Migrante refugiada venezuelana é uma das 30 mil pessoas beneficiadas pela ADRA Roraima
Sem comida, água, com medo, insegurança e violência, a venezuelana se viu fazer parte do maior exôdo humano na história entre duas nações, mas encontrou esperança em terra roraimense
A história da venezuelana Sojo Rodriguez, é comum a muitas outras de migrantes e refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil em busca de ajuda e um recomeço. Com destino incerto, o medo do desconhecido, Maitê, mãe solteira com uma filha de 10 anos, chegou em Roraima em 2017 à procura de uma vida melhor, de socorro.
Com pessoas conhecidas vivendo no estado, recebeu informações de que aqui tinha comida e oportunidade de trabalho. Isso foi o suficiente para que, juntas, mãe e filha largassem seu país de origem para reconstruir aos poucos suas vidas no Brasil.
Em alguns meses, Maitê Rodriguez, conseguiu fazer cursos de português, ter um bom emprego e um local para morar. Foi um dos melhores momentos desde que tinham chegado ao Brasil. No entanto, no final de 2019, sentindo muitas dores e ao procurar ajuda médica, foi diagnosticada com câncer de colo no útero, a notícia foi devastadora e apertou o coração.
Convivendo com a doença, ainda assustada, impossibilitada de continuar trabalhando, cuidar da sua filha e se manter financeiramente, a jovem mãe não desistiu de lutar, sempre com a esperança de dias melhores.
Foi em janeiro deste ano de 2021 e em meio a pandemia, em uma visita dos oficias de campo que atuam no Projeto ANA da Regional ADRA Roraima, que Maitê teve suas esperanças renovadas.
Surpresa com a chegada da oficial, ela não imaginava que participaria de uma pequena entrevista, em seguida cadastrada e passando a ser beneficiária de um lindo projeto que contempla um voucher no formato de cartão eletrônico, para compras de produtos alimentares e não alimentares, ou seja, vouchers para compra de 3 kits: alimentos, higiene e itens para casa e cozinha.
Durante essa jornada, Maitê passou pela quimioterapia e radioterapia, mesmo bastante debilitada, ela destaca que Deus tem cuidado de cada detalhe, tem dado forças e colocado pessoas no seu caminho para ajudá-la. Com melhoras no tratamento, ela busca complementar a ajuda do benefício, fazendo trabalhos com diárias de faxina. E agora aguarda ansiosa pela cirurgia.
Com a ajuda do Projeto ANA, Maitê diz estar feliz e agradecida pela contribuição que ADRA tem dado às pessoas que vivem em situações extremas, assim como a dela.
“Ter recebido esse benefício é como se minha vida tivesse tido um refrigério. Me sinto abençoada por Deus ter colocado pessoas para que pudessem me ajudar e trazer paz nesse momento tão difícil. E é assim que estou me sentindo agora, tranquila, por saber que posso comprar alimentos e outras coisas que estão faltando. Só tenho a agradecer e pedir que Deus continue abençoando todas as pessoas que trabalham com esse projeto, que possam beneficiar outros irmãos venezuelanos”, afirmou emocionada.
A ADRA, mais que uma agência humanitária, ela tem a missão de levar “ JUSTIÇA para que cada pessoa reconheça que é única e especial, COMPAIXÃO porque ninguém deve levar seu fardo sozinho e AMOR sem limites, que não enxerga distinções”.
Projeto ANA beneficia mais de 31 mil pessoas com entregas de cartões
O projeto ANA (Ações Alimentares e não Alimentares para Migrantes Venezuelanos no Brasil), tem o objetivo de reduzir a insegurança alimentar de 7.500 famílias (cerca de 31. 273 mil pessoas) de migrantes venezuelanos nas cidades de Boa Vista, Corredor Migratório de Roraima, e Manaus, ao mesmo tempo que proporciona o acesso a bens domésticos básicos e artigos de higiene.
Até o mês de maio de 2021, já foram beneficiadas 31.273 pessoas, e distribuídos 63.815 créditos para compra de kit alimentação, 52.333 para compra de kit de higiene e 16.741 para compra de kit de itens de casa e cozinha.
O projeto funciona com a parceria da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e seus escritório FFP (Food for Peace) e OFDA (Office of U.S. Foreign Disaster Assistance).