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Jovem ingressa no voluntariado para realizar sonho de criança

Emerson Inostroza escolheu deixar seu país de origem para viver a experiência de servir outras pessoas longe de casa.


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Emerson exibe o passaporte do Chile, um dos instrumentos que lhe garantiu ir para além das fronteiras de seu país (Foto: Naasson Azevedo)

Foram necessários dois dias para que Emerson Inostroza pudesse atravessar parte da América do Sul para realizar um sonho que nutria desde criança. Em março deste ano, o técnico em maquinários pesados deixou a vida na cidade de Tirúa, no Chile, para viver em Araguaiana, no Mato Grosso, e posteriormente em Nova Marilândia, no mesmo Estado. O motivo: dedicar um ano de sua vida para servir a outras pessoas.

Apesar de já ter participado de iniciativas com o mesmo foco, mas “no quintal de casa”, ele garante que a motivação de ir para outro país superou o medo e a insegurança que sentiu antes de embarcar no avião. E o que impulsiona alguém como ele a pausar a carreira profissional e outros projetos para beneficiar a quem nunca viu? Entenda na entrevista a seguir, concedida durante o Together, evento de voluntariado e missão realizado na capital do Brasil.

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O que despertou seu interesse pelo voluntariado?

Sair do meu país e ajudar outras pessoas era algo que eu queria fazer desde pequeno. Quando eu escutava histórias de pessoas que se dedicavam a ajudar outros, quis fazer o mesmo, principalmente por aqueles que vivem em localidades diferentes da minha.

Ao longo da vida, passei por diversas dificuldades e vi a mão de Deus cuidando de mim. Por isso, creio que doar um ano do meu tempo para ajudar outros não é nada.

E não foi um passo arriscado sair de seu país rumo a uma realidade desconhecida?

A princípio, muitos me chamaram de louco. Outros me parabenizaram. Cheguei a pensar em desistir. Foi difícil deixar minha mãe, por exemplo. Nós dois somos muito apegados. Ela é minha melhor amiga, professora e conselheira. Mas, mesmo assim, fui feliz por poder ajudar outras pessoas. Este é um ano em que sentirei muita saudade.

Você já tinha alguma experiência nessa área? Sabia o que iria encontrar?

Eu já havia participado de outras iniciativas, como o projeto Missão Calebe. Fiz isso ao menos quatro vezes, e cada uma delas a duração foi de, no mínimo, sete dias. Foram várias ações em benefício da comunidade onde estávamos. Agora, no Um Ano Em Missão, tenho novas oportunidades colaborar.

Atualmente, como você tem ajudado os moradores da cidade onde vive?

Nova Marilândia é um local pequeno. Tem cerca de 3.200 habitantes. Por enquanto, tenho estudado a Bíblia com os moradores. Mas quando estava em Araguaiana, também dava aulas de espanhol para aproximadamente 30 pessoas. Foi uma experiência diferenciada.

E como é a reação das pessoas quando você as ajuda? Que sentimentos isso gera em você?

É muito gratificante poder entregar um pouco da minha cultura e receber algo de outra cultura. Não tenho muita fluência na língua portuguesa, mas o sentimento de me comunicar e trocar experiências é muito bom. Quando caminho pelas ruas, as pessoas me chamam de “chileno" e me sinto bem. Os brasileiros são muito acolhedores.

Hoje, o que significa pra você ser um voluntário?

É um sentimento de alegria. Isso não é algo que se faz durante um ano. É um princípio. Já ouvi falar muito sobre voluntário, missão, mas é muito diferente quando você participa. Você conhece as necessidades e dificuldades das pessoas e aprende a como agir diante de cada uma.

Tive muitas dúvidas. Quando falavam sobre isso, eu não sabia e cheguei a pensar que era algo totalmente diferente. Mas aqui você aprende muito. Você pode descobrir talentos, crescer. O importante é não ter dúvidas de que essa experiência será positiva e mudará sua vida.