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Líder adventista relata o crescimento e os desafios da Igreja na África

O depoimento foi feito durante visita estratégica de administradores de instituições adventistas na África ao Brasil


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Líderes adventistas de países africanos em visita a instituições brasileiras. Foto: Vanessa Arba

Brasília, DF... [ASN] O continente africano tem uma população de cerca de 1,2 bilhão de pessoas. Destas, aproximadamente seis milhões são adventistas do sétimo dia. A religião está presente em quase todo o território, exceto em alguns países ao norte, na chamada janela 10/40, localidade onde predomina o Islamismo, e que apresenta resistência à entrada de outras denominações.

A Igreja Adventista tem dado especial atenção ao trabalho nesta região. O diretor de Educação para os adventistas no centro-leste da África, doutor Andrew Mutero, conta a respeito desta atuação:

“É muito difícil trabalhar nesses países, porque não se pode pregar em público, nem ter uma igreja, nem testemunhar para as pessoas, então você tem que usar outros meios. Nós temos alguns programas de rádio, através da Rádio Mundial Adventista, que transmitem a nossa mensagem nestes países. Temos o Hope Channel, que transmite programas de televisão e que também está disponível ali. Além disso, construímos uma escola de medicina, onde vamos treinar médicos evangelistas. Esses profissionais missionários irão para essas regiões, vão construir clínicas e dispensários adventistas, onde eles poderão ter contato com as pessoas e testemunhar para elas sobre Jesus. A ADRA [Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais] também tem atuado muito nesta parte do continente, auxiliando e atendendo a pessoas necessitadas.”

Além das barreiras culturais, o doutor Mutero aponta outros desafios:

“Os membros das nossas igrejas são muito pobres. A maioria deles não tem bons empregos, não tem dinheiro, então não podem apoiar muito a igreja financeiramente. Outro desafio é que a igreja é muito jovem. Temos muitos membros, mas poucos pastores. Nós precisamos formar líderes que sejam capazes de ajudar a Igreja e os membros que estão chegando. Precisamos que eles tenham uma fé forte. Temos crescido, mas às vezes não é fácil administrar; há muitas pessoas aceitando a Jesus, mas também muitas delas deixando a igreja porque não têm um bom pastor que possa ajudá-las a crescer espiritualmente”.

Um dos grandes sonhos dos administradores da Igreja ali é construção de escolas adventistas. “Quando tivermos dinheiro, nós vamos construir escolas nesses países, e trabalhar com os jovens e as crianças dando-lhes uma educação cristã. Então, eles vão acabar se tornando profissionais para a Igreja e poderão testemunhar para suas famílias e sua comunidade”, comenta Mutero.

A formação de novos projetos e estratégias de crescimento foi o motivo da vinda de uma comitiva de 40 líderes da Igreja Adventista na África ao Brasil. Eles visitaram instituições adventistas como escolas, universidades, hospitais, sedes administrativas, bem como a Casa Publicadora Brasileira e a TV Novo Tempo.

“Queríamos aprender com os adventistas sul-americanos - afirma Mutero - ver como vocês estão fazendo o trabalho de Deus nesta parte do mundo. Estamos aprendendo para que, quando voltarmos para os nossos países, possamos implementar algumas coisas que vimos aqui. E, realmente, aprendemos muitas coisas! O trabalho de publicações aqui é muito forte, a mensagem de saúde, livros que testemunham da mensagem adventista, escolas... Queremos aplicar isso. Espero que, quando voltarmos, possamos fazer a diferença”

Apesar das dificuldades, a Igreja Adventista enxerga o seu futuro na África com otimismo. “Setenta por cento dos nossos membros são jovens com menos de 25 anos de idade”, explica Mutero. “Jovens com um bom treinamento trazem um futuro brilhante para a igreja na África, porque eles têm energia, paixão, e farão coisas lindas pelo trabalho de Deus”, completa. [Equipe ASN, Vanessa Arba]