Jovens adventistas realizam ação de conscientização sobre hanseníase
Voluntariamente, grupo informou a população acerca da doença
Todos os anos, no mês de janeiro, são promovidas ações de conscientização sobre a hanseníase para marcar o Dia Nacional de Combate e Prevenção, lembrado no último domingo do mês. Essa temática é conhecida como “Janeiro Roxo”. E, em Rio das Ostras, Baixada Litorânea do Rio de Janeiro, jovens adventistas, pertencentes ao projeto Missão Calebe, passaram a manhã do dia 30 envolvidos em ação social, a fim de informar a população sobre a gravidade, necessidade de diagnóstico e tratamento precoces, contribuindo para a redução do preconceito acerca da doença.
A ação social, que contou com o apoio da prefeitura, teve como foco principal o Janeiro Roxo, mas também ofereceu aos rio ostrenses, serviços de aferição de pressão e glicemia, além de dedicar um espaço especial para apoio espiritual.
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O técnico ambiental, Alex Maciel, é o coordenador do grupo de Calebes na cidade e contou o motivo de escolherem abordar o tema. “Juntos olhamos o calendário e vimos que o dia 30 de janeiro é o Dia Nacional de Combate a Hanseníase, então decidimos abordar esse tema, uma vez que nosso país é o segundo no ranking em número de contágio”, alertou Alex.
E a campanha atingiu o objetivo ao despertar na população a preocupação com a saúde. Vanda Pontes estava indo à padaria quando foi abordada pelos Calebes e, prontamente, tratou de buscar mais informações. “Eu não sabia que hoje é o dia de conscientização, mas me interessei em participar, porque o meu marido tem uma manchinha na cabeça que, embora não ofereça risco, nos alertou e conscientizou mais sobre a doença”, contou.
O mesmo aconteceu com o montador de estruturas metálicas, Francisco Veras. “Acabei de sair da missa, vi o movimento e vim ver. Tudo o que se trata de saúde é importante. Fui bem recebido por uma equipe muito bem preparada. Que trabalho importante é esse de ensinar a cuidar da saúde”, elogiou.
Leidimar Soares Santos é Tecnica de Enfermagem e foi uma das profissionais de saúde atendendo nessa ação da Missão Calebe. “Hoje eu vim trazer informação para a população sobre hanseníase, para as pessoas tomarem conhecimento de como a doença se manifesta. Essa é a enfermidade mais antiga do mundo e ainda traz medo, mas ela tem tratamento – que dura de seis meses a um ano. Tomar conhecimento e se auto avaliar é muito importante e pode ser feito no banho, no espelho, identificando manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés. Ao perceber o sintoma, deve-se buscar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, para um exame detalhado. Se não tratada a doença pode causar incapacidade e deformidade, por atingir os nervos”, alertou a profissional.
Para a voluntária Elisangela Almeida, essa ação tem um significado especial. “Participo da Missão Calebe há uns dois ou três anos, mas hoje está sendo diferente, por estarmos aqui do lado de fora da igreja falando de hanseníase, preservando a saúde das pessoas. Para isso, precisamos estudar o tema para saber ensinar as pessoas a se prevenirem. A gente passa para os Calebes a importância de se importar com os outros. Está sendo muito especial”, contou.
E quem a endossa é o pastor adventista em Rio das Ostras, Osvaldo Felipe do Espírito Santo, esse tipo de envolvimento dos jovens é de suma importância. “É muito válido vermos nossos jovens envolvidos em uma campanha expressiva. Vemos nesses jovens uma liderança engajada, preocupada em ser relevante não apenas dentro da igreja, mas fora também”, considerou o pastor.
Alerta
O Brasil vem se mantendo em segundo lugar mundial no número de casos novos de hanseníase diagnosticados anualmente, sendo superado apenas pela Índia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, 150 países contabilizaram 210.671 novos casos da doença, o que corresponde a 2,8 casos a cada 100 mil habitantes. No Brasil, no mesmo ano, foram detectados 26.875 casos novos, o que expressa 12,9 casos a cada 100 mil habitantes. Entretanto, há uma heterogeneidade dos números nas regiões do país. O Estado do Rio de Janeiro possui uma das maiores proporções de Grau de Incapacidade Física 2 do Brasil (GIF 2, 13,2%), estágio mais avançado e irreversível de incapacidade motora.
Fonte: Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Patologia