Gravidez de risco mobiliza doadores para salvar jovem em Uberlândia
Mãe utilizou redes sociais para pedir ajuda às pessoas da cidade do interior mineiro
Por Leonardo Saimon
O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado anualmente em 14 de junho e a data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Karl Landsteine. O imunologista austríaco foi um dos cientistas que descobriu o fator Rh e várias diferenças entre os diversos tipos sanguíneos. O objetivo com a data é sensibilizar não-doadores sobre importância desta ação.
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O fato é que mesmo que alguns queiram, não podem doar. É o caso da fonoaudióloga Lin Sant'Anna de Aguiar. Por conta da diabetes, Lin é inviabilizada de participar das campanhas como doadora, embora sempre se engaje ativamente como voluntária no projeto Vida por Vidas, realizado pela Igreja Adventista em todo o Brasil. No entanto, devido a complicações na gravidez da filha, Ana Carolina Sant'Anna de Aguiar, de 20 anos, a fonoaudióloga movimentou as redes sociais com o intuito de arrecadar plaquetas em Uberlândia, interior mineiro.
Ana sofria com uma disfunção sanguínea e, por isso, a contagem de plaquetas estava muito baixa, provocando o sangramento espontâneo na jovem.
“Quando ela ficou grávida, as plaquetas começaram a baixar, o que é natural em toda grávida. Só que como eram gêmeos, começou a dividir as plaquetas dela com as duas crianças”, lembra a mãe.
A jovem precisava urgentemente de uma transfusão de sangue, porém não havia estoque no Hemocentro. A hematologista que acompanhava o caso sugeriu que Lin fizesse uma campanha para ajudar a filha.
Solidariedade
Assim, ela passou a mobilizar as pessoas nas redes sociais e entrou em contato com toda a sua agenda telefônica por meio do aplicativo WhatsApp. Na publicação, Lin fez um apelo para que os doadores ajudassem Ana. “Eu coloquei no Facebook, coloquei no Instagram, fui colocando. Coloquei nos meus grupos de WhatsApp e as pessoas começaram a entrar em contato comigo”, explica.
A cesárea da jovem, marcada para o dia 7 de junho, corria riscos caso não fosse feita a transfusão. A situação agravante do Hemocentro inviabilizou, inclusive, cirurgias agendadas que precisavam de sangue. Na data prevista, as gêmeas Maitê e Melissa nasceram no Hospital Madrecor, em Uberlândia, e a cirurgia transcorreu bem.
“Eu costumo dizer que as pessoas não doaram só sangue, só vida. Elas doaram muito amor. Tinham pessoas que não conheciam a mim e nem a minha filha, mas doaram ao ficar sabendo da história [dela]”, destaca emocionada.