Lei Maria da Penha completa hoje sete anos e capixabas são convidados a quebrar o silêncio
As mulheres capixabas são as maiores vítimas da violência doméstica no Brasil. Adventistas vão às ruas para quebrar o silêncio.
Hoje, 7 de agosto, a promulgação da Lei Maria da Penha completa sete anos, e dentre as várias mudanças promovidas está o aumento no rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. Mas a solução para o problema da violência doméstica ainda está longe.
O Espírito Santo apresenta a taxa de homicídio mais alta do país, com 9,8 homicídios a cada 100 mil mulheres. O local onde mais comumente ocorrem situações de violência contra a mulher é a residência da vítima, independente da faixa etária.
Até os 9 anos de idade, conforme foi identificado pelo estudo, os pais são os principais agressores. A violência paterna é substituída pela do cônjuge e/ou namorado, que preponderam a partir dos 20 até os 59 anos da mulher. Já a partir dos 60 anos, são os filhos que assumem esse papel.
A pesquisa Percepção da Sociedade sobre Violência e Assassinatos de Mulheres, divulgada antes de ontem, 5, mostra que 85% das pessoas acreditam que quem denuncia corre mais risco de morrer.
A pesquisa mostra, entre outros pontos, o alto índice de casos de mulheres de classe alta vítimas de violência que se mantém caladas. Segundo a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, o Estado tem que criar ferramentas que promovam a efetiva segurança para a vítima. Para ela, denunciar é sempre a melhor escolha.
O que fazer quando a casa se torna um campo de guerra? Quando seu protetor se transforma em seu algoz? Dar um basta é única chance de encerrar este ciclo de violência e morte.
Incentivar a denúncia, quebrando o silêncio, é o objetivo e nome da campanha liderada pela Igreja Adventista em toda a América do Sul, com ações de orientação feitas especialmente em agosto.
Na Grande Vitória, três passeatas e carreatas percorrerão as principais vias, chamando a atenção da população para o alto índice de violência entre os capixabas e dos mecanismos de defesa e apoio para estas vítimas. Ao final, os manifestantes se concentram na Praia de Camburi, por volta das 17h.