Mídias digitais potencializam projetos de centros de influência
Mais de 60% dos participantes dos três pontos criados por jovens adventistas na Bolívia chegaram até cursos ao ver divulgação em redes sociais.
Por Felipe Lemos
Rita Labra morava há apenas quatro quadras de um centro de influência chamado Espacio Vida Sana, localizado na região da avenida Cañoto, no centro de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. No entanto, ficou sabendo dos programas e cursos desenvolvidos ali por jovens adventistas do projeto Um Ano em Missão (One Year in Mission, título original em inglês) por meio das redes sociais. Uma vizinha viu as divulgações feitas no Facebook e a avisou. Rita não pensou duas vezes: foi até o centro para aprender mais sobre culinária vegetariana.
Ela utilizou os conhecimentos obtidos para aplicar em seu pequeno negócio de preparo de alimentos para venda. Agora, também comercializa alimentos mais saudáveis. Depois do primeiro curso, Rita se envolveu com fisioterapia, atividades físicas e curso bíblico para entender mais sobre os temas da Bíblia. “Aprendi coisas que eu não sabia, coisas importantes para a minha saúde”, comenta.
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O contato dela com o centro se iniciou em maio deste ano, montado em uma área estratégica da cidade, que conta com mais de 1, 7 milhão de habitantes. O projeto tem a participação de 20 jovens de vários países que oferecem gratuitamente muitos cursos e palestras de interesse da comunidade nas áreas de música, saúde, educação, teologia, entre outros temas. Além desse centro de influência da avenida Cañoto, há outros dois pontos em atividade que oferecem várias possibilidades para a sociedade.
Convites digitais
O coordenador geral, pastor Pablo Moleros, explica que um grande diferencial nas ações comunicacionais foi a adoção de convites digitais para dar conhecimento à comunidade da existência dos projetos. Há, ainda, o tradicional método de sair com uma prancheta, de porta em porta, para cadastrar pessoas interessadas. Ou, ainda, com o uso das rádios adventistas da região.
Mas o uso de redes sociais mudou a forma de os jovens se comunicarem com gente como Rita e tantos outros. Aliás, os números gerais mostram que o incremento digital foi fundamental para os serviços se tornarem conhecidos em Santa Cruz de la Sierra. Até agosto, havia 971 inscritos nos cursos oferecidos nos três centros, mas, pelo WhatsApp, chegaram até o projeto 1.820 pessoas. Nas páginas de Facebook dos centros, 3.400 mantém contato regular com os jovens.
Quando se compara a maneira como as pessoas chegaram até os centros, as estatísticas evidenciam ainda mais a importância do uso de estratégia digital. Sessenta e dois por cento afirmaram que chegaram até lá por conta das redes sociais e 28% porque viram algum cartaz a respeito.
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Moleros explica que a decisão de fortalecer a comunicação digital com a comunidade foi tomada por algumas razões bem específicas. A principal delas é que, no sistema convencional de visitas pessoais, os jovens do Um Ano em Missão se deparavam com prédios e casas vazias ou com muitas pessoas desconfiadas do contato e não dispostas a abrir suas portas para conversar.
Com apoio de voluntários do grupo hábeis em comunicação e tecnologia digital, criaram um sistema de inscrições totalmente digital onde as pessoas já deixavam todos os seus dados registrados. Ali, o número de interessados foi maior. Cada um dos cursos ainda possui seus grupos de WhatsApp específicos. E, no meio digital, as pessoas vão se apoiando e trocando ideias.
Por meio das emissoras da Rede Novo Tempo de Rádio na região, números de WhatsApp e contatos das redes sociais são apresentados para que mais gente conheça a quantidade de opções e frequente os centros de influência.