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Mais de mil famílias vítimas das enchentes recebem apoio da ADRA em Alagoas

Assistência tem sido feita através da doação de alimentos, roupas, itens de higiene e limpeza, além de vale-compras


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Famílias mostram doações recebidas da ADRA (Foto: Rebbeca Ricarte)

Com o retorno para as suas casas após as fortes chuvas do começo do inverno em Alagoas, as vítimas das enchentes agora encaram as dificuldades de recomeçar. Desde o dia 20 de julho, uma força tarefa da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, a ADRA, tem levado apoio às famílias através de doações. Até o momento, mais de mil famílias já foram assistidas com cestas básicas, roupas, itens de higiene e limpeza, além de vales-compra.

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O foco da campanha emergencial foi apoiar as regiões que mais sofreram com as enchentes. Para isso, a ADRA lançou uma campanha com três pontos presenciais de doação em Alagoas, além da contribuição de pessoas de todo o País com valores em dinheiro. O montante de arrecadações foi de 5 toneladas de alimentos não perecíveis, 4 toneladas de frutas e verduras, cerca de 2 mil peças de roupas, e 575 vouchers de compra no valor de R$ 160,00 cada. Vítimas das cidades de Maceió, Marechal Deodoro, Uniāo dos Palmares, Rio Largo e Matriz do Camaragibe foram atendidas com as doações. 

Um pouco para quem perdeu tudo

Maria Aparecida perdeu a casa por causa das enchentes (Foto: Rebbeca Ricarte)

Umas das beneficiadas com um vale-compras foi Maria Aparecida, 49, moradora do povoado de Auxiliadora, em Marechal Deodoro. Desempregada, ela morava em uma pequena casa de taipa de dois cômodos, que ficou totalmente deteriorada após as enchentes. Sem forro e com a estrutura das paredes danificadas, é impossível habitar o local no momento. “Eu estou em uma casa provisória da Prefeitura, morando com outras pessoas que também não têm como voltar para suas casas. Esse dinheiro já vai me ajudar a recuperar um pouco do que perdi”, relata.

Cícero da Silva usou o barco como moradia após as fortes chuvas (Foto: Rebbeca Ricarte)

Na comunidade vizinha de Maria Aparecida, vive o barqueiro Cícero da Silva, 64. Ele mora na região há 13 anos e já encarou outras cheias no local. Todos os dias trabalha fazendo a travessia de moradores da comunidade do Riacho Velho até Marechal Deodoro. Mas, com a cheia desse ano, a água subiu mais de um metro em sua moradia. Ele não conseguiu vaga em um dos poucos abrigos da região, então decidiu ficar morando no barco por uma semana, até o nível da água baixar. “É muito sofrido, mas é a vida que temos aqui. Essa ajuda veio em boa hora não só para mim, mas para todo mundo por aqui, que mora muito perto do rio e que perdeu muita coisa”, conta.

Patrícia Inácio ao lado dos filhos. Moradora recebeu donativos da ADRA em Alagoas (Foto: Rebbeca Ricarte)

Patrícia Inácio, 37, mora com o marido e cinco filhos na mesma comunidade do Cícero. A família, que vive exclusivamente da pesca, perdeu quase tudo. Com um bebê de quatro meses em casa, segundo ela, o auxílio já tem destino certo: “Vai ser para comprar comida, que é o que mais precisamos no momento, e fralda para a bebê. Eu choro muito quando lembro de tudo que aconteceu aqui, mas infelizmente não tenho outro lugar para morar. Se não for aqui, será embaixo de uma ponte. Eu fiquei muito emocionada porque essas pessoas vieram aqui nos ajudar”.

Da emergência ao acolhimento

O Núcleo Regional da ADRA Alagoas segue monitorando as regiões mais afetadas e oferecendo apoio às vítimas. No entanto, segundo a coordenadora da unidade regional, Carla Fontes, não se trata apenas de um apoio emergencial. “A gente identificou que a necessidade das famílias nesse momento de retorno para as casas era material de limpeza e higiene. Com o vale-compras, eles podem adquirir esses itens nos mercados locais, gerando movimentação também na economia da região”, pontua. 

As doações vieram de várias frentes. Desde o fundo internacional e sul-americano da ADRA, passando pelas doações em dinheiro nas campanhas regionais e nacionais, até as ajudas que chegaram diretamente nos pontos de coleta. Mas não acaba por aí. As famílias auxiliadas foram previamente cadastradas e isso servirá para o próximo passo: o acolhimento. “A ADRA tem esse trabalho de atender durante a emergência, mas temos projetos de desenvolvimento social e comunitário, buscando trabalhar com essas famílias para que eles consigam mecanismos para sair dessa situação de vulnerabilidade social”, finaliza Carla.

Confira algumas fotos da ação da ADRA: