Maceió recebeu, no final do mês de maio, a 45° reunião da Sociedade Brasileira de Química. O evento, que não havia sido realizado nos últimos 2 anos, em razão da pandemia do COVID-19, recebeu um público de aproximadamente 2500 pessoas, entre estudantes, professores e pesquisadores, do Brasil e do exterior.

Dentre os diversos trabalhos apresentados, o dos estudantes da Universidade Federal de Alagoas, Gabriel Gomes, do Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF) e Wadja Silva, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), rendeu a eles o primeiro lugar na categoria Química Medicinal.

O estudo apresentado descobriu novos inibidores competitivos da principal protease dos vírus zika e dengue, e pode futuramente ser usado para o desenvolvimento de novos tratamentos dessas arboviroses.

Wadja, que divide seu tempo entre os estudos e as atividades na igreja Adventista do Village II, onde serve ao clube de desbravadores e ao departamento infantil, diz não ver a ciência e a fé como antagônicas, e apesar de perceber que o ambiente acadêmico oferece desafios para uma pesquisadora cristã, não deixa com que isso lhe desmotive.

“Não vejo uma dicotomia entre vida acadêmica, pesquisa científica e fé. Estou vivendo a alegria de ter a oportunidade de testemunhar de minha fé no ambiente acadêmico, onde sei que às vezes o ceticismo é predominante. Acredito que o respeito pelas diferentes linhas de pensamento e o profissionalismo, são o resumo do que se espera de todo aquele que professa a fé em Cristo”.

Apesar de já ter sido premiado pelas descobertas realizadas, o estudo ainda não terminou. O professor Edeilo Ferreira, orientador da pesquisa, adianta que "Novas moléculas estão sendo produzidas, com a finalidade de melhorar ainda mais as atividades observadas.” Destaca, ainda, que a continuidade da pesquisa foi submetida ao edital Pibic Ufal 2022-2023 e a equipe torce para que haja a aprovação e, assim, o conhecimento a respeito do tema possa ser expandido.