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Evangelismo

Livre para pregar

A história de um jovem que passou 14 anos preso e encontrou, em Jesus, um propósito para sua vida.


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“E pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no Senhor”. Salmo 40:3

Diego hoje é voluntário e atua na distribuição de literatura cristã. Foto Arquivos APlaC

O jovem Diego Silva de Oliveira, 36 anos, padeiro, é um incansável pregador do evangelho. O propósito de compartilhar o poder transformador de Cristo e anunciar o Seu breve retorno, tem movido a sua vida. Mas, não foi sempre assim.
Diego mora em Santo Antônio do Descoberto (GO) desde que tinha 4 anos, apesar das dificuldades, cresceu numa família amorosa composta por seus pais e mais 4 irmãos. Com o pai, ele aprendeu a profissão de padeiro. Muito comunicativo, Diego cresceu e se tornou um jovem popular.
Sua relação com Deus foi marcada por períodos que alternava proximidade e distanciamento. Nestas idas e vindas ele aproximou-se de várias religiões, chegou a participar ativamente, mas logo se afastava.
Quando completou 14 anos, Diego começou a ingerir bebidas alcoólicas e frequentar festas, trazendo preocupação para seus pais: “passava noites sem dormir, me tornei rebelde, comecei a roubar mesmo não tendo necessidade, apenas por adrenalina. Apesar disso, eu continuava trabalhando na padaria da família”, afirma Diego.
Aos 18 anos teve um filho, fruto de um relacionamento que já durava dois anos, “um filho planejado e com muito amor”, afirma Diego. Mas foi neste período também, que o comércio da família fechou, já dependente da bebida alcoólica, ele experimentou uma droga ilícita.
Diego descreve os horrores desta experiência de prazer e destruição, da seguinte forma: “quando eu completei 19 anos, eu conheci o demônio e, esse demônio tinha nome: droga. A droga dá prazer, uma sensação maravilhosa, a carne se satisfaz muito.”
O entorpecente foi tirando de Diego o que tinha de mais precioso, a convivência com o filho, o relacionamento com a companheira e a liberdade. Aos com 22 anos, ele foi preso pela primeira vez.
“Naquele momento eu era instrumento do diabo, fazia as obras do diabo. Fiz muita coisa ruim”, afirma Diego ao lembrar do período que passou na unidade prisional.

A prisão

Não demorou muito para que a vivência na cadeia trouxesse sofrimentos intensos para Diego. Réu primário, ele tinha a expectativa de passar 2 anos na prisão, mas acabou permanecendo lá por 8 anos. Neste período, insônia, brigas e overdoses fizeram parte de sua rotina.
Ali, no meio do caos e do sofrimento que o cárcere impõe, Diego conheceu Ruth. Apesar da distância imposta pelas grades, eles se viam no período destinado ao banho de sol. Eles se apaixonaram e se casaram. Quando Ruth saiu da prisão ia visitá-lo na cadeia.
Para Diego, um dos episódios que mais marcaram este período na prisão, ocorreu em 2017, quando foi espancado por mais de 20 pessoas, “tentaram arrancar o meu pescoço. Clamei a Deus neste momento, acredito que Deus poupou a minha vida, e enviou auxílio”.
Ali, com o corpo todo machucado, ele fechou os olhos e cantou louvores a Deus por cerca de 40 minutos. Quando abriu os olhos havia uma mulher chorando, ela colocou a mão para dentro da grade e a colocou em seu peito. Ele contou a ela a sua história e o que ela disse a seguir, o tocou profundamente: “você sabe por que estou chorando? Porque enquanto você louvava eu vi um anjo que abria as asas na sua frente e te cobria. Deus manda te falar que você está perto de sair daqui e vai ser um grande pregador. Mas se desobedecer, vai voltar para cá”, contou Diego.
O tempo passou e 7 meses depois ele estava livre, morando com a esposa. Mas passaram-se apenas 15 dias para que estivesse usando drogas e levando para casa. A esposa também começou a usar. A relação de amor foi se desgastando. E tudo começou a piorar.

O fundo do poço

Em 1 ano, Diego estava de volta a mesma prisão e o relacionamento com a esposa chegou ao fim.
Em 2019, retornou ao presídio: “espancado, numa cela com 49 presos, sem roupa, totalmente ensanguentado: essa é a última lembrança que eu tenho do diabo ter tocado na minha vida, porque eu era um instrumento dele”, afirma Diego.
No outro dia, sozinho em uma cela, teve uma conversa com Deus: ‘Eu sei que o Senhor existe, mas não quero mais saber… hoje eu desisto da minha vida”. E planejou cometer suicídio quando retornasse para cela coletiva: a ideia que tomava conta de seu coração era cortar os pulsos e o pescoço.
Mas, ouviu um som de culto, depois um pastor se aproximou, conversou com ele. Diego contou a sua história, o pastor orou com ele. E Diego refletiu e se arrependeu, pediu perdão a Deus e disse que mudaria de vida. Sentiu que Deus dava a ele a força para ele conseguir. Prometeu parar de usar drogas e bebidas alcoólicas.

A transformação

Diego preparando-se para o batismo. Foto: Arquivos APlaC

Depois disto, Diego cumpriu a sua promessa, parou de usar drogas, passou a frequentar os cultos, ler mais regularmente a bíblia e a orar. Levava presos para a sua Jega (cama do presídio) e estudava com eles a bíblia. Um deles lhe disse: “quando você está falando de Jesus seus olhos brilham, é lindo”, este comentário aqueceu o seu coração e ele pediu a Deus que lhe mostrasse a igreja que deveria pertencer e que o ajudasse a não permanecer preso por tanto tempo. Ele já estava preso há 3 anos. Mas havia sido sentenciado a 12 anos e, estava recorrendo da sentença.
Apenas 3 dias depois, o pastor Jeconias apareceu na prisão e lhe apresentou a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Passou a voltar a 15 dias com um grupo, cantando louvores, doando livros e ensinando a Palavra.
Ali conheceu a igreja, conheceu os escritos de Ellen White, recebeu livros, entre eles “O Grande Conflito”, que leu 7 vezes! Aprendeu sobre o sábado e a leis de saúde. Começou a amar a igreja!
No dia 8 de abril de 2023, 6 meses depois, foi batizado. O pastor Jean Abreu, presidente da IASD para Brasília e Entorno, realizou o batismo. Diego, descreve este momento: “quando eu desci naquelas águas, todo ódio, todo rancor, todo sofrimento ficou ali. Ali eu nasci de novo”.

Ele permaneceu preso por mais dois anos, neste tempo buscou conhecer melhor a Deus, estudar a bíblia e o amor pela igreja só aumentou.
Após 6 anos cumprindo pena (a pena era prevista para 12 anos), no dia 12 de dezembro saiu da prisão em livramento condicional, sem tornozeleira, apenas com a restrição de retornar para casa até às 22 horas, todos os dias.
Quando saiu da cadeia, foi até a igreja adventista, não era o momento do culto, mas como viu o movimento de pessoas, entrou. Eram os voluntários do Ministério Carcerário que estavam se preparando para visitar o presídio: “eu os abracei e fui abraçado”, afirma Diego relembrando este momento.

Uma nova vida

Diego com grupo de voluntários Foto: Arquivos APlaC

Há quase dois meses fora da prisão, Diego está feliz e agradece a Deus o fato de ter sido contratado como padeiro, em um fábrica de pão. O emprego, com carteira assinada e um bom salário era um dos objetivos pelos quais orava desde que saiu da prisão. Ele enviou diversos currículos e num sábado enquanto estava na igreja participando do culto, recebeu uma ligação da empresa perguntando se poderia ir naquele momento para tratar sobre a vaga. Embora conseguir este emprego fosse muito importante para ele, respondeu: “agora eu não posso, sou adventista, estou no culto. Mas posso ir amanhã”
Deus conduziu todo o processo e Diego foi contratado mesmo compartilhando sua história de vida “você não vai sair daqui nunca, sua história é uma motivação para nós”, foi o que ouviu do dono da empresa.
Diego é membro da Igreja Adventista de Santo Antônio do Descoberto (GO) e lá não apenas foi bem recebido, como encontrou apoio para colocar em prática projetos missionários como visitas a hospitais para levar esperança, consolo e distribuir o livro O Grande Conflito.
Além disso, Diego tem se dedicado a compartilhado a sua história com outras pessoas mostrando um Jesus incansável, que busca, liberta e transforma vidas.

O Plano – cumprir a missão

Diego com grupo de voluntários para a distribuição de literatura cristã. Foto: Arquivos APlaC

Em 2025, a igreja adventista em Brasília e Entorno organizou um projeto missionário que norteia as ações de todos os departamentos e ministérios da Associação Planalto Central (APlaC): O Plano. Através dele, a igreja estabelece de forma objetiva como agir, para conduzir pessoas ao batismo e engajá-las na missão.
O pastor Jean Abreu, presidente da IASD no Distrito Federal, explica porque O Plano é tão eficiente: “uma igreja receptiva e acolhedora, leva pessoas ao batismo. Esta igreja torna cada novo converso um discípulo e cada discípulo um missionário”.
A igreja em Santo Antônio do Descoberto estava pronta para receber Diego e apoiá-lo para que, uma vez livre ele estivesse pronto para exercer o seu propósito de contar para outras pessoas o que Deus fez em sua vida.

Em 2025, a igreja adventista em Brasília e Entorno organizou um projeto missionário que norteia as ações de todos os departamentos e ministérios da Associação Planalto Central (APlaC): O Plano. Através dele, a igreja estabelece de forma objetiva como agir, para conduzir pessoas ao batismo e engajá-las na missão.
O pastor Jean Abreu, presidente da IASD no Distrito Federal, explica porque O Plano é tão eficiente: “uma igreja receptiva e acolhedora, leva pessoas ao batismo. Esta igreja torna cada novo converso um discípulo e cada discípulo um missionário”.
A igreja em Santo Antônio do Descoberto estava pronta para receber Diego e apoiá-lo para que, uma vez livre ele estivesse pronto para exercer o seu propósito de contar para outras pessoas o que Deus fez em sua vida.

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Conheça a história de Geralda e Cleonice e veja como O Plano, está contribuindo para que outras pessoas conheçam e sigam a Jesus.