoje eu tenho notas melhores e sou muito grato à minha mãe por me educar corretamente", declarou Rodolfo.
A adolescente Giovana Freitas, também de 15 anos, confessou que encontrou a saída para não ficar muito tempo exposta às telas na prática esportiva. “Eu me preocupo muito com esse assunto e, como eu sou uma pessoa que gosta muito de praticar exercício físico, acabo não ficando muito exposta às telas. Gasto meu tempo livre correndo e praticando esportes”, argumentou Giovana.
Geração missionária
O evento encerrou com os batismos de adolescentes que foram alcançados por meio do trabalho missionário de outros adolescentes. É o caso de Ray Martins, de 13 anos, morador de Porto Alegre. Após demonstrar interesse em estudar a Bíblia, teve como professor seu amigo Rihan Cramer, de 15 anos.”A experiência foi incrível e, logo após, comecei a compartilhar com minha avó os ensinamentos que aprendi, como o que podemos ou não comer, por exemplo", relembrou Ray.
O orador do Adoletchê 2024 foi o pastor Ismaile Barragan, que atua na União Sul Brasileira (USB), que é o escritório que administra a Igreja Adventista do Sétimo Dia nos 3 estados do sul do país. Ao grupo o pastor Barragan falou da importância do trabalho dos adolescentes para alcançar seus amigos. "O adolescente deve assumir a responsabilidade de representar a Jesus nesta Terra. Quando o adolescente entender o impacto de uma vida consagrada, a sua influência sobre os demais será gigantesca", enfatizou Ismaile.