Os jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia passaram suas férias de uma forma diferente. Ao invés de irem às praias ou passar tempo em casa assistindo às séries favoritas ou nas redes sociais digitais, membros adventistas do Rio Grande do Sul e de todo o Brasil dedicaram tempo para ajudar à comunidade. Durante o mês de janeiro, eles conduziram escolas de férias para as crianças, reformaram lares de pessoas carentes, doaram roupas e alimentos e até revitalizaram uma escola estadual em Porto Alegre.

Ao total, foram 2.128 inscritos no projeto. No entanto, o número quase multiplicou com participantes que acabaram entrando na missão mesmo sem inscrição, somando ainda mais para as mudanças e bênçãos que foram espalhadas nas comunidades. O trabalho feito pelos jovens do sul do Rio Grande do Sul bateu recordes nas cidades gaúchas. De Pelotas saiu um grupo de missionários ao Parque Fragata, onde realizaram uma Escola Cristã de Férias com mais de 70 crianças.

“Vimos crianças que chegaram tristes por perdas na família, mas ao participarem e ouvirem as histórias e conversarem conosco, se tornaram felizes e se divertiram muito. Percebemos que ali eles se sentiram acolhidos e amados”, conta Patrícia Ribeiro, organizadora da Escola Cristã de Férias no Parque Fragata.

Para as crianças, aquela semana não foi suficiente e pediram aos organizadores mais tempo com eles. A igreja do Parque Fragata já está com uma escolinha de futebol e também está planejando a abertura de um Clube de Desbravadores e de Aventureiros para continuar proporcionando essas experiências às crianças da comunidade. Este mesmo grupo da igreja central de Pelotas também abraçou a comunidade onde estavam trabalhando, atendendo suas necessidades básicas e revitalizando a escola pública onde realizaram o projeto. 

“Foi excelente ver toda essa movimentação acontecer na comunidade. Mostramos que a igreja tem um papel social e contribui para o local onde está. Devido ao projeto, já estamos tendo classes bíblicas aos domingos com as pessoas que conheceram a igreja através da Escola Cristã de Férias”, relata o pastor Cássio Medeiros. 

O Parque Fragata não foi a única comunidade que ganhou escola reformada. Os membros da igreja Adventista Central de Porto Alegre também adotaram uma escola. O grupo de mais de 30 jovens, adultos e adolescentes dividiu a reforma em três domingos, revitalizando primeiro o parquinho e horta da Escola Estadual de 1º grau Professora Leopolda Barnewitz, e depois partindo para a parte interna da escola. 

A horta servirá à toda comunidade nos arredores da unidade escolar. A proposta é que os alunos e professores cultivem a horta com o auxílio desses mesmos jovens voluntários durante todo o ano. Não só a horta, mas também toda a escola terá acompanhamento deste grupo missionário em 2023 com cursos e doações. Os jovens da igreja central de Porto Alegre também realizaram uma ação na praça com um varal solidário, corte de cabelo masculino e feminino gratuitos e tenda de oração e aconselhamento. A ação na praça alcançou mais de 50 pessoas em um dia. 

Em Restinga, mais de 300 livros foram entregues de casa em casa e, atualmente, o grupo de Calebes que atendeu à comunidade de Restinga está realizando mais de 40 estudos Bíblicos. Já em Santa Isabel e em Porto Alegre, no bairro Camaquã, os jovens fizeram pães caseiros e entregaram às famílias dos bairros mais carentes. Ao todo, foram mais de 60 pães entregues. Os jovens de Santa Isabel também conduziram uma Escola Cristã de Férias com mais de 40 crianças participando diariamente das atividades. 

Missão para todos

O projeto Missão Calebe foi diferenciado em 2023 nas cidades gaúchas por reunir não só jovens, mas também crianças, adolescentes, adultos e pessoas da terceira idade. O Colégio Adventista de Porto Alegre levou 23 alunos para a cidade de Tavares, no litoral gaúcho. Os adolescentes passaram uma semana realizando uma Escola Cristã de Férias para as crianças do bairro, revitalizando o centro esportivo da cidade e reformando a igreja adventista local. Além disso, auxiliaram na pintura da casa de uma moradora da cidade. Ao final da missão, um batismo de um dos missionários foi realizado na praia. Matheus Ferreira, pastor do colégio, foi quem acompanhou toda a trajetória do Max Lopes e quem o batizou.

"Os adolescentes tiveram ali uma motivação para servir. Eles voltaram como pessoas diferentes, como discípulos e servos, dispostos realmente a entregar a vida deles à missão", expõe o pastor Matheus Ferreira.

Missão Calebe para muitos também foi sinônimo de tempo em família este ano. Amanda Carolina Pulz participa do projeto há mais de dez anos e, ao seu lado, sempre esteve o marido Michael de Castro Freitas. Ambos participavam da Missão Calebe quando ainda namoravam e hoje até o filho do casal de 6 anos faz parte dessa grande missão.

“O Miguel participa da Missão Calebe desde os dois anos de idade. Eu digo para ele que ele já é um ‘missionáriozinho’. Com apenas seis anos, ele já tem um senso de missão”, diz Amanda.

Apesar do projeto Missão Calebe ser coordenado e oferecido pelo Ministério Jovem da igreja, ficou nítido aos participantes deste ano, principalmente, que toda a igreja pode e deve estar envolvida nas ações. A Missão Calebe é para todos.

“Na Missão Calebe, todos nós somos um. Não tem separação de idade e o nosso filho está podendo viver isso. É incrível”, conclui Amanda.