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Cabeleireiro utiliza a Língua Brasileira de Sinais para evangelizar em São Paulo

Arlindo aceitou receber estudos bíblicos em Libras e foi batizado na Zona Leste da capital paulista


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Pastor Rafael Verdi, João Batista e Arlindo assinando a ficha batismal (Foto: Rafael Verdi)

No início de 2024, um corte de cabelo foi o responsável por estreitar uma amizade marcada pela salvação. A peça fundamental dessa história foi João Batista, que é cabeleireiro na zona Leste de São Paulo e utilizou a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para interagir com Arlindo Nakata, de 55 anos, que é surdo.

A dificuldade de encontrar um cabeleireiro que se comunicasse em Libras fez com que Arlindo procurasse o salão de João Batista.  Cada corte de cabelo era uma oportunidade para Batista falar sobre Jesus. O assunto despertou o interesse em Arlindo, que aceitou estudar a Bíblia por seis meses e foi batizado.

“Eu pude ver que o dom que o Senhor me deu estava sendo usado com uma pessoa que, talvez, de outra forma, não iria encontrar Jesus”, destaca Batista.

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Língua e missão

O interesse de João Batista pela língua surgiu durante um culto na Igreja Adventista de Cidade Tiradentes, na zona Leste de São Paulo, quando presenciou a interpretação de um sermão para os surdos presentes.

“Eu fiquei pensando: ‘o que será que é aquilo?’ e fui perguntar para a intérprete. Foi quando Deus colocou em minha mente que eu precisava aprender a língua para ajudar essas pessoas, levar a mensagem até elas”, relembra.  

Atualmente, a Igreja possui um grupo formado por oito surdos e intérpretes. A Bíblia diz: “Ide e pregai a todas as nações”. Nem sempre precisamos ir a outro país para pregar, basta ver o nosso vizinho, que é surdo, e por não aprendermos a língua, não temos como falar de Jesus para ele”, constata Batista.

Primeiro Encontro de Surdos e Intérpretes

Com um grupo de 15 pessoas das regiões Leste e Norte de São Paulo, Arlindo participou do Primeiro Encontro de Surdos e Intérpretes, promovido pelo Ministério das Possibilidades (MAP) da União Central Brasileira, entre os dias 7 e 9 de março.

“O MAP é de extrema importância para a igreja, pois surgiu com algumas ênfases fundamentais: conscientização, aceitação e ação. Além disso, possui uma visão clara, que é ver cada pessoa com deficiência sendo incluída, motivada e engajada no processo de fazer discípulos”, explica Jefferson Sant’Anna, líder do Ministério das Possibilidades da Associação Paulista Leste.

Todos têm uma missão: fazer discípulos entre as pessoas com deficiência por meio do MAP, contribuindo para a expansão do Reino de Deus. É importante lembrar também os valores que sustentam este ministério: amor, cuidado, singularidade, inclusão, acessibilidade, respeito, pertencimento, potencialidade, salvação e serviço.

“Foi um programa muito enriquecedor no sentido de ministério e evangelístico. Eu entendi muito mais a necessidade da pregação do evangelho para todos, porque se a gente não consegue se comunicar com as pessoas, não tem como falar sobre Jesus para elas”, comenta Eloísa da Silva, secretária do Ministério das Possibilidades da Associação Paulista Leste.

No programa, houve destaque para as atividades realizadas pelo ministério, como a Escola Sabatina, a interpretação de músicas e cultos, testemunhos de pessoas importantes para a história da igreja, além de palestras que abordaram os direitos dos surdos.

“É um ministério forte, mas que precisa crescer. Que trabalha muito e que a gente não conhece, principalmente os ouvintes da igreja. Eu conheci um mundo novo, mesmo estando dentro do universo adventista”, ressalta Eloisa.

“Meu desejo com o Ministério das Possibilidades é garantir que todos sejam lembrados e que ninguém fique para trás”, conclui Jefferson.